quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Omloop Het Nieuwsblad 2020



 
Para os mais distraídos ou para os menos experientes e novatos nesta época do ano onde os campos começam a florear, os dias ficam maiores e os pássaros andam numa cantoria e que se chama “Clássicas “( por engano alguns chamam-lhe Primavera ),  informamos que começa amanhã a 1ª clássica do ano - a Omloop Het Nieuwsblad (OHN) , seguida da Kuurne – Bruxelles-Kuurne no domingo.

A partir de agora, se o COVID-19 deixar, a atenção do mundo do ciclismo a sério dirige-se maioritariamente para a Bélgica, com algumas incursões na Itália e França.  Para a região da Flanders tudo começa amanhã e culminará no grande dia. Esse dia é o Tour Flandres que é como quem diz em flamengo: Ronde van Vlaanderen (RVV). Esse maldito dia onde cada “flemish “bebe a maior quantidade possível de cerveja produzida pelo vizinho ao mesmo tempo que vê passar os homens das bicicletas nas estradas empedradas e construídas pelo bisavô depois da devastação da 1º guerra mundial. Esse dia de celebração acontecerá no próximo dia 5 de Abril e na altura certa falaremos dele.

Agora a OHN.
 

 


Omloop Het Nieuwsblad 2020
OHN 2020
 
A OHN, prova realizada desde 1945 e umas das mais importantes do calendário ciclístico, apenas em 2017 entrou no principal calendário da UCI: o World Tour.
Quase todos os nomes importantes belgas já a ganharam: Merckx, Vlaeminck , Maertens, van Petegem, Museeuw, Planckaert, Gilbert e Avermat. Greg Avermat é o vencedor das duas últimas edições ganhas por belgas (2016 e 2917).  Quase todos ganharam a OHN. Quase. Falta um. Por sinal o belga com maior palmarés em provas importantes de 1 dia: Tom Boonen. Em 2019 foi o checo Zdenek Stybar a levar o troféu. Ele que também ficou com a vitória na E3 BinckBank Classic e um honroso 4º lugar na Strade Bianche.
Zdenek Stybar venceu em 2019
 
Há outra particularidade importante a registar em relação à OHN. Para os mais desatentos nós dizemos: a OHN é a única “grande” corrida de um 1 dia ganha por Sep Vanmarcke. Foi no longínquo ano de 2012. Ele que é o ciclista mais azarado do mundo e anda SEP= Sempre Em Perseguição.
 
Percurso OHN 2020

 

A edição de 2020, tal como em 2018 e 2019, marca uma grande diferença em relação a anos anteriores: o percurso. O início em Gent mantem-se e a meta em Ninove também e isso significa dificuldade e provavelmente uma prova muito mais seletiva. Só nos últimos 40km de prova teremos: o Leberg, o Berendries , o Valkenberg , o TenBosse e principalmente teremos , e estes já em pavê, os bem conhecidos Muur e o Bosberg lembrando os finais da Ronde de outrora. Quando terminarem os 980m do Bosberg faltarão apenas 12km para o fim.
Kapelmuur


O Bosberg parece querer ganhar o protagonismo de outros tempos. Aqui brilharam Boonen e também Edwig Van Hooydonck que atacou para ganhar isolado a RVV de 1989 e 1991 adquirindo assim a alcunha de “ Eddy Bosberg”.
Bosberg

O Pelotão: os Belgas

 

Os belgas, como é natural, tem dominado a OHN e partem como fortes candidatos a vencer embora nos últimos anos tivemos vitórias de Stannard , que venceu contra 3 Quick Step , Luca Paolini , Flecha , Langveld e Hushovd , em 2018 Michael Valgren e o ano passado Zdenek Stybar.
 
Greg Avermaet (CCC Team) estará presente e será um dos principais candidatos. Se ganhar a edição de 2020 Avermat junta-se ao restrito lote de homens tricampeões na OHN: Van Petegem, Joseph Bruyère e Ernest Sterckx.

Tim Wellens ( Lotto Soudal)  está em boa forma como se viu na Algarvia e se for preciso atacar de longe para ganhar vantagem Wellens não terá qualquer problema e todos sabemos como ele o faz. E faz muito bem. Tim Wellens foi terceiro em 2019 e no seu palmarés falta-lhe uma grande clássica belga.

Também o companheiro de equipa de Wellens, Philippe Gilbert, aparece no lote de belgas candidatos à vitoria em Ninove. A qualidade de Gilbert é inegável e já ganhou a prova por duas vezes. Quando em boa forma é um luxo ver correr o valão, mas para este ano o grande objetivo é outro , o objetivo de uma carreira desportiva. Gilbert corre à procura do único Monumento que lhe falta: Milano-Sanremo ( COVID-19 não estragues a festa) !!!

