A 104ª edição do Tour de France
chegou hoje ao seu primeiro dia de descanso. Por norma é um dia sempre “
complicado “ e os ciclistas aproveitam para carregar baterias. O problema é o
dia de regresso á competição que normalmente é acompanhado de um número elevado
de desistências. Que o diga Tejay Van Garderen J….desta
vez ausente.
E por falar em desistências a
competição arrancou no passado dia 1 com dois abandonos de peso: Valverde,
chefe de fila da Movistar, sim leram bem ….chefe de fila e Ion Izaguirre da
Bahrain Merida.
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Valverde abandona Tour nos primeiros minutos de competição |
E aproveitando a deixa abordamos
já um dos temas da crónica: Quintana e a Movistar . No início do Tour quem
seria o chefe de fila da equipa nº1 do World Tour? Experiente como é ,
acreditamos que Unzue tinha atribuído esse papel ao ciclista murciano. O contrário
seria muito amador e uma tremenda injustiça para o próprio Nairo Quintana.
Acontece que o simples facto de levar um ciclista como Quintana para uma Volta
á França depois de um Giro que não correu nada bem ao colombiano é já de si um
erro infantil. Quintana não está na sua melhor forma. Simples. E os resultados
estão à vista. Com 1/3 do percurso completado, Quintana encontra-se a 2m13s da
liderança na 8ª posição. Apesar do já tradicional crescendo de performance do corredor
colombiano na última semana de prova é muito provável que nem os calcanhares do
pódio consiga atingir. Mas atenção estamos só a falar no campo da futurologia.
Por falar em futurologia, o futuro de Chris Froome na prova
francesa parece ser cada vez mais risonho. É normal. Mesmo parecendo mais fraco
que nos anos anteriores, Froome é o ciclista mais forte do pelotão. A sua liderança
parece intocável. Apesar dos escassos 18s de Aru, 51s de Bardet e 55s de Uran
de atraso dá sempre a sensação que o britânico tem a corrida controlada. Ok,
puderá sempre haver uma queda , uma corrida a meio da montanha ou uma avaria com o ataque
dos adversários , mas o que é certo é que Froome tem tudo a seu favor para
ganhar o seu 4º Tour de France. Tudo aquilo que Aru, a subir, puderá ganhar a
Froome ou os segundos ganhos de Bardet a descer, serão sempre, à partida,
insuficientes para chegar a Paris de amarelo.
Froome terá sempre a seu favor o contrarrelógio
de 23km no penúltimo dia para recuperar eventuais perdas. Porventura haveria um
adversário para Froome : o amigo Richie Porte que abandonou a prova depois de
uma queda inacreditável e assustadora na etapa rainha.
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Romain Bardet |
De quedas também se fez a história dos primeiros dias. Além
de Valverde e Izaguirre, Cavendish vai ao chão e abandona. Sagan é expulso do Tour.
Perdem todos: Sagan em primeiro lugar, a organização da prova em segundo que vê
a maior figura do ciclismo mundial e atual campeão do mundo fora da maior prova
ciclística e perdem também os adeptos do ciclismo. Houve excesso de zelo dos comissários?
As opiniões são diversão e existem para todos os gostos. Mas uma coisa é certa:
Cavendish não cai por causa do cotovelo de Sagan. E nas 300 mil repetições os comissários
conseguiram ver isso.
Uma menção honrosa para Lilian Calejame e para a sua
brilhante vitória na 8ª etapa. Calejame corre com romantismo. Para ganhar é
preciso atacar atacar atacar e atacar. As contas fazem se no fim da etapa. Foi isso
que Calejame fez. O episodio das caibras foi a
cereja em cima do bolo. Chapeau Calejame !
Os Menos ( - ) da primeira semana: FDJ/Pinot + Movistar +
monotonia na maioria das etapas
Os Mais ( +) da primeira semana : Ag2r + Calejame + Uran.
E mais uma vez ….muita atenção ao jantar do dia de descanso.
Boas pedaladas.
AT
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