sexta-feira, 27 de julho de 2018

Etapa 19 - Lourdes › Laruns



 
Último dia de montanha e última oportunidade para, numa etapa em linha, mudar alguma coisa na geral individual.

A etapa tinha 200km e passava pelo Col du Tourmalet. Se alguém quisesse “testar “a sério a capacidade de Geraint Thomas (Team Sky) teria que ser obrigatoriamente neste colosso. E quando dizemos alguém, só dois nomes: Tom Dumoulin (Team Sunweb) e Primoz Roglic (Team Lotto-Jumbo) pela proximidade de tempo ao britânico. Christopher Froome, depois do tempo perdido na etapa 17 e das debilidades demonstradas estaria, aparentemente, mas interessado em defender o seu 3ª lugar do que atacar a liderança do seu colega de equipa. Froome perde a primeira oportunidade de ganhar o seu 5º Tour de France, mas não perde neste Tour o estatuto do ciclista mais próximo e provável de alcançar esse feito. Com 33 anos, o tetracampeão da Grande Boucle terá mais 2 ou 3 “xeque-mates” para alcançar Anquectil, Merckx, Hinault e Indurain. É certo que a vida de Froome por terras francesas nunca mais será a mesma por causa da sua asma, mas a incerteza na participação do britânico no Tour de France pode ter sido uma das principais causas das dificuldades demonstradas durante esta terceira semana. É que Froome ganha um Giro de Itália extremamente exigente podendo estar agora a pagar as consequências. E essas são agora, naturalmente, consequências físicas, porque as consequências mentais têm Froome e a Team Sky desde o momento que o britânico recebeu a notícia de um consumo excessivo de salbutamol.

Mas atacar no Col du Tourmalet , essa montanha mítica que foi ultrapassada pela 80ª vez e onde em 1957 por lá passou em primeiro lugar Ribeiro da Silva, tinha um grande senão. O Tourmalet estava a 100km da meta em Laruns e as epopeias vitoriosas de Coppi ou Bartali já não acontecem há muitos anos! Sim, calma, estamos só a falar do Tour de France. Não temos memória de peixe e não nos esquecemos do que se passou no mês de maio no colle delle Finestre. Não atacou Dumoulin, não atacou Roglic. Atacou a sério pela primeira vez dois homens: Mikel Landa ( Movistar Team ) e Romain Bardet ( Ag2R La Mondiale) . Ambos estavam sensivelmente a 5minutos da liderança de Geraint Thomas. A distância temporal cresceu e o basco da equipa espanhola chegou a estar na 2ª posição virtual a 60 segundas da liderança. Nunca a amarela de Geraint esteve “tão perto “de mudar de corpo. Só que a Team Lotto-Jumbo tornou-se a principal aliada da Team Sky e Robert Gesink fez um trabalho notável a encurtar as distâncias. Quando a etapa entrou na fase final com os últimos km da subida ao Col de Aubisque todos estavam juntos. Foi aí que Dumoulin e Roglic atacaram sem grande sucesso. Froome cedeu, mas tal como no Col de Portet foi Egan Bernal a rebocá-lo montanha acima. Bernal tem sido um gregário de luxo. Chega a ser “penoso” ver o jovem colombiano abdicar dos êxitos pessoais em detrimento do “seu “líder, porque para Bernal, Froome é o líder.

Habituado a grandes saltos, Primoz Roglic foi pulando aos poucos nos 20km da descida ao Aubisque e quando chegou a Laruns já levava 20s de vantagem para os adversários. O esloveno ganha a sua segunda etapa no Tour de France. Depois de vencer o ano passado também a descer em Serre Chevalier, etapa que percorreu o Col de la Croix de Fer, Col de Telegraphe e o Col du Galibier, vence outra vez numa jornada que ultrapassou lugares míticos, mas desta vez nos Pirenéus como é o caso do Col du Tourmalet e o Col de Aubisque.
Habituado a saltar , Roglic "saltou" para o 3º lugar
 
Á vantagem de 19s na meta acresce os 10s de bonificação e Roglic termina o dia como duplo vencedor. Além da vitória na etapa o ciclista da Team Lotto-Jumbo troca de posição com Chris Froome. Está no 3º lugar da geral individual a somente 19s do holandês Tom Dumoulin. O segundo posto deverá ser a grande luta no CRI de amanhã uma vez que Geraint Thomas alargou por 6s a sua vantagem para o homem da Team Sunweb.

O galês já tem uma roda e meia nos Campos Elísios e no domingo deverá desfilar de amarelo.
Geraint Thomas cada vez mais 1º
 

Etapa 19 – Top 10

1. Primoz Roglic (Slo) LottoNL-Jumbo, in 05:28:17
2. Geraint Thomas (GBr) Team Sky, at 19 secs
3. Romain Bardet (Fra) Ag2r La Mondiale
4. Daniel Martin (Irl) UAE Team Emirates
5. Rafal Majka (Pol) Bora-Hansgrohe
6. Tom Dumoulin (Ned) Team Sunweb
7. Mikel Landa (Esp) Movistar
8. Chris Froome (GBr) Team Sky, all at 19 secs
9. Steven Kruijswijk (Ned) LottoNL-Jumbo, at 31 secs
10. Ilnur Zakarin (Rus) Katusha-Alpecin, at same time

Geral Individual

1. Geraint Thomas (GBr) Team Sky, in 79h49m31s
2. Tom Dumoulin (Ned) Team Sunweb, at 2-05
3. Primoz Roglic (Slo) LottoNL-Jumbo, at 2-24
4. Chris Froome (GBr) Team Sky, at 2-37
5. Steven Kruijswijk (Ned) LottoNL-Jumbo, at 4-37
6. Mikel Landa (Esp) Movistar, at 4-40
7. Romain Bardet (Fra) Ag2r La Mondiale, at 5-515
8. Daniel Martin (Irl) UAE Team Emirates, at 6-39
9. Nairo Quintana (Col) Movistar Team, at 10-26
10. Ilnur Zakarin (Rus) Katusha-Alpecin, at 11-49

 
#TDF2018 #TDF18 #TDF

quarta-feira, 25 de julho de 2018

Etapa 17 - Bagnères-de-Luchon › Saint-Lary-Soulan




Nairo Quintana vence a etapa 17
 
A etapa 17 deste Tour de France apareceu como a grande novidade da corrida. É certo que para isso muito contribuiu o mediatismo que a organização aplicou nos meios de comunicação social. A primeira grande novidade parecia ser a quilometragem. Há muito tempo que o Tour de France não tinha uma etapa de apenas 65km. Depois, a outra novidade foi o Col de Portet. Nunca uma competição de ciclismo de estrada tinha chegada aos seus 2200m de altitude. O Col de Portet é a continuação da subida à estação de ski de Pla d´Adet e nunca tinha sido feita porque os seus últimos 8km não eram asfaltados. A dúvida permaneceu quase até ao início da competição. Apenas no dia 8 de julho já com o Tour a decorrer ficamos com a certeza que o piso era de alcatrão e assim o Col de Portet não seria o Colle delle Finestre francês. Por fim a novidade da partida! Uma partida inovadora, segunda a ASO! E com razão os líderes das equipas pedalaram 50 metros sem os seus gregários por perto! (risos) Uma novidade, é certo! Mas também uma grande parvoíce.  Esta ideia de fazer de uma partida de ciclismo uma grelha de Moto GP ou Formula 1 ultrapassa os mínimos! É só patético. Se há coisas certas na vida, como por exemplo, o Wout Poels beber coca-cola e recuperar do atraso para ainda liderar o grupo dos favoritos por largos km, como se viu hoje na ascensão ao Col de Portet , também é certo que nunca mais vamos assistir a esta patetice da grelha. Se aquele sprint bonificado apenas para a geral na primeira semana de competição já tinha sido mau, esta de separar os primeiros classificados dos restantes ultrapassou tudo. Vá, também não podemos ser tão maus. Houve 3 crianças que acreditaram que Thomas e Froome não iam ter o apoio de Bernal, Kwia e Poels. Essas 3 crianças fizeram bem em acreditar, porque além destes 3 gregários de luxo, Poels teve o episódio do “descola…bebe coca-cola e cola para liderar o grupo “, Bernal deu show na subida final e fez de Froome versão 2012 a esperar por Wiggins , os dois lideres da Team Sky também tiveram o apoio da restante equipa: Castroviejo e Rowe. Ou seja, tudo normal! A partida não deu em rigorosamente nada! Como era obvio e todos sabiam disso!
Um prova de ciclismo com uma grelha de partida! Bravo ASO
 

Mas falemos do dia de competição. Não foi a melhor etapa desta edição do Tour. Esse lugar está reservado até agora à jornada que acabou em Alpe d’ Huez. Mas foi uma boa etapa. Apesar dos ataques mais importantes, sobretudo Nairo Quintana ( Movistar Team), Daniel Martin ( UAE Team Emirates) e dos homens da Team Lotto-Jumbo, Kruijswijk e Roglic terem acontecido apenas na montanha final, toda a etapa foi animada. Logo no inicio um grupo de escapados bastante numeroso com Valverde ( Movistar Team ) que ainda deu uma ajuda a Nairo Quintana ( até que enfim que lançar Valverde para a frente da corrida trouxe alguns benefícios à equipa de Unzué), Tanel Kangert ( Astana Team ) que liderou a corrida durante 59km sendo alcançado já na parte final e também Julian Alaphilippe ( Quick-Step Floors) que pontuou nas passagens pelo Montée de Peyragudes e no Col de Val Louron Azet e vai chegar de bolinhas vermelhas aos Campos Elísios no próximo domingo.

