terça-feira, 4 de maio de 2021

Volta ao Algarve 2021 - O GUIA

 



A nossa melhor prova velocipédica está quase a dar o tiro de partida: é a Algarvia 2021.

A maior competição de ciclismo realizada em Portugal começa já amanhã em Lagos e termina no dia 9 no Alto do Malhão. É a Volta ao Algarve. É a sua 47ª edição.

Nem sempre foi assim, mas desde 2006 que o é. A aposta foi ganha e hoje durante 5 dias podemos ver pedalar nas estradas algarvias os melhores atletas da modalidade. Quando alguém pouco dado ao ciclismo fica surpreendido quando lhe dizemos que a melhor e mais importante competição é a Volta ao Algarve, contrariando a resposta tradicional que seria: Volta a Portugal, a razão é o argumento apresentado anteriormente. Na Volta ao Algarve estão os melhores do mundo. Os ciclistas e as equipas!

Num grande trabalho de organizadores, patrocinadores, camaras municipais, região de Turismo do Algarve e de todos os algarvios entusiastas de ciclismo, ano após ano a Algarvia tornou-se uma referência no calendário das equipas. O facto de pelo 5º ano consecutivo a competição ter transmissão televisiva demonstra bem a excelência do trabalho realizado.

Alto do Malhão: Alberto Contador: Foto Rui Quinta


No Algarve aproveitam-se as oportunidades: bom tempo, boa hotelaria, boas estradas, bons percursos. Na Algarvia uma equipa pode ficar sediada no mesmo hotel durante toda a competição sem grandes complicações na logística. Aqui todos os hotéis ficam relativamente perto do início de cada etapa e do seu final.

Inicialmente prevista para o mês de fevereiro, a Volta ao Algarve, foi adiada para maio devido à pandemia de Covid-19. Esta alteração não foi benéfica para a competição. Embora mantenha a excelência do pelotão, a edição 2021 tem uma redução significativa de equipas do escalão máximo da UCI. Das habituais 12, este ano o pelotão conta apenas com 7 equipas Word Teams. “Entalada “entre a Volta à Romandia e o Giro de Itália que começa já no próximo sábado, os principais nomes do ciclismo mundial e que habitualmente marcam presença em Portugal, escolheram outras paragens. Acresce que a Volta a França, devido aos Jogos Olímpicos, começa ligeiramente mais cedo e por isso os estágios de preparação também.  Com o final da época das clássicas, com muitos ciclistas a descansar e a recuperar desse frenético mês, retirou alguns nomes sonantes à edição deste ano da Algarvia.

A edição 2021 tem 766 km, na teoria, duas chegadas para sprinters (Portimão e Tavira), duas chegadas em alto para trepadores e punchers (Foia e Malhão ) e o CRI de Lagoa que este ano regressa ao penúltimo dia de prova

Participam 7 equipas do escalão máximo: World Teams; 8 equipas Pro Teams e 10 equipas do escalão Continental.


O pelotão (ver starlist aqui)

Ano após ano ouvimos dizer que “este é o melhor pelotão de sempre” o que não é necessariamente verdade. E este ano não é mesmo verdade! É o melhor pelotão a percorrer as estradas portuguesas no ano 2021. Não há grandes dúvidas nisso. Mas está longe de outras edições. Na partida em Lagos estarão presentes 7 equipas World Teams, o escalão máximo da UCI. Já foram 12.  Serão 8 equipas Pro Teams e 10 equipas Continentais: as 9 portuguesas e a americana Hagens Berman Axeon.

World Teams
Deceuninck Quick-Step
INEOS Grenadiers
UAE Team Emirates
Bora-Hansgrohe
AG2R Citroën Team
Groupama-FDJ
Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux.

