A Guerra dos Alpes fica naturalmente
marcada pela batalha do dia de ontem. O dia em que caiu a “bomba atómica”. Falamos
da neutralização da etapa 19 do Tour de France devido a condições climatéricas
adversas com consequência nas condições do percurso. Os tempos foram tomados no
Col de L’ Iseran e foi cancelada a última ascensão do dia em Tignes. Uma decisão
acertada da direção da corrida que privilegiou a saúde e a segurança dos
ciclistas e demais intervenientes em detrimento dos resultados desportivos. Assim,
Egan Bernal foi o primeiro a passar no L´Iseran com vantagem suficiente para
partir de amarelo na 3ª batalha da “Guerra dos Alpes”, uma etapa com 130km e
três difíceis contagens de montanha.
Pois é, isto era o que estava inicialmente
previsto, mas os efeitos nefastos da “bomba atómica”, leia-se granizo, chuva,
deslizamento de terras e lama, levaram ao cancelamento de duas dificuldades
montanhosas do dia. Manteve-se a longa ascensão a Val Thorens. Com parte do
percurso previsto completamente bloqueado Prudhomme decide encurtar a etapa
para uma distância de apenas 59km. Mais uma decisão complicada de tomar e que,
ao contrário de ontem, pode levantar muitas dúvidas e também algumas críticas. Haveria
tempo suficiente para alterar o percurso da etapa mantendo a quilometragem prevista?
Foram esgotadas todas as possibilidades de manter a dificuldade da etapa?
Montanhas perto de Albertville são muitas! O Giro de 2019 deve uma situação idêntica.
A etapa que tinha o Gavia foi alterada na véspera pois o monstro dos alpes
italianos estava praticamente bloqueado com neve acumulada que ultrapassava os
2 metros de altura. Acontece que a organização do Giro tinha esta situação acautelada
porque nevava há 2 semanas nos Alpes italianos. O que se passou ontem foi de
forma repentina e pode ter sido a principal razão para ir direto de Albertville
para Val Thorens.
Foi por isso numa espécie de Armistício
que o pelotão se apresentou na partida dos 59km de competição antes da consagração
em Paris. E tal como previsto vai ser Egan Bernal a passear de amarelo nos Campos
Elísios.
Quando Julian Alaphilippe descolou do
grupo principal a 13km da meta estavam feitas as grandes alterações que esta penúltima
etapa fez na geral individual. O “herói “francês não segurou o segundo lugar,
mas não vergou completamente perdendo 2m50s para os seus principais perseguidores.
Pensando que ficou para trás com 13 km de subida por fazer, as perdas de
Alaphilippe foram “mínimas “e vai terminar este Tour num honroso 5º lugar!
Honrosa foi a vitória de Vincenzo Nibali!
O tubarão de Messina foi o único que animou os 59km e a sua vitória foi uma
dentada bem forte na monotonia da etapa. Desde 2015 que Nibali, um dos poucos
ciclistas que já venceu as três grandes Voltas, não sabia o que era vencer na
prova francesa onde já leva 6 vitórias em etapas.
Ficou também decidida a camisola de
melhor trepador. Romain Bardet vai amanhã ao pódio receber a camisola branca às
bolinhas. E Peter Sagan vai vestir a sua sétima camisola verde. O eslovaco é agora
o recordista da camisola dos pontos desempatando com o alemão EriK Zabel.
Mas todos os holofotes estarão virados
para Egan Bernal. Primeiro colombiano a vencer o Tour de France. Aos 22 anos afirma-se
como um dos grandes voltistas da atualidade. É um pouco prematura dizer isto,
mas vamos ver Bernal a triunfar muitas mais vezes e em grandes competições. Só
em 2019 o ciclista da Team Ineos venceu o Paris -Nice, o Tour de Suisse e vai
vencer amanhã a maior prova ciclística do mundo: o Tour de France 2019.
Classificação Etapa 20:
Classificação Geral Individual:
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