Foram todos apanhados por Nairo Quintana que fez aquilo que já não fazia há bastante tempo. Um ataque vitorioso. Quintana não ganhava no Tour desde 2013! Esta vitória minimiza um Tour no limiar do “Mau “por parte dos espanhois da Movistar Team. Ganhar a classificação por equipa sabe a pouco para uma equipa recheada de nomes importante e valiosos no ciclismo atual.  

Esta subida ao Col de Portet é terrível. Será por ventura uma das mais difíceis subidas, a par talvez do Mont Ventoux , percorridas no Tour de France. Vai aparecer mais vezes. Daqui a anos podemos dizer que foi no Col de Portet que vimos Chris Froome ficar para trás com a necessidade de ser ajudado pelo elemento mais novo da sua equipa: Egan Bernal. Foi também aqui, no Col de Portet que Froome desperdiçou, aparentemente, a primeira oportunidade de se juntar ao clube das 4 lendas do ciclismo e ganhar 5 Tour´s de France. Se assim for, Froome “perde “bem! A estrada decidiu em vez de Portal. Geraint Thomas está numa superforma, é de longe o ciclista mais forte desta edição 105 da Grande Boucle. O Col de Portet estendeu-lhe a passadeira amarela para subir ao pódio em Paris. Ele que nunca tinha terminado num top 10 de uma grande prova.
 
Geraint Thomas terminou em 3º a etapa 17
 
Nota: Peter Sagan caiu na descida do Col de Val Louron Azet, ele que imagine-se, fez a subida com o grupo dos favoritos numa altura em que Pierre Latour (Ag2R) imprimia um ritmo elevado. Terminou a etapa. Aparentemente vai continuar…Uff !

Etapa 17 – Top 10

1. Nairo Quintana (Col) Movistar, in 2h21m27s
2. Daniel Martin (Irl) UAE Team Emirates, at 28 secs
3. Geraint Thomas (GBr) Team Sky, at 47 secs
4. Primoz Roglic (Slo) LottoNL-Jumbo, at 52 secs
5. Tom Dumoulin (Ned) Team Sunweb, at same time
6. Steven Kruijswijk (Ned) LottoNL-Jumbo, at 1-05
7. Egan Bernal (Col) Team Sky, at 1-33
8. Chris Froome (GBr) Team Sky, at 1-35
9. Mikel Landa (Esp) Movistar, at same time
10. Ilnur Zakarin (Rus) Katusha-Alpecin, at 2-01

Geral Individual:

1. Geraint Thomas (GBr) Team Sky, in 70h34m11s
2. Tom Dumoulin (Ned) Team Sunweb, at 1-59
3. Chris Froome (GBr) Team Sky, at 2-31
4. Primoz Roglic (Slo) LottoNL-Jumbo, at 2-47
5. Nairo Quintana (Col) Movistar, at 3-30
6. Steven Kruijswijk (Ned) LottoNL-Jumbo, at 4-19
7. Mikel Landa (Esp) Movistar, at 4-34
8. Romain Bardet (Fra) Ag2r La Mondiale, at 5-13
9. Daniel Martin (Irl) UAE Team Emirates, at 6-33
10. Jakob Fuglsang (Den) Astana , at 9-31

 
#TDF2018 #TDF18 #TDF
 

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Col de Peyresourde : o tapete de musgo !



Col de Peyresourde
 
O Col de Peyresourde com os seus 1569m de altitude fica situado nos Altos Pirenéus em França. Faz parte das “3 grandes” e míticas subidas dos Pirenéus em conjunto com o Aubisque e Tourmalet. São as mais altas, mais duras, mais imponentes e mais frequentes subidas pirenaicas. O Peyresourde já foi ultrapassado 68 vezes no Tour de France.

Entrou para a história na primeira vez que a prova francesa visitou a região central da cordilheira pirenaica. Foi em 1910. A etapa ligava Luchon a Baiona com 326km e o primeiro aperitivo montanhoso foi o Peyresourde. O seu primeiro grande trepador o francês Otcave Lapize. Fica para a história como a primeira grande montanha a ser ultrapassada na Grande Boucle. Nessa etapa seguiram-se o Aspin , o Tourmalet, e o Aubisque. A meio da etapa ficou célebre a frase de  Octave Lapize para o principal organizador da prova,  Henri Desgrange: “ voçes são assassinos “ . Reza a história que Desgrange , com medo de retaliações dos ciclistas, foge de carro para Paris antes do fim da etapa. O resto da prova foi realizada sem a presença do seu grande organizador. Para os media, era certo, nunca mais a montanha dos Pirenéus regressaria á prova. Nada mais errado.
Octave Lapize, Tour 1910
Em 1937 o Col de Peyresourde é palco de uma das histórias mais caricatas para a época. Nesta altura os jogos de bastidores eram quase tão importantes como a corrida. O francês Roger Lápebie antes da etapa que começava com a subida do Peyresourde, saiu pela manhã com os seus companheiros de seleção para um pequeno treino de aquecimento. Ao descer o Col despistou-se e caiu numa encosta. Ninguém conseguia explicar o sucedido até que uma observação mais atenta da sua bicicleta indicia uma sabotagem. Alguém tinha diminuído a força dos seus travões. Culpados: os belgas, acusados pelos franceses. O que é certo é que nunca se confirmou a culpa da sabotagem, mas o efeito em Roger Lápebie foi precisamente o contrário. O francês ganha forças com o episódio e conquista a camisola amarela nas etapas finais conseguindo o triunfo no Tour de 1937.

Jean Marie Leblanc, antigo ciclista e diretor do Tour considera o Col de Peyresourde como a mais bela das subidas da prova. É o “tapete de musgo “.  O verde é a cor dominante e o contacto com animais é uma constante durante toda a subida. Depois das últimas 5 curvas em gancho a vista é deslumbrante. Da esplanada natural é possível ver o Valle de Louron, os Pirinéus Ocidentais e o Col du Tourmalet.
Actualmente o Col de Peyresourde é uma das “Meca” dos cicloturistas e de todos os apaixonados pelas estradas de montanha.  Existem 2 vertentes: desde Bagnéres de Luchon e desde Avajan.


 




Desde Bagnéres de Luchon:

Altitude : 1569m

Distancia: 13,2km
Desnivel: 939m
Média: 7%
Máxima: 11,7%
 
 

E voçes ?
Quem já conquistou o Col de Peyresourde ?
 
Boas pedaladas
AT


 

 

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Etapa 12 - Bourg-Saint-Maurice Les Arcs › Alpe d'Huez ! Até que enfim uma GRANDE ETAPA!


 


 
Começamos com um jogo!

Só tem de contextualizar as quatro frases no Tour de France 2018. É simples e fácil. É um exercício de memória:

1-    Lembram-se da máxima do futebol: “são 11 contra 11 e no final ganha a Alemanha”? Contextualizem no Tour de France dos últimos anos.


2-    Lembram-se da etapa 12 do Tour 2016? Comparem com a etapa 12 do Tour 2018.


3-    Lembram-se de Nairo Quintana atacar e Wout Poels beber tranquilamente uma coca-cola e 300m depois apanhar o colombiano? Pensem na Team Sky 2018.


4-    Lembram-se das táticas de Eusébio Unzué? Vejam a Movistar Team do Tour 2018.

Já la vamos às respostas! Agora a etapa de hoje.

A tripla jornada alpina terminou hoje com o final no Alpe d´Huez. Essa mítica estação de ski onde em 1979 o melhor ciclista português de todos os tempos, Joaquim Agostinho, venceu de forma categórica. Além do Alpe d´Huez, a etapa de hoje passou pelo magistral Col de la Madeleine e pelo colosso Col la Croix de Fer.

 Foi a última e a melhor das etapas disputadas nos Alpes. Para os padrões a que estamos habituados, foi uma grande etapa. As culpas? Um homem! Steven Kruijswijk (Lotto-Jumbo), mais conhecido pelo “homem-cabide” tal é a envergadura dos ombros.

