terça-feira, 15 de setembro de 2020

Col de la Madeleine - a Majestosa


Pela vigésima sétima vez o pelotão do Tour de France irá escalar uma das subidas mais míticas do ciclismo. A “Majestosa “ou como alguém já a apelidou: “a subida dos trepadores” . É o Col de la Madeleine que este ano apresenta uma vertente inédita. Às tradicionais vertentes de La Chambre (19,3km a 8%) e Aigueblanche (28,3km a 5,4%) junta-se este ano Notre-Dame-du-Cruet (17,1km a 8,4%).

O Col de la Madeleine situa-se nos Alpes, na região de Saboya e une os vales de Maurienne a Tarentaise. Os seus 2000m de altitude já foram palco de muitos momentos de glória, mas também de muita angústia e sofrimento. Que o diga David Millar no Tour 2010. Enquanto na frente da corrida e nas primeiras rampas da “Majestosa “Cadel Evans perdia o pelotão da frente e com ele a sua camisola amarela, na parte de trás da corrida David Millar sofria para sobreviver. Quando chegou ao sopé da Madeleine o britânico tinha cerca de 35 minutos de atraso para o pelotão e corria o risco de chegar depois do limite de tempo. O cenário não era animador. Sozinho, apenas acompanhado por uma mota da polícia, Millar tinha pela frente uma montanha imponente, repleta de adeptos que esperam horas por aqueles momentos. Seria capaz de ter força física para subir aqueles 28km? Ao contrário do que inicialmente pensou o publico não o apupou por passar com muitos minutos de atraso. Pelo contrário, foi o “empurrão “mental para superar o Col de la Madeleine. Quando Millar chegou ao cume, a tarefa não estava terminada. O tempo de atraso não lhe permitiu ver a vista deslumbrante dos maciços de la Lauzière e também sobre o Mont Blanc. Para não chegar fora do tempo limite a descida da Madeleine teria de ser vertiginosa e arrisca. E foi. Mais tarde David Millar confessou que aqueles momentos em descida “foram apaixonantes e poucas vezes me senti tão vivo “. O gendarme que foi o seu companheiro durante toda a etapa “abriu caminho “e Millar chegou à meta em Saint Jean Maurienne na última posição com 42m45s de atraso para Sandy Casar que venceu a etapa. Sobreviveu. Apesar do susto David Millar partiu na etapa seguinte e terminou o Tour 2010 na posição 158 a cerca de 4horas do vencedor.

Mas outros ciclistas passaram bons momentos no Col de la Madeleine. Foi nesta subida que, em 1998, Bobby Julich segura o pódio.  De modo a agradecer à majestosa Madeleine o americano batizou a sua filha de Olivia Madeleine.

Muitos foram os nomes que por ali passaram em primeiro. Em 2018, ano em que foi o melhor trepador do Tour de France, foi Julian Alaphilippe. Pedro Delgado em 1984, Jan Ulrich no ano 1998 e Pierre Roland em 2013. Mas dois ciclistas disputaram o prémio da “subida dos trepadores” e conquistaram a Madeleine por três ocasiões. O belga Lucien Van Impe e o francês Richard Virenque.

Em 2020 quem será o primeiro ?



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