Foi por causa de uma
valente ventania!
Aconteceu no passado
domingo na Bélgica no Grote prijs Jean-Pierre Monseré. A corrida já decorria e aproximava-se
do fim, mas devido às fortes rajadas de vento a organização decidiu suspender a
prova. A razão foi só uma: proteger a segurança e saúde dos intervenientes. Em
especial dos ciclistas. Não foi preciso acionar o famigerado “Extreme Weather
Protocol - EWP” da UCI. Nem o Protocolo para as condições climatéricas extremas
podia ser acionado na prova em questão. O EWP apenas é aplicado em competições da
categoria World Tour e HC. O Grote prijs Jean-Pierre Monseré é da cat 1.1.
Curiosamente também na Holanda,
uma competição feminina, o Omloop van de Westhoek, foi cancelada pelo mesmo motivo.
O mesmo aconteceu na Inglaterra no Jock
Wadley Memorial. O vento também foi o motivo porque o Grand Prix de la Ville de
Lillers realizado em França não chegou ao fim. E a organização do Rabobank
Dorpenomloop Rucphen (Holanda) decidiu pelo mesmo caminho. No domingo todas
estas provas foram canceladas numa medida de precaução. Em primeiro lugar
deverá estar sempre e sem qualquer hesitação a saúde de todos.
#GPMonseré19 #BCC19— Bingoal Cycling Cup (@BingoalCup) 10 de março de 2019
The safety of the riders and spectators remains our primary concern, so we're removing the publicity panels at the finish line. 💨
🇧🇪 #BekervanBelgië #CoupedeBelgique #BCC #BingoalCyclingCup @gpmonsere @BingoalBe @sporza pic.twitter.com/4XiHxgpoTF
Ora bem. É por isso
mesmo que não há razão para o EWP ser exclusivo de provas World Tour e HC. Mas
há ciclistas mais importantes que outros? Mas há condições climatéricas extremas
especificas para estas categorias? O calor, o frio, o vento, as poeiras só se fazem
sentir em provas World Tour e HC? Todos sabemos que não! É por isso que a regra
de limita o EWP a World Tour e HC roça a parvoíce e a estupidez. A figura do
protocolo desaparecer em competições abaixo de World Tour e HC não parece de
bom senso. O protocolo desaparece, mas as condições climatéricas extremas e os
homens continuam lá e precisam de ser protegidos.
No passado domingo
assistimos ao bom senso das organizações em cancelar aquilo que podia acabar
mal. "Mais vale prevenir que remediar"! E muitas vezes os provérbios populares
tem mesmo razão.
Volta a Portugal 2018 |
Muito se falou das condições
climatéricas na Volta a Portugal 2018. Naquela semana o pais era varrido com
uma vaga de calor. O regresso da Volta a Portugal ao Alentejo fez-se debaixo de
46ªC. Tal como nas provas de domingo, também
aqui não podia ser aplicado o Extreme Weather Protocol. Nada foi feito. Nesse
dia todos os distritos de Portugal estavam em alerta vermelho ou laranja. A Direção
Geral da Saúde pediu a todos , independentemente de ser grupo vulnerável ou não,
para se resguardarem em locais frescos e fechados. Evitar a exposição solar
sobretudo no horário mais critico, entre as 11h00 e 17h00, precisamente o horário
de realização da etapa. Durante cerca de 200km , entre Beja e Portalegre , além
do esforço físico inerente à pratica do ciclismo, todos , em especial os
ciclistas foram sujeitos a temperaturas ambientais a rondar os 46ºC,
ultrapassados facilmente , se medidos junto ao alcatrão.
Na altura nós criticamos!
Muitos criticaram a nossa critica. O argumentos eram mais ou menos estes: é “a
vida de ciclistas” ou “isto é para homens de barba rija” Se alguém acha “normal”
um ciclista sofrer um golpe de calor e uma insuficiência renal, então talvez
tenhamos a nossa pirâmide de valores e prioridades invertida. Qual a barreira
entre a competição e a saúde humana?
Louis Bendixen: Volta a Portugal |
A estupidez não pode
ganhar ao bom senso e felizmente no passado domingo na Bélgica, Holanda, França
e Inglaterra a estupidez perdeu ! Ganhou na Volta a Portugal 2018 mas esperamos que tenha sido pela última vez.
Boas pedaladas
AT
Boas pedaladas
AT
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