Oliver Naesen da AG2R la Mondiale é também um homem a ter em conta. Tal como também é Jasper Stuyven da Trek Segrafredo .

Yves Lampaert (Deceuninck Quick Step), Dylan Teuns (Bahrain MacLaren), Tiesj Benoot (Team Sunweb) e Sep Vanmarcke (EF Education First) não são candidatos principais, mas não deixarão de aproveitar a oportunidade para vencer a primeira clássica do ano.

Um destaque especial para o super Wout van Aert (Team Jumbo-Visma). Para quem não sabe, van Aert vem do cyclocross . Disputa há anos o top da modalidade com o super Mathieu van der Poel (ausente da OHN 2020 por motivos de doença). A época de cross de van Aert não correu muito bem. Perdeu grande parte da temporada devido à queda sofrida no Tour de France 2019 onde conquistou uma etapa de forma espetacular. Wout van Aert tem muita qualidade e aquilo que não conseguiu “dar “na temporada de cyclocross pode consegui-lo na sua segunda grande época de ciclismo de estrada e logo numa das principais equipas: a Team Jumbo-Visma. A aposta da equipa holandesa em van Aert é forte. Na OHN foi 32º em 2018 e 13º em 2019, mas as exibições de Wout van Aert na Strade Bianche 2019 ( 3º), na Milano Sanremo 2019 ( 6º ), na E3 BinckBank Classic ( 2º),  na  Ronde van Vlaanderen de 2018 ( 9º), na Gent-Wevelgem 2018 (10º) , no Paris-Roubaix 2018 (13º) e principalmente na Strade Bianche 2018 onde terminou no terceiro posto depois de uma corrida literalmente ao ataque deste os primeiros quilómetros, deixam água na boca e a perspetiva de que no futuro Wout van Aert poderá ser uma das principais referências em provas muito duras de apenas 1 dia. Esperamos que sim. Wout van Aert bem merece e os adeptos de ciclismo querem ver as épicas lutas nas pistas de cross entre o belga e o holandês Mathieu van der Poel repetidas no alcatrão e nos empedrados das clássicas de um dia.
Wout van Aert
 

 

 
Pelotão: Os Outros
Além dos ciclistas belgas há outros nomes a apontar.
Mathieu van der Poel, estava previsto na partida da OHN 2020. Apresentava-se como um dos grandes favoritos, senão mesmo o grande favorito a vencer. Não irá participar devido a doença. A sua estreia na temporada de clássicas fica assim adianta para a Strade Bianche a disputar no próximo dia 7 de março.
Mas há mais !
 
Zdenek Stybar , o checo da Deceuninck Quick-Step venceu a prova do ano passado e por isso aparece este ano com o dorsal nº 1. Stybar sabe o que é fazer pódio em provas de muita dificuldade e onde pequenas, mas duras subidas, marquem o resultado. Stybar divide a liderança da Wolfpack com o dinamarquês Kasper Asgreen e com o luxemburguês Bob Jungels que também são boas apostas para a equipa de Lefévère.


Mads Pedersen ( Trek Segafredo) apesar de trazer a camisola do arco-iris pode surpreender na primeira grande clássica do ano aproveitando a “ marcação “ entre ciclistas mais favoritos.
O vencedor do ano 2018 Michael Valgren (NTT Pro Cycling) podem dar “chapelada “aos homens nascidos na terra do Tintin. Valgren é a principal aposta da equipa sul africana para as clássicas da primavera. O dinamarquês teve uma grande época 2018 ao triunfar na OHN e depois na Amstel Gold Race . O ano passado as coisas não correram nada bem e o melhor que alcançou foi um quarto lugar na Bretagne Classic - Ouest-France. Em 2020 Valgren quer regressar aos triunfos e nada melhor que começar a vencer onde realmente é um dos melhores do pelotão: corridas de 1 dia.
Michael Valgren venceu em 2018
 
Para muitos a verdadeira época e todo o esplendor do ciclismo começa amanhã. Sabemos que isso não é totalmente verdade, até porque já temos ciclismo desde os primeiros dias de janeiro Mas uma coisa é certa! Flanders + Helligen + prova de 1 dia = espetáculo e emoção. Por vezes os 200km de provas como aquela que se inicia em Gent e termina em Ninove valem muito mais que os 3000km das grandes provas de três semanas.
Que comecem os muros de empedrado, as provas atacadas logo desde o inicio e as fugas com sucesso!
Que comece o CICLISMO ROMÂNTICO!!!!!