Pro Teams
Burgos-BH
Caja Rural-Seguros RGA
Equipo Kern Pharma
Euskaltel-Euskadi
Delko
Team Arkéa-Samsic
Bingoal Pauwels Sauces WB
Rally Cycling

Equipas Continentais
Antarte-Feirense
Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel
Efapel
Kelly-Simoldes-UDO
LA Alumínios-LA Sport
Louletano-Loulé Concelho
Rádio Popular-Boavista
Tavfer-Measindot-Mortágua
W52-FC Porto.
Hagens Berman Axeon

UAE Team Emirates



A equipa árabe já venceu a Volta ao Algarve com Tadej Pocagar em 2019. Nesta edição da Algarvia os comandados por Joxean Matxin trazem um conjunto um pouco desequilibrado. Rui Costa será o líder, é um dos candidatos a vencer uma prova onde já fez terceiro lugar em 2014. Mas o ciclista poveiro não tem, aparentemente, uma equipa para o ajudar a conquistar esse objetivo. Na formação da UAE Team Emirates faltam homens que protejam o líder nas duas etapas com maior dificuldade montanhosas: Alto da Foia e Malhão. Talvez Andres Ardilla , que venceu o “ Baby Giro “ em 2019 e o dinamarquês Vegard Stake Laengen, possam ser os fieis escudeiros de Rui Costa.  A formação dos Emirados Árabes Unidos conta ainda com os manos Oliveira. 

AG2R Citroën Team



As principais figuras dos franceses da AG2R Citroen Team ficaram “ em casa” e não vão estar na linha de partida em Lagos. Mathias Frank vai estrear-se no Algarve e é o homem apontado para a geral individual. Olivier Naesen vem das clássicas onde não conseguiu resultados de maior. O mais provável é o belga estar bastante desgastado e não deverá ter grandes oportunidades nos muros da serra algarvia. Para as chegadas ao sprint a seta apontada é Marc Sarreau , mas a concorrência é tão grande que francês muito dificilmente conseguirá triunfar na Volta Algarve.

Bora-Hansgrohe



Os alemães da Bora-Hansgrohe tem opções para todas as chegadas na Volta ao Algarve. Pascal Ackermann é um sprinter de elite mas ainda não conseguiu triunfar este ano. Será que em 2021 se vai estrear a vencer na prova portuguesa? Em 2019 Ackermann não venceu nenhuma etapa mas conquistou a camisola verde. Martin Laas deverá ser a última roda de Ackermann que pode ainda contar com a ajuda do veterano Andreas Schillinger e de Selig Rudiger. Mas a grande aposta da equipa do manager Enrico Poitschke é o alemão Lennard Kamna. O jovem de 24 anos terminou a prova algarvia de 2020 na 7ª posição, mas em 2021 é um dos principais candidatos a  acabar vestido de amarelo depois da etapa final do Alto do Malhão. Kamna é bom no contrarrelógio individual, foi vice-campeão europeu U-23 em 2016 e também tem evoluído bastante a subir. Na presente temporada venceu a etapa 5 da Volta à Catalunha e terá ambição de continuar a senda vitoriosa nas estradas do sul de Portugal. Nils Politt pode ser uma boa ajuda se for preciso impor um ritmo elevado à entrada das principais dificuldades ou até uma boa opção para a Bora-hansgrohe “picar o ponto” numa etapa onde a fuga tenha sucesso. A rolar há poucos ciclistas com a mesma qualidade que o gigante alemão.

 Deceuninck Quick-Step



Venceram a Volta ao Algarve em 2020 com o fenómeno Remco Evenepoel e dificilmente conseguem repetir a mesma proeza. Mas a Wolfpack de Patrick Lefèvère tem uma forte probabilidade de vencer etapas e ser, como é habitual, umas das grandes protagonistas da prova. A equipa está montada para as chegadas ao sprint e as opções são muitas e boas: Sam Bennett já venceu por 5 vezes esta temporada e quer estrear-se a ganhar na prova portuguesa. Fabio Jakobsen regressou à competição na Volta à Turquia e está a ganhar confiança depois da grave queda o ano passado na Volta à Polónia. Davide Ballerini teve um início de época fantástico ao vencer a Omloop Omloop Het Nieuwsblad e duas etapas do Tour de La Provence. O comboio para este trio de luxo de sprinter vai ter como maquinista o vetereno dinamarquês Michael Markov. E que papel terá na equipa Deceuninck Quick-Step o super Kasper Asgreen ? O desgaste de uma soberba época de clássicas, onde venceu a Ronde van Vlaanderen e a E3 Saxo Banck, deve ser muito, mas Asgreen é capaz de fugir ao pelotão, ganhar vantagem sufuciente e vencer isolado. E não precisa de muitas oportunidades….