Kruijswijk partiu para esta etapa na 6ª posição de GC e integrou a fuga formada na ascensão ao Col de la Madeleine. Era o ciclista mais próximo da liderança de Geraint Thomas (Team Sky) a 2m40s. Foi sensivelmente a meio do Col de la Croix de Fer que o holandês decide ir sozinho e desafiar a domínio da Team Sky. Chegou a liderar, de forma virtual, a camisola amarela com cerca de 3m. Quando se iniciou a subida final a Alpe d´Huez, Kruijswijk levava 4m para um pelotão comandado por Castroviejo e Kwiatkowski (Team Sky). À medida que os ataques aconteciam no grupo dos favoritos, Kruijswijk perdia tempo e o seu destino estava traçado. Seria o herói do dia, mas não ganharia no Alpe D´Huez , nem com a ajuda dos milhares de holandeses que preenchiam as 21 curvas de uma montanha que já foi apelidada de “ a subida dos holandeses” . Para consolação ganhou o prémio de mais combativo do dia e o apreço de todos aqueles que gostam de ciclismo romântico. Obrigado Steven Kruijswijk , mas por favor muda de apelido porque os comentadores da TV enlouquecem a pronunciar o teu nome !

Entre os favoritos Nibali (Bahrain – Merida) atacou, Quintana (Movistar Team) atacou, Landa (Movistar Team) atacou e Bardet (Ag2R) atacou, mas todos foram “absorvidos “por um jovem de 21 anos que se estreia no Tour de France. Egan Arley Bernal (Team Sky). O colombiano esteve soberbo e entregou o seu líder (escolham vocês quem é o líder da Team Sky) a 4km da meta numa posição perfeita para triunfar. Foi o que aconteceu. Podia ter sido Chris Froome, mas calhou de novo a Geraint Thomas. O galês entrou nos últimos metros da corrida bastante confiante e num sprint relativamente fácil ganhou a sua segunda etapa à frente de Tom Dumoulin (Team SunWeb) e de Roman Bardet. Thomas é o primeiro ciclista da história a vencer de amarelo vestido no mítico Alpe d´Huez. Com esta vitória aumenta a sua vantagem na liderança da geral individual e aparentemente só Chris Froome (Team Sky) ou Dumoulin podem fazer frente ao britânico que, tal como Sir Bradley Wiggins,  passa de pistard para o topo do ciclismo de estrada.
 

A etapa de hoje fica também marcada pelo fenómeno paranormal do “abandono de sprinters e outros”. Durante a subida ao Col de la Croix de Fer, Gaviria (Quick Step-Floors), Greipel (Team Lotto Soudal), Groenewegen (Lotto-Jumbo), Gallopin (Ag2R) e Zabel (Team Katusha) desistem aparentemente por…não sabemos ! Mas lá que é estranho…é!
 
Etapa 12 : Top 10
1. Geraint Thomas (GBr) Team Sky, in 5h18m37s
2. Tom Dumoulin (Ned) Team Sunweb, at 2 secs
3. Romain Bardet (Fra) AG2R La Mondiale, at 3 secs
4. Chris Froome (GBr) Team Sky, at same time
5. Mikel Landa (Esp) Movistar, at 7 secs
6. Primož Roglič (Slo) LottoNL-Jumbo, at 13 secs
7. Vincenzo Nibali (Ita) Bahrain-Merida, at same time
8. Jakob Fuglsang (Den) Astana Pro Team, at 42 secs
9. Nairo Quintana (Col) Movistar Team, at 47 secs
10. Steven Kruijswijk (Ned) LottoNL-Jumbo, at 53 secs
Geral Individual:
1. Geraint Thomas (GBr) Team Sky, in 49h24m43s
2. Chris Froome (GBr) Team Sky, at 1-39
3. Tom Dumoulin (Ned) Team Sunweb, at 1-30
4. Vincenzo Nibali (Ita) Bahrain-Merida, at 2-37
5. Primož Roglič (Slo) LottoNL-Jumbo, at 2-47
6. Romain Bardet (Fra) Ag2r La Mondiale, at 3-07
7. Mikel Landa (Esp) Movistar, at 3-13
8. Steven Kruijswijk (Ned) LottoNL-Jumbo, at 3-43
9. Nairo Quintana (Col) Movistar, at 4-13
10. Daniel Martin (Irl) UAE Team Emirates, at 5-11
Vamos lá então ás respostas!
1-    No Tour de France há as etapas monótonas e ganha a Team Sky e depois há as etapas como hoje onde todos atacam e ganha a Team Sky.
2-    Em 2016 Froome cai por causa de uma mota. A organização atribui-lhe o mesmo tempo do grupo onde ele estava inserido na altura do acidente. Ainda hoje olhamos para esse episódio e não conseguimos entender e perceber o que se passou com os tempos finais após essa etapa 12.  Em 2018 situação igual. Por motivos extra-corrida um ciclista cai. Foi Nibali , podia ser outro qualquer, menos um . Não podia ser Froome. Sabem porquê? Porque a Nibali foi-lhe atribuído, e bem, os 13s de atraso para os primeiros a cortar a meta. Se fosse a Froome seria outra coisa qualquer menos os regulamentos. Até temos medo de pensar o que aqueles tipos inventariam desta vez. Haja paciência.  ( Nibali abandona o Tour de France com uma vertebra partida).
3-    Desta vez não temos Wout Poels a beber coca-cola ao mesmo tempo que fecha os ataques dos principais rivais do seu líder Chris Froome. Não há Poels, mas há Bernal. Egan Bernal é colombiano, tem 21 anos, faz a sua estreia no Tour de France, aparece como gregário, mas meteu no bolso todos os “líderes” da Movistar Team.
 
4-  As famosas táticas de Eusébio Unzué e da sua Movistar. Nunca percebemos as suas intenções. A título de exemplo: como a etapa de ontem correu tão, mas tão bem à equipa espanhola…vai daí que Unzué repete na integra a mesma tática no dia de hoje! Há tipos com muita imaginação. Até para a estupidez
#TDF2018 #TDF18 #TDF
 

 

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Grande Prémio de Portugal N2


 
Começa hoje a primeira edição do Grande Prémio de Portugal Nacional 2. O nome diz tudo. O percurso ligará o km 0 da Estrada Nacional nº 2 em Chaves ao km 738 na capital algarvia, Faro.

A EN 2 é a mais longa estrada da Europa. Liga o interior do pais de norte a sul passando por 35 concelhos. Já foi uma via Romana e até “Estrada Real”, mas apartir de hoje e até domingo é percorrida em competição.

A ideia é original e engraçada e uma boa forma de promover o interior de Portugal Continental tantas vezes esquecido pelas mais diversas razões.

Desportivamente veremos! Apesar de ser de cat 2.2 e por isso aberta a equipas estrangeiras, a posição no calendário nacional não parece ser a mais favorável. Entre o GP Joaquim Agostinho e a Volta a Portugal. Se a prova percorrida pela zona de Torres Vedras é o último teste para a Volta a Portugal, o GPPN2 está muito próximo de ambas. São 3 provas praticamente seguintes num calendário nacional que necessitava urgentemente de competições depois da Volta a Portugal.

Ambição não falta à organização. Secalhar até demais e bastante exagerada.

o Grande Prémio de Portugal pretende afirmar-se como a maior prova de ciclismo de Portugal e ser uma referência mundial “

Bem, referência mundial? Daqui a 100 anos falamos !

As Etapas ( ver aqui):

1ªetapa - 18 de Julho: Chaves - Castro Daire, 140.7 km
 

2ªetapa - 19 de Julho: Castro Daire - Pedrógão Grande, 177.2 km
 

3ªetapa - 20 de Julho: Pedrógão Grande - Montargil, 144.1 km

4ªetapa - 21 de Julho: Montargil - Aljustrel, 159.7 km

5ªetapa - 22 de Julho: Ferreira do Alentejo - Faro, 142.8 km
 

O pelotão

Lista de inscritos: ver aqui

 
Nota: Perfis – fonte: http://www.pcm-portugal.com/forum/index.php

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Roger Walkowiak : O vencedor do Tour que não o queria ser !


 
Por incrível que possa parecer existe um ciclista que ganhou o Tour mas nada mudou na sua carreira e vida de uma forma positiva. Pelo contrário. O seu nome é Roger Walkowiak , francês de origem polaca vencedor da Grande Boucle de 1956.
 
Com as grandes figuras da altura ausentes: Bobet vencedor das 3 edições anteriores lesionado, Coppi caiu no Giro e partiu uma vertebra e não participou e Koblet e Magni já na fase descendente da carreira, o francês Walkowiak venceu a edição de 1956 beneficiando dos muitos minutos ganhos na primeira semana devida às suas fugas e à incompetência dos seus adversários que nunca acreditaram que um ciclista das equipas B , neste caso Walkowiak correu pela seleção regional Norte -  Este – Centro, conseguisse ultrapassar os Pirenéus e os Alpes.