 


 
Startlist: aqui
O percurso: aqui

O livro oficial : aqui

Transmissão TV: Eurosport 14h00 pelas
Hastag: #OHN20; #OHN2020
 
Boas pedaladas !
AT
 




domingo, 23 de fevereiro de 2020

Volta ao Algarve 2020: Etapa 5 - Lagoa - Lagoa ( CRI)


Pódio Volta ao Algarve 2020
 
Etapa 5: Lagoa-Lagoa CRI (20,3 km)

Pouco há a dizer sobre a etapa que encerrou a 46ª Volta ao Algarve. As palavras e os rios de tinta que Remco Evenepoel irá obrigar a escrever vão ser guardados para futuras ocasiões. Daqui a algum tempo as vitórias de Evenepoel no Algarve, em San Sebastian, no Tour San Juan e na Baloise Belgium Tour, serão “secundárias” quando comparadas com o seu provável palmarés. Sim, é futurologia, nada está certo, apenas temos a sensação de que estamos perante um fenómeno daqueles que irão marcar uma geração.
Remco Evenepoel
 
Hoje Remco Evenepoel (Deceuninck Quick-Step) venceu a Volta ao Algarve e venceu também o contrarrelógio. Foi mais rápido que Rohan Dennis (Team Ineos) campeão do mundo da especialidade e Stefan Kung (Groupama FDJ) vencedor do CRI de Lagoa em 2019. Mas Evenepoel fez mais! Deu 38s Michał Kwiatkowski (Team Ineos), 46s ao seu colega de equipa Yves Lampaert e 53s a Geraint Thomas (Team Ineos) . Remco Evenepoel cilindrou a concorrência. Depois de Tadej Pogacar em 2019, também Evenepoel vence a Algarvia com apenas 20 anos.
Classificação Etapa 5 :
 
 


O pódio ficou completo com Maximilian Schachmann (Bora- hansgrohe) na segunda posição e Miguel Angel Lopez (Astana Pro Team) em terceiro lugar.
 
Remco Evenepoel vence também a camisola para melhor jovem em competição, Fábio Jakobsen (Deceuninck Quick-Step) fica com a verde dos pontos e o melhor trepador da Algarvia foi o belga Dries De Bondt (Alpecin-Fenix). A Team Ineos vence a classificação geral por equipas.

Três portugueses terminaram no top 10: Rui Costa (UAE Team Emirates) foi o melhor terminando em 4º, João Almeida (Deceuninck Quick-Step) foi 9º e Amaro Antunes (W52- FC Porto ) ficou-se pela 10ª posição.

Classificação Geral Volta ao Algarve 2020:
 

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Ponto final na melhor e mais importante prova de ciclismo disputada em Portugal. Foram 5 dias onde as estradas algarvias foram percorridas por sete campeões olímpicos, mundiais e europeus em título. O melhor ciclista português da atualidade disputou até ao último dia os primeiros lugares da geral. Vencedores das maiores provas de ciclismo do mundo, alguns até já venceram as três grandes voltas, também competiram na Algarvia. Das 9 equipas continentais portuguesas 8 marcaram presença. A prova foi transmitida para 83 países e na Noruega passou em canal aberto. Um evento desportivo excecional de projeção de uma região e do próprio pais. Mas digam-nos uma coisa: quantos minutos de Volta ao Algarve passaram no canal público português?
 
Boas pedaladas.
 
AT

  




sábado, 22 de fevereiro de 2020

Volta ao Algarve 2020: Etapa 4 : Albufeira - Alto do Malhão


Angel Lopez vence no Malhão
 
Etapa 4: Albufeira – Alto do Malhão (Loulé) 169,7km

Ao contrário do que tem sido habitual na Volta ao Algarve, o Alto do Malhão não encerrou a corrida portuguesa. Por isso a expectativa para o dia de hoje era imensa. Quem não é contrarrelogista e tem ambições em vencer a geral individual vai atacar forte logo na primeira passagem pelo Malhão! Era isto que todos os adeptos e entusiastas de ciclismo esperavam desta etapa 4.  Nada disto aconteceu e a etapa rainha da Volta ao Algarve deixa-nos um amargo de boca e um misto de desilusão.