 Groupama-FDJ



A equipa francesa é uma presença assídua na Volta ao Algarve e este ano não será exceção. Uma equipa de segunda linha onde se destacam o campeão luxemburguês Kevin Geniets, Olivier Le Gac que deve ser o homem escolhido para a geral individual , ele que conhece bem as estradas algarvias e em 2020 acabou na 25ª posição, Benjamim Thomas , um contrarrelogista que é o atual vice-campeao francês da especialidade e a juventude do sprinter holandês Marijn van den Berg que transita da equipa continental da Groupama FDJ para a formação principal e já sabe o que é ganhar em 2021 , venceu o GP Adria Mobil.

INEOS Grenadiers



A super formação britânica aparece no Algarve sem grandes aspirações à geral individual. Dos 7 elementos apenas 2 já participaram na Volta ao Algarve. São eles Sebastian Henao e o sprinter Owain Doull. É difícil definir qual o líder da equipa de Dave Brailsford, talvez o jovem equatoriano Jhonatan Narvárez que tem uma boa ponta final e passa de forma razoável as curtas dificuldades montanhosas. 

Intermarché-Wanty-Gobert Matériaux.



Os belgas subiram ao escalão máximo da UCI e o destaque irá para os irmãos Van Poppel que são a aposta para as duas etapas mais rápidas e que presumivelmente terminarão ao sprint e para o experiente Baptiste Planckaert que também tem uma boa ponta final. Os jovens Eiking Odd Christian e Georg Zimmermann deverão ser as melhores opções para as etapas mais acidentadas. 

Bingoal Pauwels Sauces WB



Estreia na Volta ao Algarve da equipa e da totalidade da formação apresentada. Os belgas estiveram presentes na Clássica da Arrábida no passado domingo onde Rémy Mertz terminou na terceira posição. Mas a maior referência da Bingoal é o veterano belga Jelle Vanendert que deverá ter muita dificuldade para acompanhar as maiores figuras da Volta ao Algarve.

Burgos-BH



A Burgos -BH tem no experiente Daniel Navarro o ciclista com maior palmarés, mas os seus 37 anos já pesam e por isso ocupa o segundo plano dentro do pelotão internacional. Os restantes elementos da equipa espanhola tem características de roladores/ sprinters e por isso Ruben Perez Moreno deve dar indicação para a Burgos-BH ser uma presença assídua nas fugas do dia. O sul africano Willie Smith é a referência no contrarrelógio.

Caja Rural-Seguros RGA



Presentes quase sempre na Volta ao Algarve, a formação espanhola vem da Clássica da Arrábida onde conseguiu o segundo lugar com o basco Jonathan Lastra. Lastra pode ser a aposta da equipa para a camisola da montanha. Jon Aberasturi é a aposta para fazer top 10 nas etapas ao sprint e Hector Sáez a seta apontada se houver uma oportunidade de vitória da fuga.

Delko



Na formação francesa apenas Délio Fernandez já participou na Volta ao Algarve, fruto dos anos passados em equipas portuguesas. Das cinco participações o melhor que conseguiu foi um 32º lugar na geral individual. Uma equipa com alguns nomes de qualidade nas chegadas ao sprint: Mauro Finetto, Eduard Michael Grosu, Alessandro Fedeli e Evaldas SisKevicius que venceu a edição 2011 da Volta ao Alentejo. Mas o líder da Delko será o espanhol José Manuel Díaz que vem de vencer a Voltá à Turquia.

Equipo Kern Pharma



Juventude é a imagem de marca da equipa espanhol que tem aqui mais uma oportunidade de competir com as maiores equipas do pelotão internacional. Enrique Sanz é o mais experiente e sabe o que é vencer em Portugal. Na chegada a Viana do Castelo em 2019 , na Volta a Portugal , foi o mais rápido.

Euskaltel-Euskadi



Mítica formação basca que procura chegar ao sucesso de outros tempos. Não será fácil nesta edição da Volta ao Algarve. A juventude está presente na Euskalter-Euskadi e vamos ter, com um grande grau de certeza, as camisolas laranjas em fuga. Mikel Aristi é sprinter da equipa, Mikel Xabier Azparren o contrarrelogista e Joan Bou o trepador. 