É certo que Walkowiak perdeu minutos e minutos e sempre ficou para trás nas grandes subidas da prova francesa, mas quando o pelotão chegou a Paris ainda era ele que envergava a camisola amarela.  Foi o vencedor.
Mas nem todos festejaram. Não festejaram os adeptos que não conheciam Walkowiak, nem “festejaram” os órgãos de comunicação social da altura que sempre menosprezaram o grande feito do francês e sempre atribuíram mais demérito dos outros ciclistas que propriamente qualidades e mérito a Walko.

Ainda nos dias de hoje usamos expressões na gíria ciclista relacionadas com este episódio:

“ - isso é uma vitoria a Walko “
...ou seja , é uma vitória sem mérito.

Roger Walkowiak depois de 1956 nunca mais teve resultados relevantes o que reforçou ainda mais a “insignificância” da sua vitória.
Abandonou a competição em 1960 e abriu um bar na sua pequena cidade e nunca mais quis falar sobre a sua vitória no Tour de France de 1956.

Abriu uma exceção em 2000 e foi bastante esclarecedor:
                      “ oxalá nunca tivesse ganho aquele Tour “

quinta-feira, 5 de julho de 2018

GUIA TOUR DE FRANCE 2018


 
105ª edição do Tour de France.
Começa no próximo sábado e prolonga-se até dia 29 de julho a 105ª edição do Tour de France 2018. Ao contrário do que tem sido habitual a edição deste ano é percorrida quase na totalidade dentro do território gaulês. Há apenas uma pequena incursão em território espanhol na etapa com final em Bagnere de Luchon.

O Tour de 2018 traz algumas novidades. Era fundamental isso acontecer. O Tour de France é a prova ciclística mais importante do mundo e nos últimos anos tem perdido algum do seu esplendor para os rivais Giro e Vuelta. A razão: o espetáculo. Sejamos honestos! As últimas edições da Grande Boucle tem sido “uma seca “. Etapas monótonas, vencedores previsíveis e algumas polémicas que nada beneficiam a prova número 1 do calendário velocipédico. O Tour de France não pode renunciar a sua essência, os Alpes e os Pirenéus têm de marcar presença, o Tourmalet tem de ser conquistado, mas a ASO tinha obrigatoriamente de fazer alguma coisa para renovar e manter a prova com o dorsal 1 das grandes competições de 3 semanas.  A fasquia para o Tour 2018 está bastante alta. Uma Vuelta 2017 muito animada e um Giro 2018 que foi provavelmente a melhor grande volta dos últimos anos são concorrentes de luxo.

Deste logo a variedade de percurso. Há etapas para sprinters puros, mas também há uma primeira semana que parece sair do mês de abril da região das Ardenas. Há um mini Paris-Roubaix também na etapa 9 onde mais do que ganhar se pode perder o Tour. Depois temos a opção de etapas curtas que se querem explosivas e propicias ao espetáculo e emoção. Nos Alpes a etapa 11 terá apenas 108km e nos Pirenéus a novidade está na etapa 17 com os seus 65km. Será uma etapa em sprint, mas de alta montanha. O facto de o pelotão estar reduzido a 8 elementos por equipa também poderá trazer alguma imprevisibilidade à competição, na medida em que se supõe que as etapas serão mais difíceis de controlar. Cabe agora aos grandes protagonistas mostrarem que também em França é para andar rápido e bonito. Os adeptos só querem uma coisa: espetáculo.

Outra novidade é a inclusão nos 9 primeiros dias de um bónus de 3, 2 e 1s para os primeiros ciclistas. Estes sprints estarão colocados entre os 10 e os 30km para a meta e não contarão para as contas da camisola verde. Na meta, com a exceção das etapas de contrarrelógio, haverá a bonificação tradicional de 10, 6 e 4s.

Há neste Tour outro tema incontornável. A presença de Chris Froome!

O britânico acusou níveis de salbutamol superiores ao permitido na Vuelta 2017. Nunca foi suspenso! Nem tinha que ser! O caso foi para a justiça desportiva.  A ASO, organizadora do Tour de France, tem ameaçado não deixar competir o homem da Team Sky. A razão é só uma. Froome pode denegrir a imagem e a reputação da prova. Já abordamos o tema aqui não querendo fazer por isso grandes comentários.

Uma coisa é certa: Froome , perante a justiça desportiva é inocente. Não sabemos se o é para a justiça popular. De qualquer das formas tenham juízo e não façam nenhuma asneira à beira da estrada! Ou em francês do google tradutor: “soyez prudent et ne vous méprenez pas au bord de la route"
 
 
 
As Etapas.
Serão 21 etapas num total de 3351km distribuídos da seguinte forma:
- 8 etapas planas;
- 5 etapas acidentadas “rompe pernas” – incluindo uma etapa de Pavê : Roubaix.
- 6 etapas de montanha com 3 chegadas em alto: La Rosière, Alpe d´Huez e Col de Portet
- 1 contrarrelógio por equipas;
- 1 contrarrelógio individual
 
O percurso do Tour 2018

 
Ver percurso completo aqui.

Os destaques são óbvios: os contrarrelógios, as etapas montanhosas, destaque para a explosiva etapa 17 com apenas 65km, a etapa a terminar em Roubaix e mais um ou 2 apontamentos.  Vejamos.
A primeira semana de competição, além das típicas jornadas para sprinters, terá alguns momentos interessantes e que poderão influenciar de alguma forma as contas deste Tour de France:

Etapa 3 – 09/7/2018 – Cholet – Cholet (35,5km) : contrarrelógio por equipas
É o primeiro grande teste. São 35,5km que irão mexer e muito na classificação geral. Daqui podem sair beneficiados Richei Porte e os homens da Team Sky pois a BMC e a equipa britânica são as favoritas a percorrer no menor tempo os 35,5km.
O percurso é muito técnico e nos últimos km’s aparece a Côte de la Séguinière onde as diferenças entre as equipas podem surgir. Há distância suficiente para as melhores equipas (Team Sky, BMC ,Quick-Step Floors e Team Sunweb) conseguirem uma vantagem superior a 1 minuto para as restantes.
É um dia importante.

Etapa 6 – 12/7/2018 – Brest – Mur de Bretagne (181km)
São 181km muito acidentados típicos de uma clássica das Ardenas. Dupla passagem pelo Mur de Bretagne. A última passagem coincide com a meta final. São 2km com 6,9% média. As primeiras rampas são complicadas e atingem os dois dígitos. Em 2015 neste local ganhou o francês Alexis Vuillermoz mas em 2018 é outro francês o grande favorito à vitória: Julian Allaphillipe. Valverde, Avermaet , Sagan , Matthews e até Gilbert são os principais adversários do francês da QSF.


Etapa 9 – 15/07/2018 – Arras – Roubaix (156,5km)
A tão esperada etapa do “Paris – Roubaix”! No dia da final do campeonato do mundo de futebol o Tour de France tem um dos dias mais importantes. Nesta etapa são percorridos 15 sectores de pavê típicos do “Inferno do Norte”. Ok, não vamos ter o Trouée Arenberg nem o Carrefour de l´Arbre e o Mons-on-Pévèle terá apenas 900m, mas teremos de certeza um grande espetáculo. Em 2014 foi numa etapa idêntica, mas com menos sectores de pavê que Nibali ganhou uma vantagem importante para a concorrência para vencer mais tarde o Tour de France. Haverá duas lutas: a etapa e a geral. Na primeira o vencedor da edição 2018 do Paris -Roubaix é o grande favorito: Peter Sagan. Terá a concorrência de Avarmaet, Terpstra e de todos aqueles nomes que nos animam no “fabuloso” mês de abril. Para a geral de novo Nibali e até Froome podem sair favorecidos pois já demonstraram que se adaptam muito bem ao piso empedrado. Richie Porte pode ter aqui um dos dias mais complicados.
Um olho no campeonato do mundo de futebol e outro neste “mini” Paris-Roubaix no Tour de France.

 


Etapa 10 – 17/7/2018 – Annecy – Le Grand Bornand (158,5km)

Ao décimo dia de competição surgem os Alpes e a primeira etapa de alta montanha com um final em descida a terminar em Le Grand Bornand. Uma pergunta: quem foi o último ciclista a ganhar em Le Grand Bornand no Tour de France? Sim, esse mesmo, Rui Costa em 2013.
São 5 contagens de montanha. O Plateau des Giléres é de categoria especial, 6km a 11,2%, sendo que na sua parte final os últimos 2km são em terra batida. Mas o destaque são os últimos 35km e a sucessão do Col de Romme (8,8km a 8,9%), onde Andy Schleck foi primeiro em 2009, seguido do Col de la Colombière (7,5km a 8,5%). Aqui estamos somente a 14km da meta e é sempre a descer.
Os ciclistas que correm para a geral tem aqui o primeiro grande teste e devem ser eles a discutir esta primeira etapa de alta montanha que não é decisiva, mas se os homens que saíram do CREquipas na frente ganharem tempo nesta primeira abordagem montanhosa tem a vida facilitada.


