Foto: www.voltaaoalgarve.com |
A nossa melhor prova velocipédica
está quase a dar o tiro de partida: é a Algarvia 2019.
A maior competição de ciclismo
realizada em Portugal começa já no próximo dia 20 de Fevereiro em Portimão e
termina no dia 24 no Alto do Malhão (Loulé) . É a Volta ao Algarve. É a sua 45ª
edição.
Nem sempre foi assim, mas desde
2006 que é. A aposta foi ganha e hoje durante 5 dias podemos ver pedalar nas
estradas algarvias os melhores atletas da modalidade. Quando alguém pouco dado
ao ciclismo fica surpreendido quando lhe dizemos que a melhor e mais importante
competição é a Volta ao Algarve, contrariando a resposta tradicional que seria:
Volta a Portugal, a razão é o argumento apresentado anteriormente. Na Volta ao
Algarve estão os melhores do mundo. Os ciclistas e as equipa (WorldTour )!
Num grande trabalho de organizadores,
patrocinadores, camaras municipais, região de Turismo do Algarve e de todos os entusiastas
de ciclismo algarvios, ano após ano a Algarvia tornou-se uma referência no
calendário das equipas. O facto de pelo 3º ano consecutivo a competição ter
transmissão televisiva demonstra bem a excelência do trabalho realizado.
No Algarve aproveitam-se as
oportunidades: bom tempo, boa hotelaria, boas estradas, bons percursos. Estas
são as principais características que as equipas procuram nesta altura da época
onde na maioria dos países europeus neva, faz vento e muito frio. Na Algarvia
uma equipa pode ficar sediada no mesmo hotel durante toda a competição sem
grandes complicações na logística. Aqui todos os hotéis ficam relativamente
perto do início de cada etapa e do seu final.
A edição que começa já na próxima
quarta-feira com 778 km e tem, na teoria, duas chegadas para sprinters (Lagos e
Tavira), duas chegadas em alto para trepadores e punchers ( Foia e Malhão ) e
um CRI que este ano se realiza novamente em Lagoa.
Participam 12 equipas do escalão máximo:
World Tour; 4 equipas Pro Continental e as 8 equipas portuguesas inscritas no
escalão Continental.
TREK-SEGAFREDO
UAE TEAM EMIRATES
CAJA RURAL-SEGUROS RGA
Boa Volta ao Algarve 2019
O pelotão (ver starlist aqui)
Ano após ano ouvimos dizer que “este é o melhor pelotão de sempre” o
que não é necessariamente verdade. E este ano não é de facto o melhor “pelotão
de sempre”. É, no entanto, o melhor pelotão a percorrer as estradas portuguesas
no ano 2019. Não há grandes dúvidas nisso. Muitas equipas, principalmente as equipas WT
apresentam-se na Volta Algarve 2019 sem as suas melhores peças dando sinal que estão
em Portugal para ganhar “andamento”.
BORA-HANSGROHE
A equipa de Peter Sagan, que nunca
correu no Algarve, deixou de fora alguns nomes importantes: Rafa Majka que é
presença habitual e David Formolo são alguns exemplos. A equipa alemã aposta em
Patrick Konrad que se apresentou em bom plano na Vuelta a Murcia e o sprinter
Pascal Ackermann para as duas etapas planas. Ackermann teve um ano 2018 fantástico
com 9 triunfos incluindo o título de campeão alemão de estrada. Para o dia de
Lagoa o homem a ter em conta é o campeão polaco de contrarrelógio Maciej Bodnar.
CCC TEAM
A equipa polaca estreia-se este ano como equipa World
Tour. Teve um reforço de luxo. Parte da estrutura da americana BMC. Em 2019
conta já com 3 triunfos e na Volta ao Algarve tem como principal figura o português
Amaro Antunes que a correr em casa e no “seu quintal “tentará repetir a vitoria
de 2017 no Alto do Malhão e o 5º lugar da geral individual.
DECEUNINCK-QUICK STEPS
A alcateia belga da
Deceuninck-Quick Steps começou o ano como terminou o anterior. A vencer em tudo
o que são corridas. Com poucos dias de competição já triunfaram por 8 ocasiões
e no Algarve o objetivo é continuar com a senda de vitórias. Para isso contam
com Enric Mas apoiado pelos super Yves Lampaert, campeão belga e pelo checo Zdeněk
Štybar um nome já habitual na prova algarvia. Lembram-se de Stybar destruir o
pelotão inteiro nos primeiros km da subida ao Alto da Foia em 2017? Pois este
ano pode suceder o mesmo, desta vez em prol do espanhol, Mas. Quando as etapas terminarem em plano (Lagos e Tavira)
é o holandês Fabio Jakobsen que assume a liderança da equipa.