O dia começou com uma fuga de 10 elementos:  Dries de Bondt (Alpecin-Fenix), David González (Caja Rural-Seguros RGA), Tom Devriendt (Circus-Wanty Gobert), Daniel Hoelgaard (Uno-X Norwegian Development Team), Luís Mendonça e Tiago Antunes (Efapel), Rafael Lourenço (Kelly-InOutBuild-UDO), Daniel Freitas (Miranda-Mortágua) e João Rodrigues (W52-FC Porto). O algarvio da equipa da W52 – FC Porto ainda passou sozinho na primeira abordagem ao Alto do Malhão, mas no circuito de cerca de 20km foi apanhado pela alcateia da Deceuninck Quick – Step. Os últimos 3km da corrida coincidiram com a subida final para a meta e as grandes movimentações só aconteceram a cerca de 500m do fim. Foi Miguel Angel Lopez (Astana Team) a saltar para a frente e a vencer no Alto do Malhão, triunfando pela primeira vez este ano. Dan Martin (Israel Start-Up Nation ) foi segundo e o belga Remco Evenepoel ( Deceuninck Quick Step ) fechou o pódio e segurou a camisola amarela à entrada para o ultimo dia de Volta ao Algarve. Rui Costa (UAE Team Emirates) foi o melhor luso terminando na 5ª posição.

Os 20km finais na luta “contra o relógio” de amanhã em Lagoa vão decidir o vencedor da 46ª edição da Algarvia. Para já três ciclistas estão na frente da geral individual empatados com o mesmo tempo: Evenepoel , Dan Martin e Maximilian Schachmann (Bora- hansgrohe). De Evenepoel , camisola amarela , até Frederico Figueiredo ( Atum General/Tavira/ Maria Nova Hotel ) 10º classificado, são apenas 31s de diferença , mas o jovem prodígio belga de apenas 20 anos tem tudo para vencer novamente numa temporada que começa a ser de sonho para um ciclista que aos 17 anos sonhava em ter uma grande carreira….no futebol.
 


Classificação Etapa 4:


Classificação Geral:
 
 

Etapa 5:  – Lagoa-Lagoa CRI (20,3 km)
 

O contrarrelógio de amanhã vai decidir o vencedor da Volta ao Algarve. São 20km ondulantes onde normalmente os especialistas saem vencedores. Remco Evenepoel é super favorito para vencer etapa e a geral. Tem como principais adversários o campeão do mundo Rohan Dennis (Team Ineos) e Stefan Kung ( Groupama FDJ ).

Boas pedaladas!

AT

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Volta ao Algarve 2020 : Etapa 3 : Faro - Tavira


Cees Bol vence em Tavira


 Etapa 3 - Faro – Tavira (201,9 km)

Uma maratona de mais de 200km fez do dia de hoje a etapa mais longa da 46ª Volta ao Algarve. A fuga do dia formou-se logo nos primeiros metros da corrida: Gotzon Martin (Fundación Orbea), Tiago Antunes (Efapel) e Alexander Grigorev (Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel). O trio andou na frente cerca de 180km e foi nessa altura que o ritmo aumentou vertiginosamente. As chegadas a Tavira são marcadas pela última curva antes da reta da meda. E hoje não foi diferente. Um trabalho notável da Team Sunweb , em especial de Nikias Arnt que colocou Cees Bol num lugar perfeito para sprintar rumo à sua primeira vitória em 2020. O jovem holandês bateu a concorrência deixando em segundo Sacha Modolo (Alpencin – Fenix ) e Fábio Jakobsen ( Deceuninck Quick-Step ) na terceira posição.  O melhor português no dia de hoje foi novamente Luis Mendonça ( Efapel) que terminou na 16ª posição. 

Na geral individual Remco Evenepoel (Deceuninck Quick - Step) continua de amarelo perseguido por Maximilian Schachmann (Bora – hansgrohe) e por Dan Martin (Israel Start-Up Nation).
 


Classificação Etapa 3:
 
 
Classificação Geral: 

 
 


Etapa 4: Albufeira – Malhão (Loulé) (169,7 km)

 


Km 66,7 - Picota (3ª Cat., 1.7 Km a 7.0%)

Km 104,4 - Barranco do Velho (3ª Cat., 1.7 Km a 6.0%)

Km 133 - Alte (3ª Cat., 2.3 Km a 6.9%)

Km 146,7 - Malhão (2ª Cat., 2.5 Km a 9.8%)

Meta - Malhão (2ª Cat., 2.6 Km a 9.5%)

A etapa de amanhã é relativamente curta e traz algumas novidades em relação a edições anteriores.  A distância entre as duas passagens pelo local da meta (Alto do Malhão) é encurtada pela exclusão da subida a Vermelhos. O objetivo é tornar a corrida mais agressiva logo na primeira passagem pela meta. Quem quiser marcar diferenças na etapa 4 deverá partir a corrida logo na primeira ascensão, até porque as diferenças registadas amanhã irão ser decisivas na forma de encarar o contrarrelógio individual de domingo.