 
Etapa 11 – 18/7/2018 – Alberteville  - La Rosière (108,5km)
Uma curta com pouco mais de 100km sendo a primeira chegada em alto. Nestes 108km há 4 contagens de montanha: 2 de cat especial uma de segunda e o final em La Rosière que é contagem de primeira categoria. A etapa 11 do Tour de France 2018 é replica da etapa 6 do Criterium Dauphiné. Aí ganhou Pello Bilbao da Astana. La Rosière estreia-se como final na Grande Boucle.
Espera-se uma etapa atacada desde o inicio até porque a jornada começa logo ao km13 com a ascensão ao Montée de Bisanne de cat HC (12,4km a 8,2%) , uma longa descida e a dupla Col du Pré (cat HC 12,6km a 7,7 ) com o Cormet de Roseland ( cat 2ª 5,7km a 6,5%). Nova descida de cerca de 20km e a subida final à estação de sky La Rosière (cat 1ª 17,6km a 5,8%). Não é um final difícil, aqui contará mais o acumulado de subida e o ritmo imposto durante a etapa. Não há um único km plano nesta etapa que percorre o coração dos Alpes e onde os candidatos à geral individual deverão tomar conta da corrida logo desde o seu inicio na cidade olímpica de Albertville.
Etapa 12 – 19/07/2018 – Bourg Saint Maurice – Alpe D’ Huez (175km)
Da estação de ski de La Rosière o pelotão ruma a outro local procurado pelos desportos de Inverno: o Alpe D Huez. Sim de Inverno, mas não só. Quando a neve derrete o Alpe D’ Huez e as suas 21 curvas é um local mítico para quem gosta de ciclismo.
É a etapa rainha do Tour 2018. São 175km, 3 contagens de montanha de cat HC e 1 de cat 2ª. Esta é a etapa dos Alpes das subidas míticas, aquelas que fazem a história da prova e do próprio ciclismo. Para quem está a ver de longe ou ao vivo será uma delicia apreciar as paisagens do Col de La Madeleine ( cat HC 25km a 6,2% ) os especatulares Lacets de Montvernier ( cat 2ª 3,4km a 8,2%) o indeterminável Col de la Croix de Fer ( 29km a 5,2%) e a sua descida de 31km e por fim esse santuário do ciclismo chamado Alpe D’ Huez ( cat HC a 13,8km a 8,1%).
Desde 2015 que uma etapa do Tour não termina em Alpe D’ Huez. Nesse ano ganhou Tibhaut Pinot. Curiosamente os últimos 3 vencedores foram todos franceses: Pinot: 2015, Riblon: 2013 e Pierre Roland: 2011. Será a vez de Warren Barguil ? Ou o jovem David Gaudu tem aqui a sua estreia de sonho a ganhar no Tour de France? É bem provável que a vitoria sorria a um nome de “segunda linha” e que lute pelos pontos na montanha. A etapa é propicia a uma fuga de nomes de qualidade como: De Gendt, claro; Barguil ; Majka , Calmejane , Gaudu , Latour; Daniel Navarro ou o colombiano Atapuma.
Só pelas paisagens vale apena ver esta etapa. Imperdível !
 
Etapa 14 – 21/07/2018 - Saint Paul Trois Chateaux – Mende (188km)
Depois dos Alpes, do dia de descanso e de uma etapa plana, o terreno acidentado regressa a caminho dos Pireneus. É a etapa 14 com final em Mende. Tal como as etapas da primeira semana uma jornada típica para homens de clássicas do mês de março e abril. Os últimos 50km são um sobe e desce e um rompe pernas. O final assente muito bem a homens como Allaphillipe; Valverde e Daniel Martin. Apesar de curto o Cote de la Croix Neuve com os seus 3km a 10,2% e a apenas a 1500m do final em Mende irá decidir o vencedor da etapa.
Uma fuga, uma chegada em grupo reduzido ou mesmo movimentações dos favoritos…tudo pode acontecer na etapa 14.

Etapa 17 – 25/07/2018 – Bagnères de Luchon – Saint Lary Soulan : Col de Portet ( 65km)
É a etapa de que todos falam. Foi apresentada pela organização como a grande novidade na edição 105ª do Tour de France. A razão é uma: a quilometragem. São apenas 65km com mais de 3000m de acumulado de subida, o que significa que serão 2horas corrida a subir muito e a descer. Não a espaço para grandes táticas e calculismos. Quem quiser ganhar tempo à concorrência é desde o km 0. A partida será um momento importante de tal modo que a organização decidiu que esta será feita em grelha, tipo F1 , onde os primeiros da geral estarão nas primeiras posições. Curta e espera-se explosiva. Aqui vão ser os principais candidatos à geral individual a tomar conta da corrida e um deles vai vencer no estreante Col de Portet. Froome, Quintana e Bardet são os favoritos a percorrer os 65km (33 são de subida) no menor tempo possível. Será uma espécie de contrarrelógio, mas onde partem todos ao mesmo tempo.
A etapa começa com a subida a Peyragudes o que quer dizer que o fabuloso Col de Peyresourde está incluído. São 15% a 6,7% de inclinação.  Segue-se o Col de Val Louron – Azet e os seus 7,4km a 8,3%  com uma fase inicial muito dura sempre a volta dos 10%. A cereja em cima do bolo é a ascensão ao Col de Portet. É a estreia no Tour de France que normalmente fica-se por Pla Adet. O Col de Portet é terrivel. Cat HC com 16km de extensão e 8,7% de inclinação média. Será o ponto mais alto do Tour 2018 com os seus 2215m de altitude e por isso o “Souvenir Henri Desgrange” , prémio atribuído ao primeiro ciclista a passar no ponto mais alto em competição.
Muito se tem falado do Col de Portet, sobretudo do pavimento. As difíceis rampas à saída da vila de Vignec estão em piso impecável. A dúvida aparecia sempre sobre os últimos 8km de subida. Muito se especulou se o Col de Portet seria o Colle delle Finestre do Tour uma vez que o pavimento era de gravilha. (ver aqui artigo sobre o colle delle Finestre).  Pois a resposta é não! O Col de Portet não será o Colle delle Finestre. Os últimos 8km foram alcatroados e a “inauguração” será no próximo dia 8 de julho. O Col de Portet tem tudo para se tornar uma das mais terríveis subidas no Tour de France.
A ASO arriscou nesta etapa, as expectativas serão muitos. Se terá êxito ou não só saberemos no dia 25/7 por volta 17h30m. A batata quente está nas mãos das grandes figuras do ciclismo mundial.


 

Etapa 19 – 27/7/2018 - Lourdes – Laruns  (200km)
É a despedida dos Pireneus e como tal da montanha. Estamos a 3 dias do final em Paris. É a última oportunidade para fazer diferenças na geral individual pelo que a jornada deverá ser controlada pelos homens da frente. O cansaço acumulado nas jornadas anteriores pode trazer dissabores a alguns dos pretendentes a estar nos lugares cimeiros.
Os 200km percorrem o conhecido Col de Aspin (cat 1ª 12km a 6,5%), o colossal e mítico Col du Tourmalet (cat HC 17km a 7,3%) e a dupla Col des Borderes e Col d’ Aubisque ( cat HC 16,6km a 4,9%) . De Aubisque até Lauruns será uma longa descida de 20km e por isso homens como Nibali, Froome ou Bardet podem ser os grandes favoritos a vencer a última etapa montanhosa no Tour de France 2018.
 
Etapa 20 – 28/7/2018 – Saint Pée sur Nivelle - Espelette – Crindividual ( 31km)
É o penúltimo dia de competição antes da consagração final nos Champs-Élysées. O percurso deste CR não é plano e a extensão de 31km pode fazer estragados e diferenças importantes se a corrida chegar a este ponto muito equilibrada. Froome , Dumoulin e Roglic tem aqui uma boa oportunidade para alargar vantagens ou recuperar tempo, enquanto que Nibali, Bardet e Quintana um difícil muito complicado.
Quem sair de amarelo de Espelette é o vencedor da edição 105ª do Tour de France.
 
Tour de France 2018 – O Pelotão.
 