Rally Cycling



Os norte americanos gostam de Portugal e várias já foram as provas onde marcaram presença. A última foi a Clássica da Arrábida no passado domingo com Stephen Basset a terminar na sexta posição. O ciclista americano não faz parte das escolhas para esta Volta ao Algarve. Qualidade é uma das características da Rally Cycling. Para a Algarvia destacam-se Gavin Mannion, Nathan Brown e Kyle Murphy. Joyce Colin é o sprinter da equipa e é provável aparecer no top 10 nas etapas em pelotão compacto.

Team Arkéa-Samsic



É uma das principais formações do escalão ProTeams e os comandados por Yvon Ledanois tem aspirações na prova portuguesa com a presença do experiente Diego Rosa e do francês Elie Gesbert. Matis Louvel pode ter uma palavra a dizer na camisola da juventude. Thomas Boudat é o homem mais rápido da equipa francesa.

Antarte-Feirense



A equipa de Santa Maria da Feira aposta as fichas todas no reforço para a presente temporada: Vicente Garcia de Mateos. O espanhol tem 6 participações na Volta ao Algarve e o melhor resultado na geral individual foi um 16º em 2020. De Mateos já vez pódios em etapas da Algarvia e quem sabe se este ano, sem a presença de muitos tubarões do pelotão, o ciclista de Manzanares consegue pela primeira vez vencer uma etapa no Algarve.

Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel



É a equipa mais antiga do Mundo. Uma referência no pelotão português e vai correr em casa uma vez que é originária de Tavira. Vital Fitas tem uma formação com experiência e alguma juventude. Nomes como Gustavo Veloso e Alejandro Marque são nomes conhecidos de todos, mas já distantes da qualidade e resultados anteriormente apresentados. Cesar Martingil é o sprinter da equipa e um top 10 numa chegada em pelotão seria um feito notável.

Efapel



A referência é o trepador lisboeta Frederico Figueiredo que o melhor que alcançou foi um 21º lugar na geral individual. “Fred “pode ter uma palavra a dizer nas duas etapas a terminar em alto, principalmente na etapa 2 com final na Foia onde em 2020 terminou na sétima posição. Destaque para o recente reforço da Efapel: o checo Karel Hník.

Hagens Berman Axeon



Os americanos conseguiram uma excelente vitória na Clássica da Arrábida com Sean Quinn, mas as hipóteses de vitórias na Volta ao Algarve serão muito reduzidas. A equipa é super jovem, como é habitual nas formações de Axel Merckx e o objetivo passará por dar alguma experiência aos 7 ciclistas que se apresentarão amanhã em Lagos. Entre esses 7 ciclistas estão Pedro Andrade e Diego Barbosa. Relembramos que da Hagens Berman Axeon já saíram nomes como João Almeida, os manos Oliveira e Ruben Guerreiro.

Kelly-Simoldes-UDO



A equipa de Oliveira de Azeméis tem em Henrique Casemiro o homem mais experiente que já participou em 11 edições da Volta ao Algarve. Mas deve ser Luis Gomes a escolha da equipa para chegar o mais à frente possível nas chegadas à Foia e ao Malhão. Cesar Fonte é o sprinter da formação e a juventude a principal característica dos restantes elementos.

LA Alumínios-LA Sport



Sérgio Paulinho é o capitão de uma equipa jovem onde os objetivos serão a publicidade aos patrocínios e sobretudo dar a conhecer aos “miúdos” uma corrida de “graúdos”.


Louletano-Loulé Concelho



O Diretor Desportivo Jorge Piedade perdeu a principal figura da equipa que era Vicente De Mateos. Os reforços Roniel Campos (venezuelano), que este ano já venceu a Vuelta a Tachira, e o colombiano César Nicolás Paredes serão os homens mais dotados da equipa de Loulé que conta ainda com o experiente David de La Fuente.

Radio Popular Boavista



O professor José Santos tem o ciclista do pelotão com mais presenças na Volta ao Algarve. É Tiago Machado que irá fazer a sua 17ª Algarvia. João Benta é o melhor trepador da equipa e Daniel Freitas o homem mais rápido de uma das formações mais antigas do pelotão nacional.