Boas pedaladas

AT

 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Volta ao Algarve 2020 - Etapa 2 : Sagres - Alto Foia ( Monchique)



Remco Evenepoel vence no alto da Foia
Etapa 2 : Sagres – Alto da Foia ( Monchique ) 183,9km

Ao segundo dia de prova as primeiras diferenças na Algarvia. Uma etapa relativamente calma que começou a animar nos últimos 20km com a UAE Team Emirates (Joe Dombrowski ) a impor o ritmo no Alto da Pomba. O pelotão ficou reduzido a cerca de 50 elementos e foi com este número que a corrida entrou em Monchique para a subida final ao Alto da Foia.  Não foi uma subida muito atacada. No início novamente a UAE Team Emirates desta vez com Jan Polanc a ter as despesas da corrida. Um trabalho que não foi compensado com o ataque de Rui Costa que o seguiu sempre na roda. O primeiro a atacar foi Miguel Angel Lopez (Astana Team) seguindo-se Simon Geschke (CCC Team) sem grandes resultados. A 500m da meta de depois de um grande trabalho do português João Almeida, Remco Evenepoel ( Deceuninck Quick Step ) acelera e ninguém mais o consegue alcançar. Maximilian Schachmann (Bora – hansgrohe) foi segundo e Dan Martin (Israel Start-Up Nation) terceiro. O melhor português foi Rui Costa (UAE Team Emirates) que terminou na quarta posição. Grandes derrotados do dia os dois líderes da Team Ineos. Michał Kwiatkowski perde 27s e Geraint Thomas 1m2s. Boa prestação da armada portuguesa que além de Rui Costa colocou Frederico Figueiredo (Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel ) em 7º , Amaro Antunes (W52 FC Porto ) em 10º e João Almeida ( Deceuninck Quik Step ) em 13º .
 


Classificação Etapa 2
 

Classificação Geral Individual
 


Etapa 3 - Faro – Tavira (201,9 km)

Km 63,4 - Portela da Corcha (3ª Cat., 4.2 Km a 4.5%)
Km 78,4 - Cachopo (3ª Cat., 4.0 Km a 5.5%)

 


A cidade de Tavira, que adora ciclismo, irá receber a terceira etapa da Volta ao Algarve. Um dia relativamente calmo com e contagens de montanha de 3º cat na primeira metade da etapa. Em Tavira a tradição manda que o dia acabe em sprint e amanhã é a última oportunidade para os homens mais rápidos do pelotão saírem vencedores.
 
Boas Pedaladas
AT

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Volta ao Algarve - Etapa 1 ( Portimão - Lagos )

Fabio Jakobsen vence etapa 1 


Etapa 1 – Portimão – Lagos (195km)

Primeira etapa da Algarvia com a tradicional chegada ao sprint na cidade de Lagos.

No início a jornada ficou marcado pela longa fuga de 3 homens: Diego Lopez (Fundación Orbea); Alvaro Trueba ( Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel) e o português Pedro Paulinho (Efapel). O trio foi alcançado a cerca de 20km da meta e foi aí que o dia animou. Uma pequena rampa e Tim Wellens atacou a corrida e os alarmes soaram dentro do pelotão. Mexidas de Geraint Thomas (Team Ineos ); Rui Costa ( UAE Team Emirates) e Remco Evenepoel ( Deceuninck Quick- Step) .

Mas a chegada a Lagos foi em pelotão compacto, sem comboios formados e onde o holandês Fábio Jakobsen ( Deceuninck Quick- Step) "cilindrou" a concorrência e repete a vitória alcançada em Lagos em 2019. Elia Viviani ( Cofidis ) foi o primeiro a arrancar para a meta mas ficou-se pela segunda posição e o italiano Matteo Tretin ( CCC Team ) fechou o pódio.  O melhor português foi Luis Mendonça da Efapel ao terminar em 14º. 



Etapa 1 - Classificação. 






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Etapa 2 – Sagres - Alto da Foia (Monchique) 183,9km
Etapa 2 : Sagres - Alto Foia


A etapa 2 da Volta ao Algarve ligará Sagres ao ponto mais alto da região algarvia: Alto da Foia em Monchique. É o primeiro grande teste a quem tem como objectivo vencer a corrida portuguesa. Tal como o ano passado a subida é feita por Monchique o que significa um início menos agressivo e menos inclinado. Vantagem para os homens que sobem bem, mas que gostam pouco de fortes inclinações. No entanto os ciclistas encontraram inclinações a rondar os 10% nalguns pontos da ascensão.  Um grupo de 10 a 20 ciclistas deverá discutir a vitoria na etapa 2. A novidade está na difícil subida ao Alto da Pomba (3,5km a 7,6%) que este ano está apenas a 6km de Monchique e pode ser uma boa oportunidade para mexer na corrida e fazer a selecção de ciclistas para a subida final à Foia.