São 22 equipas que irão estar na partida da 105ª edição do Tour de France. 176 ciclistas. Um pelotão mais reduzido face à redução do número de elementos por equipa. Dos habituais 9 para os atuais 8. Além de todas as equipas WorldTour, a ASO, organizadora da competição entregou o convite dourada a 4 equipas ProContinental. A escolha, como era de esperar e como tem sido hábito, recaiu quase na totalidade em equipas francesas: Direct Energie, Cofidis e Team-Fortuneo Samsic. A belga Wanty-Groupe Gobert ficou com a última vaga disponível.
Pela primeira vez deste 2008 que Portugal não terá presença na maior e mais importante prova de ciclismo do mundo. Rui Costa da UAE-Team Emirates é o grande ausente. Por lesão e indicação médica falha o Tour depois de também não ter participado no ano de 2017. Tiago Machado (Team Katusha) e Nelson Oliveira (Movistar Team) e a restante armada lusa em equipas WT, por opção técnica, não foram selecionados.
Ver lista completa de inscritos: aqui.
 
AG2R – La Mondiale
 
Os franceses da Ag2R apresentam-se no Tour de France com 7 vitórias em 2018 e com uma equipa em redor de Romain Bardet. O francês é a grande esperança de uma nação que não vê um compatriota acabar de amarelo nos Champs-Elysées já lá vão 33 anos. A Bardet falta-lhe apenas um lugar no pódio. O mais importante: o 1º. Foi segundo em 2016 e terceiro classificado o ano passado. O francês tem nos 65,5 km de contrarrelógio (por equipas e individual) o seu “calcanhar de Aquiles”.
Mathias Frank que já terminou em 8º lugar em 2015, Pierre Latour, com uma temporada de 2018 de bom nível, Alexis Vuillermoz e Axel Domont serão os homens com que Bardet contará para as etapas de montanha. Vuillermoz ganhou em 2015 no mesmo local onde a etapa 6 terminará: Mur de Bretagne.
Silvan Dillier e Oliver Naesen são os homens para ajudar Romain Bardet no terreno mais plano e sobretudo na etapa com final em Roubaix onde o suíço terminou na segunda posição no passado mês de abril.
Tony Gallopin provavelmente terá via verde para alcançar vitórias onde as dificuldades de terreno se farão sentir e onde as fugas possam vingar.
 
Astana Pro Team
 
A equipa cazaque tem sido uma das grandes dominadoras da temporada. Ao todo conta com 16 vitórias. Aparece no Tour de France sem um grande nome para a geral individual. Ainda assim a liderança da Astana deverá recair em Jakob Fulglsang que o melhor que conseguiu foi um 7º   lugar no ano de 2013. Para o ajudar na montanha terá o jovem Jasper Hansen, Tanel Kangert, Omar Fraile e o experiente Luis Leon Sanchez.
Fraile, Sanchez e Michael Valgren não irão desperdiçar a oportunidade de vencer etapas. No conjunto, estes 3 homens da Astana contam com 6 vitórias, todas elas isoladas.
Magnus Cort Nielsen é o homem escolhido quando as etapas terminarem ao sprint.
Uma curiosidade! Na equipa cazaque, 4 elementos, metade da formação para o Tour de France, são dinamarqueses. Todos os homens nascidos na Dinamarca foram selecionados pelo diretor desportivo Dmitriy Fofonov.
 
Bahrain-Merida

 
 
A equipa com origem no médio oriente tem no tubarão de Messina a sua principal figura. Vincenzo Nibali , já vencedor das 3 grandes voltas, tentará o seu segundo Tour de France. A época do italiano, com a exceção da brilhante vitória na Milano-SanRemo (ver aqui), não tem grandes momentos a assinalar, mas Nibali consegue sempre surpreender. Será que irá aproveitar a etapa de pavê para ganhar tempo aos seus adversários, tal como o fez em 2014? Para o ajudar nessa tarefa, Nibali terá o apoio de Sonny Colbrelli e Henrich Haussler. Para a montanha a seleção é grande e forte: Domenico Pozzovivo, os irmãos Gorka e Ion Izagirre e ainda o experiente Franco Pellizotti que irá realizar a sua 18ª grande volta.

BMC Racing Team
 
A principal arma da equipa americana é mesmo o coletivo. A BMC é a principal favorita à vitória no contrarrelógio por equipas que se realiza logo ao terceiro dia de competição. Nessa etapa, Richie Porte, o seu líder poderá ganhar segundos importantes aos seus rivais na luta pela classificação geral individual. O australiano vem de uma vitória no Tour de Suisse e luta por um lugar no pódio em Paris. Lugar esse que nunca conseguiu alcançar. O melhor que Porte alcançou no Tour de France foi um 5º lugar em 2016 no seu primeiro ano como líder na prova francesa. Em 2017 desistiu após aparatosa queda! Em 2018 terá argumentos para ser um dos primeiros quando a prova terminar em Paris?
Na montanha terá a ajuda de Tejay Van Garderen e Damiano Caruso. A rolar Porte contará com Simon Gerrans, Michael Schar, Stefan Kung e Patrick Bevin.
Na etapa de Roubaix o campeão olímpico Greg Avermaet será o líder da equipa e um dos candidatos à vitória.
 
 
 
Bora – Hansgrohe
 
A Bora-Hansgrohe não traz ninguém para lutar pela camisola amarela, mas tem 2 nomes favoritos na disputa pela camisola verde, a dos pontos e pela camisola às bolinhas vermelhas, melhor trepador.
Peter Sagan é o líder e depois da polémica expulsão do ano passado tentará tudo para alcançar a marca de 6 camisolas verdes igualando o recordista Erik Zabel.  Chega ao Tour de France com 6000 km em competição e com o ambicionado paralelo do “Inferno do Norte”. O eslovaco é o principal candidato à vitoria da etapa 9 em Roubaix e nas chegadas ao sprint dará muito luta aos homens mais rápidos do pelotão. Para o pavê e etapas sem grandes dificuldades os homens serão Daniel Oss, Lukas Postelberger, Maciej Bodnar e Marcus Burghardt: uma super equipa.
Para os pontos acumulados na montanha o homem é o polaco Rafal Majka que já venceu a camisola por duas ocasiões: 2014 e 2016. Majka já venceu por 3 ocasiões no Tour de France e se uma fuga chegar em alta montanha é bem provável que esteja na luta pela etapa.
Gregor Muhlberger que se estreia no Tour e Pawel Poljanski serão os outros homens para a montanha.

 
Cofidis – Solutions Crédits
 
Os franceses não são equipa WorldTour e por isso necessitaram de um wildcard para participar no Tour de France. Tem sido assim nos últimos anos. Mas se o momento deveria ser de celebração por mais uma participação na maior prova de ciclismo do mundo isso não parece estar a acontecer. O clima na equipa comandada por Cedric Vasseur é de cortar à faca! Tudo por causa de sprinters. De um lado Nacer Bouhanni, do outro Christophe Laporte. E o duelo aconteceu na estrada e em competição. Na primeira etapa da Route d’Occitanie ambos disputaram a vitória sendo que Laporte foi o mais rápido conquistando o seu 6 triunfo na presente época. Bouhanni não gostou e este episodio deverá marcar o seu destino numa equipa longe da Cofidis. Para já Vasseur deu um sinal muito forte: a escolha recaiu em Christophe Laporte que será acompanhado por Dimitri Claeys, Jesus Herrada, Cyril Lemoine e Anthony Perez.
Não há ninguém para a geral individual e por isso os restantes elementos tem como objetivo “caçar etapas”. Vamos ver Nicolas Edet e Julien Simon em fugas e Daniel Navarro a tentar ir para a frente em etapas com montanas. Navarro pode ambicionar a camisola branca às bolinhas.
Team Dimension Data
 
Os sul africanos têm em Mark Cavendish a sua grande aposta para ganhar etapas. O britânico não tem tido uma época fácil com muitas quedas e este ano conta apenas com uma vitória. No entanto Cavendish está entre os primeiros lugares quando a etapa terminar em pelotão e de forma rápida. A sua equipa traz homens importantes e bons para fazer a aproximação á meta: Edvald Boasson Hagen (que tem poderá estar na luta pelos sprints) , Mark Renshaw ( eterno lançador de Cavendish ), van Rensburg ( campeão sul africano) e Jay Thomson ( estreia no Tour) .
Para a montanha e caçar etapas a Team Dimension Data aposta em: Serge Pauwels , que já alcançou um 13º lugar em 2015, e poderá por ventura estar na luta pela classificação da montanha,  o holandês Tom-Jelte Slagter e Julien Vermote.
 