Tavfer-Measindot-Mortágua



Em Mortágua está um dos ciclistas portugueses em melhor forma. É Tiago Antunes que foi segundo nas Aldeias de Xisto e quarto na Clássica da Arrábida. Na sua segunda participação na Volta ao Algarve veremos até onde levará o bom momento que atravessa. Joaquim Silva é o trepador da equipa e um top 15 nas etapas com chega em alto será um grande objetivo. Leanel Linarez é sprinter mais é quase impossível disputar os primeiros lugares com a concorrência.

W52-FC Porto



É a melhor equipa portuguesa e na edição 2021 da Volta ao Algarve podem até sonhar com um dos primeiros lugares na geral individual. Quem é o líder da equipa? Provavelmente será Amaro Antunes. O algarvio corre em casa e já venceu no Malhão em 2017, ano em que terminou no quinto lugar da geral individual. Também Joni Brandão, reforço de peso da equipa e que vem de uma vitória nas Aldeias de Xisto, e João Rodrigues podem ser boas apostas na formação de Nuno Ribeiro. A equipa nortenha conta ainda com o trabalho incansável de Samuel Caldeira e Ricardo Mestre. Muita expectativa para a formação nacional!

AS ETAPAS

Sobre o percurso já se disse o mais importante. São 5 etapas, duas com chegadas rápidas, duas com chegada em alto e um contrarrelógio individual. No total o pelotão irá percorrer 766 km.  É o tradicional na Volta ao Algarve.

Etapas

05/05 Etapa 1 | Lagos - Portimão – (189.5k)

06/05 Etapa 2 | Sagres - Fóia (Monchique) (182.8k)

07/05 Etapa 3 | Faro - Tavira (203.1k)

08/05 Etapa 4 (ITT) | Lagoa - Lagoa (20.3k)

09/05 Etapa 5 | Albufeira - Malhão (170.1k)


05/05 Etapa 1 | Lagos - Portimão – (189.5k)



A terra de Gil Eanes recebe o início da 47ª edição da Volta ao Algarve. Ao contrário do que fez o navegador que dobrou pela primeira vez o cabo Bojador, o pelotão da “Algarvia” irá circular sempre em terra firme e no total dos 766km nunca irá sair da região mais a sul de Portugal. A cidade do Barlavento algarvio é um “habitué”, mas nos últimos anos habituamo-nos a vê-la como cidade de chegada. Assim aconteceu nos últimos 4 anos. Em Lagos já ganharam grandes nomes do ciclismo mundial : John Degenkolb ( 2011) , Fernando Gaviria (2017),  Dylan Groenewegen (2018) e Fabio Jakobsen ( 2019, 2020).

O pelotão parte em direção a Portimão e apesar da proximidade entre as duas cidades terá que percorrer cerca de 190km. A etapa não apresenta grandes dificuldades e deverá ficar marcada por uma fuga que será controlada pelas equipas com os ciclistas com aspirações a vencer etapas ao sprint. A meta volante na cidade de Silves aos 61,7km é o primeiro momento de stress da prova. Seguem-se 40km ondulados (já no interior do Algarve) mas a única contagem de montanha do dia será em Picota. Uma contagem de 3ª Cat com 3km de extensão e 5,6% de inclinação média. Quem passar em primeiro na Picota tem a certeza que irá subir ao pódio em Portimão. Ao km 124 nova meta volante em Ferreiras e 36km depois repete-se desta vem em Porto de Lagos. Apartir deste momento a corrida deverá acelerar e o pelotão será dominado pelas equipas que querem levar os seus homens mais rápidos a discutir a etapa.



A chegada em Portimão será numa reta de 600m na Avenida São Lourenço da Barrosa em ligeira subida, mas que não trará qualquer problema aos sprinters do pelotão que vão ser os principais protagonistas neste primeiro dia de prova. Curiosamente o último ciclista a vencer em Portimão foi Sir Bradley Wiggins, mas numa etapa em contrarrelógio individual. 


06/05 Etapa 2 | Sagres - Fóia (Monchique) (182.8k)



Etapa rainha da Volta ao Algarve? Nas últimas três edições quem ganhou no ponto mais alto do Algarve: a Foia, venceu a competição. Aconteceu com Michał Kwiatkowski (2018), Tadej Pogačar (2019) e Remco Evenepoel ( 2020).