Boas Pedaladas
AT

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Volta ao Algarve 2020 - o GUIA


A nossa melhor prova velocipédica está quase a dar o tiro de partida: é a Algarvia 2020.
A maior competição de ciclismo realizada em Portugal começa já no próximo dia 19 de fevereiro em Portimão e termina no dia 23 em Lagoa. É a Volta ao Algarve. É a sua 46ª edição.

Nem sempre foi assim, mas desde 2006 que o é. A aposta foi ganha e hoje durante 5 dias podemos ver pedalar nas estradas algarvias os melhores atletas da modalidade. Quando alguém pouco dado ao ciclismo fica surpreendido quando lhe dizemos que a melhor e mais importante competição é a Volta ao Algarve, contrariando a resposta tradicional que seria: Volta a Portugal, a razão é o argumento apresentado anteriormente. Na Volta ao Algarve estão os melhores do mundo. Os ciclistas e as equipas !

Num grande trabalho de organizadores, patrocinadores, camaras municipais, região de Turismo do Algarve e de todos os algarvios entusiastas de ciclismo, ano após ano a Algarvia tornou-se uma referência no calendário das equipas. O facto de pelo 4º ano consecutivo a competição ter transmissão televisiva demonstra bem a excelência do trabalho realizado.
Alto do Malhão - Alberto Contador. Foto: Rui Quinta
 

No Algarve aproveitam-se as oportunidades: bom tempo, boa hotelaria, boas estradas, bons percursos. Estas são as principais características que as equipas procuram nesta altura da época onde na maioria dos países europeus neva, faz vento e muito frio. Na Algarvia uma equipa pode ficar sediada no mesmo hotel durante toda a competição sem grandes complicações na logística. Aqui todos os hotéis ficam relativamente perto do início de cada etapa e do seu final.

A edição que começa já na próxima quarta-feira com 771 km tem, na teoria, duas chegadas para sprinters (Lagos e Tavira), duas chegadas em alto para trepadores e punchers ( Foia e Malhão ) e um CRI que este ano se realiza novamente em Lagoa mas aparece no ultimo dia de competição.

Participam 12 equipas do escalão máximo: World Tour; 5 equipas Pro Team e as 8 equipas portuguesas inscritas no escalão Continental.
 

 
O pelotão (ver starlist aqui)
Ano após ano ouvimos dizer que “este é o melhor pelotão de sempre” o que não é necessariamente verdade. Mas este ano é mesmo verdade! É o melhor pelotão a percorrer as estradas portuguesas no ano 2020. Não há grandes dúvidas nisso.  Muitas equipas, principalmente as equipas WT apresentam-se na Volta Algarve 2020 com as  suas melhores peças dando sinal que estão em Portugal para ganhar “andamento” com os seus melhores ciclistas.

 

ASTANA TEAM



A equipa cazaque tem em Miguel Angel Lopez a grande referência e o seu homem para a geral individual. Há outro homem que pode ser o plano B , ou mesmo o A uma vez que Miguel Angel Lopez ainda não competiu este ano , que é Luis León Sánchez. O murciano vem de uma vitoria de etapa na volta à na sua “ terra natal “ e sabe o que é fazer primeiro lugar no Alto da Foia ( 2016)


BORA-HANSGROHE
 

Ainda não é este ano que Peter Sagan vem disfrutar do sol algarvio e os fãs portugueses da sua presença.
O campeão alemão Maximilian Schachmann apresenta-se como líder da equipa que tem em Jempy Drucker o homem apontado às duas etapas mais rápidas. Lennard Kamna pode ser umas das boas surpresas da Volta ao Algarve e pode aspirar a mais do que a camisola branca da juventude onde se apresenta como um dos grandes candidatos a vencê-la.
 
 
CCC TEAM


A equipa polaca volta ao Algarve reforçada. Greg van Avermaet e Matteo Trentin estão no lote de estrelas que irão percorrer as 5 etapas da prova portuguesa. Muito dificilmente podem discutir a geral individual, mas são homens para surpreender o pelotão e conquistar uma etapa para a CCC Team.


COFIDIS, SOLUTIONS CRÉDITS

Os franceses subiram ao escalão máximo do ciclismo e no Algarve a sua grande estrela é o campeão europeu Elia Viviani. O italiano é um dos grandes candidatos a vencer as chegadas a Lagos e a Tavira. Para o ajudar nessa difícil tarefa a Cofidis traz outro reforço da Deceuninck Quick Step , Fabio Sabatini.