 
Direct Energie
 
Outra equipa francesa a receber o wildcard e com o grande objetivo de lutar por etapas. Tem homens para isso. Há que destacar Lilian Calmejane vencedor da etapa 8 na edição de 2017. O francês já tem 2 vitorias este ano e pode ser uma boa aposta para fugir ao pelotão em etapas de dificuldade elevada, tentar pontuar para a camisola às bolinhas, mas também para repetir o êxito do ano passado. Romain Sicard, Rein Taaramae e Fabien Grellier são outros elementos com caraterísticas idênticas, mas talvez com menos qualidade.  
Para terreno plano a formação aos comandos de Jean-René Bernaudeau apresenta Jerome Cousin, Damien Gaudin e o sprinter Thomas Boudat.
O veterano Sylvain Chavanel, que fará o seu 18º Tour e conta com 3 vitórias, é o homem para as etapas mais acidentadas da primeira semana de competição

EF Education First-Drapac
 
Escolha a pensar no líder: Rigoberto Uran.
O colombiano chega ao Tour de France com 2 vitórias em etapas (Colômbia Oro y Paz e Tour of Slovenia) e disposto a fazer melhor que em 2017. Mas se Uran for melhor que em 2017 isso quererá dizer que vence a competição, algo difícil de imaginar.
Para o proteger na montanha, Uran terá em Daniel Martinez, Lawson Craddock, Simon Clarke e principalmente no francês Pierre Roland as principais referências. Roland já ganhou 2 etapas no Tour e em 2012 terminou na 8ª posição e conforme estiver a corrida poderá ter liberdade para caçar etapas.
Taylor Phinney e o estreante Thomas Scully são roladores pelo que o seu papel será secundário. Sep Vanmarcke será sempre um nome a ter em conta para a etapa do pavê , isto se não tiver nenhum azar….claro!
 
Team Fortuneo – Samsic
 
Uma das grandes figuras do Tour de 2017 precisou de um wildcard para participar na edição 105. Falamos de Warren Barguill. Vencedor da camisola de melhor trepador, 10º da geral individual, mas foi sobretudo pelas suas exibições nas duas etapas que venceu em 2017 que será recordado. Barguill mostrou ter muito “panache” e talento. Este ano e do que fez até ao momento mais apagado, mas será provável ver Barguil a lutar por etapas com chegadas em alto. Depois do Col Izoard ficava-lhe tão bem …por exemplo, o Alpe d’ Huez.  
O resto da equipa é composta sobretudo por “trepadores “e “puncheurs”. A Fortuneo-Samsic deverá ser das equipas mais animadoras nas etapas mais acidentadas: Maxime Bouet , Elie Gesbert, Romain Hardy, Kevin Ledanois, Amael Moinard , Laurent Pichon e Florian Vachon.

Groupama – FDJ
 
Thibaut Pinot é a grande figura da formação francesa, mas não estará presente no Tour de France. Abandonou o Giro de Itália na última semana e não competiu mais. A liderança da Groupama -FDJ está assim entregue ao sprinter Arnaud Demare. A composição da equipa assim confirma. Para ajudar o francês a ganhar etapas ao sprint temos: Jacopo Guarnieri, Ramon Sinkeldam, Olivier Le Gac e Tobias Ludvigsson. Um comboio interessante! Veremos como consegue Demare lidar com tamanha aposta.
Sozinho para a montanha aparece o jovem David Gaudu. Se há homem da Groupama-FDJ que poderá ter um lugar de destaque na geral individual é Gaudu que também é um dos fortes candidatos à camisola branca da juventude.
De resto veremos Arthur Vichot e Rudy Molard na frente da corrida, em fugas, tentando o triunfo.
Team Katusha – Alpecin
 
Os russos liderados pelo português José Azevedo apenas venceram 3 etapas até ao momento. O ano não tem sido famoso, mas se conseguirem 2 ou 3 vitorias no Tour de France a época está minimamente conseguida. Quem o poderá fazer? Marcel Kittel e Ilnur Zakarin! Mais o alemão que o russo, é certo.
Das 3 vitorias da época, 2 foram conseguidas por Kittel no Tirreno Adriático, só que nas suas últimas aparições foi completamente dominado pelos seus adversários diretos. Para formar o comboio teremos Rick Zabel, o alemão Nills Politt e Pavel Kochetkov.   
O russo Ilnur Zakarin chega à Grande Boucle sem resultados de relevo. Nas provas onde competiu não mostrou capacidade para seguir na frente com os melhores. Zakarin participa no Tour apenas pela segunda vez e o seu grande objetivo será um top 5. Traz para o ajudar nas etapas montanhosas o americano Ian Boswell e o croata Robert Kiserlovski .
Tony Martin vai ter liberdade para tudo: tentar ganhar o CRIndividual, ataques a 3 ou 4 km da meta ou fugas mais longas. Também deve ter a “liberdade” de ajudar tanto Kittel como Zakarin.
 
Lotto - Soudal
 
Os belgas da Lotto-Soudal não tem propriamente um líder. Tem uma equipa preparada para tentar a vitória em quase todo o tipo de etapa. Desde logo André Greipel que começou a época a ganhar na Austrália, mas dai para a frente não conseguiu mais ser o primeiro a cortar a linha da meta. Terá o apoio de Jasper de Buyst e Marcel Sieberg. O sprinter alemão conta com 11 vitórias na prova francesa, mas desde 2016 não sabe o que é ganhar.
Depois temos uma série de ciclistas de caraterísticas “puncheur”. De destacar Tiesj Benoot que ganhou de forma espetacular a Strade Bianche, Jelle Venendert que já sabe o que é ganhar no Tour de France e Tomasz Marczynski que no ano passado brilhou na Vuelta a Espanha.
Numa equipa talhada para o ataque falta mencionar o campeão das fugas: Thomas de Gendt . Quando ganha já sabemos como é! É sozinho e bonito.
 
 
Team Lotto NL - Jumbo
 
A equipa holandesa leva ao Tour uma formação bastante equilibrada e com boas hipóteses de conquistar etapas. Para as chegadas em sprint trazem Dylan Groenewegen. O holandês tem sido um dos grandes finalizadores da temporada 2018, conta com 5 vitórias e já sabe o que é ganhar no Tour de France, fê-lo em 2017 à frente de homens como Greipel e Bouhanni. Para formar o comboio a Team Lotto-Jumbo conta com Amund Grondhal Jansen que faz aqui a sua estreia na prova, Timo Roosen e o experiente Paul Martens.
No que diz respeito à geral individual as opções serão duas: Primoz Roglic que está a fazer uma época no mínimo brilhante e também Steven Kruijswijk que de brilhante não tem nada a assinalar até ao momento. Mas o Tour é uma prova especial e o holandês pode tornar-se uma das peças chave para o sucesso da Team Lotto-Jumbo.
Robert Gesink , 5º em 2010 , parece não ter o fulgor de outros tempos mas é sempre um homem a considerar para entrar em fugas nas etapas de alta montanha e quiçá ambicionar a camisola às bolinhas vermelhas.
O jovem Antwan Tolhoek é a surpresa da lista de nomes escolhidos por Nico Verhoeven. Talento não lhe falta e pode surpreender a luta pela camisola de melhor jovem.

Mitchelton-Scott
 
A formação da equipa australiana para a edição 105 do Tour de France é no mínimo estranha. Quando tudo levava a crer que Caleb Ewan faria a sua estreia na principal prova ciclística, foi com espanto de todos, incluindo do próprio, que o seu nome não fazia parte dos 8 elementos escolhidos. Ewan, apesar da sua juventude, já mostrou que luta de igual para igual com os melhores sprinters do mundo e tinha fortes probabilidades de fazer bons resultados nas etapas discutidas a grande velocidade.
Sendo assim não se percebe porque é que a Mitchelton-Scott leva 5 roladores para o Tour de France: Jack Bauer, Luke Durbridge , Mathew Hayman, Michael Hepburn e Damien Howson. Sendo que o líder da equipa será Adam Yates. Yates procura no Tour aquilo que o irmão conseguiu fazer, em certa parte, no Giro de Itália. O britânico que já alcançou um 4º lugar em 2016 terá o apoio apenas do experiente Mikel Nieve. É muito pouco.
São difíceis de entender estas opções da equipa australiana.
 