GROUPAMA - F D J
O francês não tem homens para a
geral individual. Para a Volta ao Algarve o objetivo é levar Arnaud Demare às
vitorias nas etapas ao sprint e Stefan Kung aos lugares cimeiros no contrarrelógio
individual.
LOTTO SOUDAL
Uma equipa de segunda linha que não
significa que esteja hipotecada as hipóteses de vitórias. Já sabemos como são
os belgas da Lotto Soudal : atacar, atacar, atacar e atacar.
TEAM DIMENSION DATA
Os sul-africanos trazem nomes importantes
e que normalmente vencem todos os anos. No entanto é difícil antever algum
sucesso à Team Dimension Data nesta Volta ao Algarve. Michael Valgren, que
trocou a Astana Team pela TDD, venceu o ano passado a Omloop Het Nieuwsblad e a
Amstel Gold Race e deverá percorrer as estradas algarvias (e alentejanas) em
modo de preparação para as clássicas que se aproximam. Edvald Boasson Hagen já
ganhou este ano. Foi no contrarrelógio inaugural da Volta à Comunidade Valenciana.
Em Lagoa a concorrência é forte. Por fim, Ben King que venceu a camisola de
melhor trepador da Volta ao Algarve de 2018 e que parte para a edição de 2019
como o homem a apostar nas etapas em montanha. O ano passado o americano teve
duas vitorias fantásticas na Vuelta a Espanha: Sierra de la Alfaguara e em La Covatilla.
TEAM KATUSHA ALPECIN
A equipa de José Azevedo é a única
equipa World Tour que se apresenta na 45ª Volta ao Algarve com portugueses na
sua formação. José Gonçalves e Ruben Guerreiro. Simon Spilak não teve uma
temporada fácil em 2018 mas é uma aposta bastante forte para a geral
individual. Anda bem no contrarrelógio e sobe razoável e as subidas na Volta ao
Algarve não são propriamente os Alpes ou os Pirenéus. Quem se estreia no
Algarve é o russo Dmitry Strakhov que na sua anterior equipa , a Lokosphinx,
fartou-se de ganhar em Portugal no ano 2018: Volta ao Alentejo, GP das Beiras e
Clássicas da Arrábida. É um nome a ter em atenção.
TEAM JUMBO – VISMA
A Team Jumbo-Visma como é habitual
visita a Volta ao Algarve. Em 2019 a aposta é clara e igual a 2018: Dylan
Groenewegen para vencer as etapas em sprint. O ano passado o holandês fez o
pleno ao vencer em Tavira e Lagos.
TEAM SKY
As últimas 5 edições da Volta ao
Algarve 4 foram ganhas pelos britânicos. Duas vitorias para Geraint Thomas e
outras tantas para Michał Kwiatkowski. Ambos estão ausentes da Algarvia.
A Team Sky tem no espanhol David
De La Cruz o líder para atacar a camisola amarela. Wout Poels é normalmente o
fiel escudeiro dos líderes da formação britânica e no Algarve não deve ser
diferente. Dylan van Baarle que é campeão holandês de contrarrelógio e que já ganhou
na Austrália este ano é outra das figuras da Team Sky que tem como alternativa
a De La Cruz, o jovem britânico Tao Geoghegan Hart.
TEAM SUNWEB
Uma equipa sem grandes nomes onde
apenas se destacam o dinamarquês Søren Kragh Andersen e o jovem holandês Sam
Oomen que venceu a camisola da juventude na edição 2018 da Volta ao Algarve.
Os americanos da Trek-Segafredo apresentam-se
no Algarve com uma equipa bastante equilibrada e com nomes que habitualmente
associamos a bons resultados. A última vitória de John Degenkolb na Volta ao
Algarve já foi à 8 anos, mas o alemão continua a ser a aposta para as duas
etapas propicias a terminar ao sprint. O italiano Gianluca Brambilla é um “lutador”.
Se tiver em dia sim é homem para acompanhar os primeiros nas etapas com mais
dificuldade. Jasper Stuyven e Mads Padersen não estão no seu terreno favorito e
devem fazer da Volta ao Algarve preparação para as corridas de 1 dia onde são
nomes a ter em conta.
A equipa árabe traz Fábio Aru
como principal figura. O sucesso da equipa deverá resumir-se ao que o italiano
conseguir fazer durante os 5 dias de competição. Os últimos anos não foram fáceis
para Aru que tenta no Algarve relançar uma carreira que tem sido do 8 ao 80.