 
 DECEUNINCK-QUICK STEP
 

A alcateia belga da Deceuninck-Quick Step começou o ano como terminou o anterior. A vencer em tudo o que são corridas. Com poucos dias de competição já triunfaram por 8 ocasiões e no Algarve o objetivo é continuar com a senda de vitórias. Para isso trazem uma das grandes figuras do pelotão internacional. Com apenas 20 anos Remco Evenepoel é um dos candidatos a vencer a Volta ao Algarve. Vuelta a San Juan deste ano já é dele. Mas a equipa não se resume apenas a Evenepoel. Há também o holandês Fábio Jakobsen para vencer o sprint e até o português João Almeida pode ter um papel de destaque.
 GROUPAMA - F D J

Os franceses não têm homens para a geral individual. Para a Volta ao Algarve o objetivo é levar Stefan Kung aos lugares cimeiros no contrarrelógio individual de Lagoa. O jovem Alexys Brunel pode lutar pela camisola branca.
 
ISRAEL START UP NATION
 
Os israelitas subiram ao escalão World Tour e reforçaram-se muito para a temporada 2020. Um desses reforços foi o irlandês Daniel Martin, uma presença habitual na Volta ao Algarve. Já ganhou no alto da Foia no ano 2017. É o homem apontado à geral individual. O alemão Nils Pollit (outro reforço) pode ser uma boa aposta para tentar vencer numa fuga vitoriosa.
 
 
LOTTO SOUDAL

Finalmente Tim Wellens vem ao Algarve e é a sua primeira competição na temporada. Normalmente Wellens vence logo no início do ano, mas no pais vizinho. Em boa forma podemos ver o homem da Lotto Soudal a subir a Foia e o Malhão com os melhores. A equipa belga vem com as duas maiores contratações para 2020. Philippe Gilbert que regressa a uma casa onde já foi muito feliz continua a sua preparação para o grande objetivo da temporada: Milan- San Remo. John Degenkolb muda de equipa e quer voltar rapidamente aos patamares próximos daquilo que já demonstrou. Em 2011 ganhou a segunda etapa com chegada a Lagos.
 

TEAM INEOS

Das últimas 6 edições da Volta ao Algarve 4 foram ganhas pelos britânicos. Duas vitorias para Geraint Thomas e outras tantas para Michał Kwiatkowski. Ambos estão presentes na Algarvia e estão no lote de favoritos. Depois ainda há Rohan Dennis, campeão do mundo de contrarrelógio e Jonathan Castroviejo, campeão espanhol da especialidade, para atacar forte o último dia em Lagoa.

 
TEAM SUNWEB
 
Uma equipa jovem sem os principais nomes da equipa alemã. Ilan Van Wilder pode ser a sensação da equipa, foi 3º classificado na Volta a França do Futuro em 2019.


TREK-SEGAFREDO

Os americanos da Trek-Segafredo apresentam-se no Algarve com uma equipa bastante equilibrada e com nomes que habitualmente associamos a bons resultados. Vincenzo Nibali é o maior reforço da equipa americana e é a principal figura na Volta ao Algarve. Ainda não competiu este ano por isso a sua prestação será uma incógnita. Bauke Mollema será o segundo nome mais conhecido da Trek-Segafredo. Acabou o ano 2019 em grande com duas vitórias: Il Lombardia e no Japan Cup Cycle Road Race. Jasper Stuyven é um “ habitué” nas estradas algarvias e pode ser uma boa aposta para surpreender os sprinters mais desatentos.


UAE TEAM EMIRATES

A equipa árabe traz Rui Costa como principal figura para a geral individual. O português deve ser ajudado nessa tarefa por Joe Dombrowski e Jan Polanc. Alexander Kristoff é o principal sprinter da equipa e Ivo Oliveira pode lutar por um top 10 nas etapas mais rápidas e discutidas em cima da linha de meta. Destaque para o tricampeão do mundo de contrarrelógio em escalão sub-23, o dinamarquês Mikkel Bjerg que aposta forte no último dia de prova.
ALPECIN-FENIX


A equipa belga vai estrear-se na Volta ao Algarve e o publico português vai ter o privilégio de ver ao vivo e a cores uma das maiores figuras do ciclismo mundial: Mathieu van der Poel. O holandês não tem como prioridade vencer a Algarvia, os seus objetivos são maiores, mas Poel não vai abdicar da sua condição de grande favorito. As subidas da Volta ao Algarve podem não fazer mossa e enquanto tiver força nas pernas Mathieu van der Poel é quase invencível.
CAJA RURAL-SEGUROS RGA



Os espanhois da Caja Rural tem em Jon Aberasturi o seu homem para as etapas de sprint. Depois os objetivos passarão pelas fugas, mostrar patrocínios e projetar novos ciclistas.
 