Movistar Team
 
Se há equipa onde a formação para o Tour de France foi falado por meio mundo ciclístico, foi a espanhola Movistar Team. A grande pergunta é: quem é o líder? Provavelmente nem o Eusébio Unzue sabe responder à questão. Uma equipa que se apresenta com Alejandro Valverde que é como o vinho do porto, quanto mais velho, melhor e já leva 9 vitorias na presente temporada. Depois a normal aposta da equipa espanhola nas últimas edições do Tour de France, o colombiano Nairo Quintana. Quintana procura a camisola amarela final quando já terminou a prova por duas vezes na 2ª posição: 2013 e 2015. Por fim Mikel Landa que se transferiu da Team Sky para a Movistar Team à procura de espaço e liberdade para ser líder e ambicionar à vitória numa grande volta. São 3 galos para um só poleiro. Que compatibilidade terão os 3 ciclistas quando de forma natural um deles estiver melhor? Será que vamos ver Valverde e Landa a trabalhar para Quintana na 3ª semana? Ou o colombiano ajudará o espanhol Landa na concretização do objetivo de chegar a pódio no Tour de France?
Para ajudar “à festa” temos ainda Andrey Amador e Marc Soler. Os dois estão aparentemente presentes para ajudar os 3 líderes, mas também têm as suas legitimas aspirações. Andrey Amador já foi segundo no Giro de Itália, mas pode tentar no Tour de France uma vitoria inédita em etapa, coisa que ainda não conseguiu nas suas 3 participações. Marc Soler foi vencedor da última edição do Paris -Nice e um forte candidato à camisola de melhor jovem ou até de melhor trepador.
Numa equipa com tantas soluções para a montanha e para o terreno acidentado alguém tem de por ordem no pelotão e controlar as fugas caso a liderança da prova esteja com a equipa de Unzue. Esse trabalho caberá a Daniele Bennati, Imanol Ervitti e José Joaquim Rojas.
Será Eusébio Unzue capaz de gerir tanta qualidade tanta ambição durante as 3 semanas de competição? Veremos! Matéria prima da boa, há e muita!
 
 
 
Quick-Step Floors
 
A equipa de Patrick Lefévere e Davide Bramati tem dominado por completo a temporada. Ao todo já são 42 vitórias! E tanta vitória é sinonimo de qualidade. E é essa a principal característica da formação belga que se apresenta no Tour de France. Um misto de juventude com experiência com muitas soluções para aumentar senda vitoriosa.
Destaque para o super colombiano Fernando Gaviria que se estreia no Tour de France. Gaviria é um dos sprinters do momento e leva 7 vitórias este ano. Tem em Maximiliano Richeze o seu lançador de eleição que o deixará nas primeiras posições nos últimos 300 metros. Se tudo correr bem Gaviria irá vencer no Tour e quiçá lutar até pela camisola verde dos pontos.
Philippe Gilbert, Nick Terpstra e o atual campeão belga Yves Lampaert serão os nomes a ter em conta na etapa de Roubaix . Todos eles já sabem o que é ganhar em cima de pavê e espera-se uma grande ofensiva da equipa Quick-Step Floors durante a etapa 9.
Julian Alaphilippe e Tim Declercq são os “puncheur “de serviço. O francês tem na primeira semana de competição uma serie de etapas que lhe assentam muito bem. O Mur de Bretagne tem a cara de Alaphilippe.
Com tantos nomes apontados para vencer etapas alguém tem de lutar por um lugar na classificação geral individual. Bob Jungels, campeão luxemburguês, é o escolhido. Não será fácil. Jungels não tem grande apoio nas etapas de montanha e a concorrência é muito elevada.

Uma grande equipa, grandes nomes e muito provavelmente mais vitórias para a Quick-Step Floors.
 
 
Team Sky
 
Neste momento Christopher Froome faz parte dos 8 elementos da equipa britânica Team Sky que irá atacar o Tour de France. Depois de ilibado e o caso em que era arguido relativamente ao uso excessivo de salbutamol ter sido arquivado nada pode impedir Chris Froome de começar a prova com um único objetivo: alcançar a sua 5ª vitoria e juntar-se ao grupo dos imortais: Anquectil , Merckx, Hinault e Indurain. A intenção por parte da organização de impedir que o britânico participe no Tour por denegrir a imagem da competição tem neste momento um grande senão: Froome, perante a justiça desportivo, foi considerado inocente. Assim sendo será o líder da Team Sky.
A Team Sky apresenta uma equipa muito forte. Froome e apesar do desgaste do Giro de Italia é o grande favorito à vitoria final e tem em Geraint Thomas e Wout Poels os seus melhores escudeiros. Mas não é só. Também Michal Kwiatkowski é no Tour um gregário de luxo para ajudar o britânico. E não paramos por aqui, porque se falarmos em homens para a etapa a Team Sky ainda nos brinda com o jovem colombiano Egan Bernal. Bernal faz aqui a sua estreia numa grande volta. Habituem-se porque Bernal é o futuro do ciclismo. Temos de colocar no lote de ciclistas capaz de ganhar etapas, lutar por um dos primeiros lugares e naturalmente vencer a camisola branca da juventude.
E as “estrelas “acabam por aqui ? Não. Gianni Moscon , cada vez melhor em terreno acidentado e etapas rompe pernas , o contrarrelogistas espanhol Jonathan Castroviejo e o rolador Luke Rowe que pode ser a surpresa da equipa britânica para a etapa de Roubaix.

Ufa! Já acabamos. A Team Sky é o alvo a abater.
 
 
Team Sunweb
 
Os alemães da Team Sunweb protagonizaram um Tour 2017 de sonho. 4 etapas e as camisolas verdes e às bolinhas vermelhas. A fasquia é alta para 2018 e melhor só mesmo a camisola amarela.
Tom Dumoulin é o líder incontestável. Dumoulin entra no Tour como candidato à vitoria final. Tem, no entanto, uma perda de última hora. Wilco Kelderman seria o seu braço direito nas etapas de montanha. Caiu no campeonato holandês e falha o seu 3 Tour de France. A ajuda a Dumoulin fica assim entregue a Simon Geschke e principalmente ao experiente Laurens Ten Dam.
Se temos Dumoulin para a amarela, temos Michael Matthews a tentar repetir a vitória na camisola por pontos apoiado por Soren Kragh Andersen, Chad Haga e Edward Theuns.
É difícil repetir o êxito de 2017. Melhor só mesmo a vitória final de Tom Dumoulin. O holandês é um dos candidatos à vitoria final enquanto Matthews irá tentar repetir a vitoria da camisola verde.

Trek-Segrafredo
 
Os americanos da Trek-Segafredo tem em Bauke Mollema a maior esperança a conseguir um bom lugar na geral individual. O holandês que já fez 6º lugar em 2013 tem a ajuda de Julien Bernard, estreante no Tour de France , e Koen de Kort.
Outro elemento de destaque é naturalmente John Degenkolb. O alemão parece não ter o mesmo fulgor e capacidade física de outras épocas, nunca ganhou no Tour de France, mas já sabe o que é erguer os braços no velódromo de Roubaix.
Jasper Stuyven tem nas etapas da primeira semana boas oportunidades para tentar a sorte. O belga é perito em etapas acidentadas e gosta de ataca-las. A concorrência é elevada, mas neste tipo de etapas Stuyven é dos melhores.
De resto teremos uma equipa sem grandes nomes que tentarão ir para a fuga do dia: Michael Gogl , Tsgabu Grmay e Toms Skunjins.
UAE-Team Emirates
 
A UAE-Team Emirates tem em Alexander Kristoff e Daniel Martin as suas grandes figuras para o Tour de France. Sendo que a aposta é maior no sprint norueguês uma vez que a equipa dos emirados arabes unidos traz o sprinter Roberto Ferrari  e os roladores Marco Marcato ,Rory Sutherland e Oliviero Troia que se estreiam no Tour de France. Das 7 vitórias em 2018, 4 são de Kristoff que não ganha em França desde 2014. Chega à prova francesa com a 8000km de competição! Será capaz de fazer frente à elite mundial de sprinters?
Para a geral individual temos Daniel Martin. Se conseguir o mesmo lugar que em 2017 o objetivo do irlandês está alcançado. Martin foi 6º lugar em 2017. Não terá grande ajuda na montanha uma vez que Darwin Atapuma e Kristijan Durasek irão andar em fugas na tentativa de ganhar etapas.  O colombiano Atapuma tentará em 2018 acabar com o enguiço dos 2º lugares em etapas em grandes voltas.
 
 
Wanty- Groupe Gobert
 
A equipa belga foi das que recebeu o wildcard para participar no Tour de France. Traz uma equipa disposta a dar nas vistas e isso significa atacar e entrar em fugas. Guillaume Martin é um jovem talentoso com alguns resultados de destaque. Este ano conta com 2 vitorias e o ano passado um honroso 23º lugar na prova francesa. Guillaume Martin andará nas fugas em dias de montanha.
Quem anda muitas vezes nas fugas são: Guillame van Keirskulck, Yoann Offredo e Thomas Degand. É provável ve-los escapados desde os primeiros km da etapa.
Timothy Dupont é o sprinter da equipa. Um pódio numa etapa será uma grande conquista.
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Startlist: aqui
Percurso: aqui
Transmissão TV : Eurosport 1 e RTP
Hastag: #TDF #TDF2018 #TDF18
Boas pedaladas
AT
Nota: ao longo da competição iremos publicar algumas crónicas aqui no Blog: as já nossas famosas “estórias de ciclismo” e “subidas com estória.
É provável uns vídeos ao vivo e a cores da Grande Boucle.
Veremos!