terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Prémio " Bidon de Ouro" 2019


Terminada a época 2019 de ciclismo de estrada é altura de fazer balanços. É altura também de atribuir o prémio “Bidon de Ouro”.
O que é o “Bidon de Ouro “?
Simples. É o prémio atribuído pelo Aguadeiro Trepador Blog ao melhor momento romântico da época ciclística.  
Em 2017 o “bidon” foi para o belga Philippe Gilbert e a sua magistral e épica vitória na Ronde van Vlaanderen com um ataque a mais de 50km da meta instalada em Oudennarde. Em 2018, alteramos a método de atribuição do prémio e foram os leitores e amigos do Aguadeiro Trepador Blog que decidiram dar a Peter Sagan e à sua vitória no Paris Roubaix o “Bidon de Ouro”
 
E este ano? Quem levará o troféu?
 
Se nas edições anteriores o prémio foi atribuído a vitórias que surgiram de ataques de longe, este ano o panorama é diferente. Não houve propriamente um ataque vitorioso, mas a forma como Mathieu van der Poel faz os últimos 4km da Amstel Gold Race ficaram para a história e na memória de todos. Foi impressionante.

 
 
Nos últimos metros da corrida estavam na frente Julian Alaphilippe com Jakob Fuglsang, mais atrás e a recuperar tempo estava Michał Kwiatkowski e a corrida parecia ser decidida entre estes 3. Só que o plano muda e uma locomotiva, que a 2km da meta estava a 40s da frente da corrida, entra na reta final a fundo, passa direto e para delírio da multidão holandesa vence a mais importante corrida disputada nos Países Baixos. Ainda por cima vestindo a camisola de campeão nacional. Foi a loucura! 
 
Van der Poel vence a Amstel Gold Race 2019
 
Mathieu van der Poel nem queria acreditar, os comentadores também não e um pouco por todo o mundo as expressões eram de espanto, de delírio e de emoção. Poel fez no último km da Amstel Gold Race aquilo que normalmente faz nos “bancos de areia” nas provas de cyclocross: quanto os adversários parecem que “vão travados” , o super holandês ganha ainda mais velocidade. Fantástico!
 
 
A época 2019 para Mathieu van der Poel foi a todos os níveis soberba. No cyclocross, como era de esperar, ganhou praticamente sempre que competiu. Foi campeão do mundo e da Europa. No XCO venceu três provas da Taça do Mundo, foi campeão europeu e tornou-se um dos principais candidatos ao ouro Olímpico de Tóquio 2020. E no ciclismo de estrada além da Amstel Gold Race venceu também a Dwars door Vlaanderen, a De Brabantse Pijl, o Tour of Britain onde venceu 3 etapas e ainda o Grand Prix de Denain. Ainda foi 4º na Ronde van Vlaanderen e na Gent-Welvegen. Faltaram os Mundiais de Estrada. Liderava a corrida, era o grande favorito a vencê-la, mas levou uma marretada daquelas que nunca mais se vai esquecer. Faz parte!
 
Se desportivamente o ano de 2019 foi excecional para Mathieu van der Poel, do ponto de vista pessoal as coisas não correram assim tão bem. Passou por uma situação complicada. Perdeu o seu herói, o seu ídolo no ciclismo e o seu principal fã. Perdeu o avô Raymond Poulidor.
 
É sempre perigoso fazer estas afirmações, mas em 2019 Mathieu van der Poel tornou-se a maior figura do ciclismo mundial.
 
 
Nota:
Uma menção honrosa para outros dois momentos merecedores do prémio “Bidon de Ouro”: - Philippe Gilbert e a sua vitória no Paris-Roubaix.
- Tadej Pocagar na penúltima etapa da Vuelta 2019 com final na Plataforma de Gredos.
 
  Bom ano 2020!