Para o ajudar a aposta é o croata Kristijan Đurasek.
Os espanhois da Caja Rural tem em
Jon Aberasturi o seu homem para as etapas de sprint , o campeão português Domingos
Gonçalves para as fugas e Sergei Chernetski para a geral individual. Chernetski
trocou a Astana pelos espanhois mas quer continuar a ter a oportunidade de
brilhar ao mais alto nível.
COFIDIS, SOLUTIONS CRÉDITS
Os franceses não terão muitas hipóteses
para brilhar. O experiente espanhol José Herrada pode intrometer-se nos lugares
de destaque das etapas mais inclinadas, mas as probabilidades de sucesso são muito
poucas. Christophe Laporte já ganhou este ano e é a flecha da Cofidis para as
etapas mais rápidas.
W52-FC PORTO
Os portugueses da W52-FC Porto são
este ano equipa Pro Continental e como tal as exigências são outras. No Algarve
apresentam 3 caras novas para acompanhar Raul Alarcon que é o líder da equipa:
Edgar Pinto para o terreno empinado, Daniel Mestre para as chegadas em sprint e
Joaquim Silva para o que der e vier. Mostrar-se ao publico português e aos telespectadores
será o grande objetivo da equipa comandada por Nuno Ribeiro.
WANTY-GOBERT CYCLING TEAM
Habituados a outras corridas e a
outros terrenos os belgas da Wanty-Gobert tem em Timothy Dupont a grande
figura. O resto da equipa deverá andar nas fugas do dia e “mostrar a camisola”.
EQUIPAS PORTUGUESAS CONTINENTAIS.
Todas as equipas portuguesas.
Continentais estarão presentes na Volta ao Algarve. São 8: Ludofoods Louletano
Aviludo; Efapel; LA Aluminios; Miranda – Mortágua; Radio Popular Boavista; Sporting
Clube de Portugal/Tavira; UD Oliveirense/InOutbuild; Vito-Feirense-Pnb.
As hipóteses de sucesso são quase
nulas. Na Volta ao Algarve às equipas Continentais portugueses resta-lhes a
visibilidade mediática da competição e as transmissões televisivas. Do conjunto
apresentados pelos diretores desportivos português destacam-se : Vicente García
de Mateos pelo Louletano Aviludo , João Benta e Luis Mendonça pela Radio
Popular-Boavista e Tiago Machado e Alexander Grigoryev pelo Sporting/Tavira.
As etapas (ver todos os perfis aqui )
Sobre o percurso já se disse o
mais importante. São 5 etapas, duas com chegadas rápidas, duas com chegada em
alto e um contrarrelógio individual. No total são 778 km. A chegada ao ponto mais alto do Algarve no
segundo dia de prova (Foia) deverá ser um dos pontos decisivos para encontrar o
vencedor final. São no total 15km com uma pendente média de 4,7%. Tal como o
ano passado a subida é feita por Monchique o que significa um início menos
agressivo e menos inclinado. Vantagem para os homens que sobem bem, mas que
gostam pouco de forte inclinação. No entanto os ciclistas encontraram
inclinações a rondar os 10% nalguns pontos da ascensão. Um grupo de 10 a 20 ciclistas deverá discutir
a vitoria na etapa 2.
Etapa 2- Almodôvar- Alto da Foia |
Outro ponto decisivo será
certamente o CRI. O percurso dos 20,3 km de Lagoa apresenta alguma dificuldade
e não é totalmente plano. Quem sair de amarelo e com uma vantagem de umas
dezenas de segunda parte em posição muito privilegiada para ganhar a Algarvia. Apesar das dificuldades da última etapa, em
especial com a difícil chegada ao Alto do Malhão que é ultrapassada duas vezes,
não é habitual grandes diferenças entre os homens da frente. Exceção à
reviravolta que aconteceu em 2018.
Etapa 5: Faro-Malhão |
1ª etapa:20/02 – Portimão -Lagos (199,1 km ) PERFIL
2ª etapa: 21/02 – Almodôvar-Foia (Monchique) (187,4km )
PERFIL
3ª etapa: 22/02 – Lagoa-Lagoa CRI (20,3 km) PERFIL
4ª etapa: 23/02 – Albufeira – Tavira (193,3 km ) PERFIL
5ª etapa: 23/02 – Faro – Malhão (Loulé) (173,5km) PERFIL
_________________________________________________________
Transmissão
Televisiva: Eurosport 1 e TVI 24
Livro Oficial da
Prova: aqui
Starlist : aqui
Hastag: #valgarve2019 #valgarve19
Seguir atualizações das etapas em :
AT
Sem comentários:
Enviar um comentário