Sagres viu partir a epopeia dos Descobrimentos, mas pela sexta vez irá ver a partida de uma etapa da Algarvia. Entre a cidade da Escola de Sagres do Infante D. Henrique e o Alto da Foia localizado em Monchique serão 182,8km num percurso muito ondulado e onde os pontos de interesse são muitos.

De Sagres o pelotão ruma na direção de Aljezur onde está instalada a primeira meta volante do dia ao km 41,6. Antes uma passagem pela bonita aldeia de Carrapateira. A primeira das quatro contagens de montanha do dia é em Marmelete e começa quando o pelotão sair de Aljezur. São 3,6km a 6,9% de inclinação média. A sinuosa estrada N267 leva o pelotão até Monchique onde voltará na parte final da etapa. 



Em São Bartolomeu de Messines está localizada a segunda meta volante e rapidamente chegamos aos momentos decisivos do dia. Nos últimos 32km da etapa temos 3 contagens de montanha: Alferce é uma contagem de 3ª Cat (5,7km a 6,5%) seguida de uma descida perigosa rumo à subida de Pomba. Esta difícil subida ao Alto da Pomba que este ano volta a estar apenas a 6km de Monchique, pode ser a oportunidade para fazer uma boa seleção de ciclistas para a subida final à Foia. O Alto da Pomba são apenas 3,5km a 8,1%. Os últimos 500m de ascensão são bastantes inclinados com percentagens a bater nos 12%.






 A entrada em Monchique começa com a terceira e última meta volante do dia para a 7,5km da meta o pelotão, ou o que resta dele, começar a subir à Foia que está localizada a 902m de altitude.  A chegada ao ponto mais alto do Algarve no segundo dia de prova deverá ser um dos pontos decisivos para encontrar o vencedor final. Tal como o ano passado a subida é feita por Monchique o que significa um início menos agressivo e menos inclinado. O Alto da Foia tem 7,5km de extensão e uma média de inclinação de 5,8%.  Vantagem para os homens que sobem bem, mas que gostam pouco de forte inclinação. No entanto os ciclistas encontrarão inclinações a rondar os 10% nalguns pontos da ascensão.  Um grupo de 10 a 20 ciclistas deverá discutir a vitoria na etapa 2.



07/05 Etapa 3 | Faro - Tavira (203.1k)



É a etapa mais longa da Volta ao Algarve ultrapassando os 200km. O terceiro dia de competição da “Algarvia “liga a capital Faro à bonita cidade de Tavira. O Largo da Sé em Faro recebe a partida de um dia onde os sprinters serão os principais protagonistas. Rumo ao interior a São Brás de Alportel teremos ao km 18,4 a primeira de três metas volantes. Seguem-se as das contagens de montanha do dia, ambas de 3ª Cat. Primeiro Portela da Corcha (4,3km a 4,4%) para logo de seguida aparecer a subida a Cachopo (4,7km a 5,1% ) Ao Km 136,5 teremos meta volante em Alcoutim e apartir daí o pelotão ruma a sul em direção a Vila Real de Santo António sempre com o rio Guadiana bem perto e à sua esquerda. Na cidade “criada “pelo Marquês de Pombal surge a última meta volante do dia. 




Os últimos 25km serão feitos a alta velocidade sempre pela estrada N125 até chegar a uma das terras que mais ama o ciclismo: Tavira. A cidade do rio Gilão é a localidade do Algarve que mais finais de etapas já assistiu. Em Tavira já venceram grandes nomes do ciclismo mundial: o mítico Jorge Corvo , o nosso “ eterno segundo “ que sempre correu com a camisola do Ginásio de Tavira,  Andreas Klöden, Alberto Contador, Lance Armstrong ( também conta 😊 ) , André Greipel, Tony Martin, e os super sprinters Mark Cavendish, Marcel Kittel e Dylan Groenewegen. A chega à avenida José Afonso será uma pequena reta de 300m , onde o posicionamento e o comboio das equipas dos homens mais rápidos terão um papel fundamental para o desfecho final do dia mais longo da Volta ao Algarve. 