CIRCUS – WANTY GOBERT CYCLING TEAM


Habituados a outras corridas e a outros terrenos os belgas da Circus- Wanty Gobert tem em Xandro Meurisse a grande figura. O belga acabou de vencer de forma surpreendente a Vuelta a Múrcia e no Algarve quer continuar a ter boas sensações. Danny Van Poppel pode intrometer-se nos primeiros lugares nas etapas em sprint.  O resto da equipa deverá andar nas fugas do dia e “mostrar a camisola”.

FUNDACIÓN – ORBEA


A equipa basca tem uma formação com nomes bem conhecidos dos adeptos portugueses. Alguns já aqui venceram provas e etapas. São o caso de Mikel Aristi , talvez o melhor nome da Fundación-Orbea venceu na Volta a Portugal de 2019 e Julen Irizar vencedor do GP Estrada N 2 no ano 2018.  António Angulo mudou-se este ano da Efapel para a equipa espanhola.
 
 
Uno-X Norwegian Development Team


Os dinamarqueses eram uma equipa Continental em 2019. Este ano subiram de escalão fruto do bom desempenho de alguns jovens promissores. Tobias Foss , venceu a Volta a França do Futuro e rumou para a Team Jumbo-Visma, mas a formação continua com bons nomes. É o caso de Markus Hoelgaard, Torjus Sleen (contrarrelógio) e Andreas Leknessund.
 
 
EQUIPAS PORTUGUESAS CONTINENTAIS.
 

 
Com a exceção da Vito-Feirense, todas as equipas portuguesas Continentais estarão presentes na Volta ao Algarve. São 8: Atum General /Tavira/ Maria Nova Hotel; Aviludo- Louletano, Efapel; Kelly / InOutBuild / UD Oliveirense; LA Aluminios; Miranda – Mortágua; Radio Popular Boavista; e W52- FC Porto.

A equipa da W52 – FC Porto é a melhor equipa nacional. Amaro Antunes está de regresso à equipa que o levou à vitória no Alto do Malhão e ao quinto lugar na geral individual. João Rodrigues, vencedor da Volta a Portugal 2019, quer repetir as boas exibições do ano anterior.
Nas outras equipas as hipóteses de sucesso são quase nulas. Na Volta ao Algarve às equipas Continentais portuguesas resta-lhes a visibilidade mediática da competição e as transmissões televisivas. Do conjunto apresentados pelos diretores desportivos português destacam-se: Vicente García de Mateos pelo Aviludo-Louletano , Tiago Machado e Luis Mendonça pela Efapel, Henrique Casemiro na UD Oliveirense ou João Benta e Luis Fernandes da Radio Popular Boavista.
 
Sobre o percurso já se disse o mais importante. São 5 etapas, duas com chegadas rápidas, duas com chegada em alto e um contrarrelógio individual. No total são 771 km.  Mas há 3 boas novidades na edição deste ano. A chegada ao ponto mais alto do Algarve no segundo dia de prova (Foia) deverá ser um dos pontos decisivos para encontrar o vencedor final. São no total 15km com uma pendente média de 4,7%. Tal como o ano passado a subida é feita por Monchique o que significa um início menos agressivo e menos inclinado. Vantagem para os homens que sobem bem, mas que gostam pouco de forte inclinação. No entanto os ciclistas encontraram inclinações a rondar os 10% nalguns pontos da ascensão.  Um grupo de 10 a 20 ciclistas deverá discutir a vitoria na etapa 2. A novidade está na difícil subida ao Alto da Pomba que este ano está apenas a 6km de Monchique e pode ser uma boa oportunidade para fazer uma boa seleção de ciclistas para a subida final à Foia.
 
A outra novidade é a etapa do Malhão. Passa para sábado e a distância entre as duas passagens pelo local da meta é encurtada pela exclusão da subida a Vermelhos. O objetivo é tornar a corrida mais agressiva logo na primeira passagem pela meta.
Também há alterações no CRI. O local e o percurso são os mesmos, mas o CRI de Lagoa passa para domingo fazendo com que as grandes decisões da Volta ao Algarve só sejam conhecidas nos últimos metros de competição.
1ª etapa:19/02 – Portimão -Lagos (195,6 km ) PERFIL


2ª etapa: 20/02 – Sagres-Foia (Monchique) (183,9km ) PERFIL


3ª etapa: 21/02 – Faro – Tavira (201,9 km ) PERFIL


4ª etapa: 22/02 – Albufeira – Malhão (Loulé) (169,7 km ) PERFIL


5ª etapa: 23/02 – Lagoa-Lagoa CRI (20,3 km) PERFIL
 

Transmissão Televisiva: Eurosport 1
 
Livro Oficial da Prova: aqui
 
Starlist : aqui
 
Perfis das etapas: aqui
 
Hastag: #valgarve2020
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Boa Volta ao Algarve 2020
AT