08/05 Etapa 4 (ITT) | Lagoa - Lagoa (20.3k)



O tradicional contrarrelógio individual de Lagoa é disputado ao penúltimo dia de prova. Um percurso de ida e volta com passagem pela praia do Carvoeiro. Ao todo serão 20,3km. O ano passado Remco Evenepoel voou e venceu este contrarrelógio com 38s de vantagem para o segundo classificado. Uma diferença significativa para apenas 20,3km de distância. Aos 5km a principal dificuldade: a rampa da praia do Carvoeiro. São apenas 0,6km a 5,3%, mas os primeiros 200m a percentagem de inclinação chega aos 9,6%.

Disputado um dia antes da etapa final do Malhão o contrarrelógio de Lagoa pode confirmar ainda mais o líder da competição ou baralhar ainda mais as contas para a etapa de domingo. 

09/05 Etapa 5 | Albufeira - Malhão (170.1k)



Última etapa da Volta ao Algarve 2021 e que traz algumas alterações ao que tradicionalmente estamos habituados. A subida ao Malhão é feita apenas uma vez e coincide com a meta. A gestão da pandemia assim obrigou a organização da prova. O objetivo é evitar grande aglomerado de público. É pena, pois a etapa do Malhão tem sido o “nosso” Alpe D’ Huez e onde podemos sentir ao vivo um pouco o que é a loucura de uma grande etapa com um grande pelotão numa grande volta. Mas há mais alterações na etapa de domingo. Regressa a subida de Vermelhos e Ameixeiras e a aproximação ao Alto do Malhão será feita pela subida a Alte.

Albufeira recebe pela 17ª vez uma partida da Algarvia e pela frente o pelotão terá 170,1km numa etapa que na sua fase final é um verdadeiro “rompe pernas “a fazer lembrar uma clássica das Ardenas. De Albufeira a caravana “sobe “até Paderne onde está instalada a primeira meta volante do dia. Em Vilamoura e Quarteira o pelotão volta a estar junto ao oceano Atlântico para depois voltar a “subir “ a Loulé onde ao km 52,7 temos a última meta volante da Volta ao Algarve. A partir de Loulé a corrida irá endurecer pois a paisagem muda de orografia ao entrar na Serra de Mú , mais conhecida como Serra do Caldeirão. A primeira dificuldade aparece ao km 67,5 e é a subida a Picota. Uma 3ª Cat com 2,8km de extensão e 6% de inclinação média. 



O terreno ondulado mantem-se até entrarmos no derradeiro “serrote “ que são os últimos 70km de etapa. Barranco Velho é um “habitué” da etapa do Malhão e desta vez é ultrapassado quando o conta quilómetros marcar 99km. Está classificada como subida de 3ª Cat e são 6,5km a 4,3% de inclinação. 



Vinte e cinco km depois regressa a subida a Vermelhos: 3º Cat ( 3,4km a 5,7% ). Rapidamente o pelotão chegará à parede que é Ameixeiras. Curta mas muito inclinada: 1,1km a 9,8% com rampas a chegar aos 13%. A 14km da meta mais uma curta, inclinada e explosiva subida. Alte também é uma 3ª Cat e tem 1,1km a 9,1%. 






Depois desta serie de 4 subidas, o pelotão, ou o que dele restar, chega ao momento decisivo do dia e quem sabe da Volta ao Algarve. A subida ao Malhão já é conhecida de todos. Começa em Pé de Coelho e o seu primeiro km é o mais complicado. O Alto do Malhão é uma 2ªCat e tem 2,7km a 9% de inclinação média com rampas a ultrapassar várias vezes os dois dígitos.  Aqui já ganharam grandes nomes como Alberto Contador, Miguel Angel Lopez; KWIATKOWSKI Michał e Richie Porte. Ou será que teremos novamente um português a vencer no Alto do Malhão tal como fez Amaro Antunes em 2017 , João Cabreira em 2006  e Hugo Sabido em 2005 ? 


Transmissão Televisiva: Eurosport 1

 Livro Oficial da Prova: aqui

 Starlist : aqui

 Perfis das etapas: aqui

 Hastag: #valgarve2021

Nota: Acompanhar emissão especial diaria na Radio Horizonte Algarve


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