De há uns anos para cá as
correntes começam a ser enroladas na Oceânia. O mesmo é dizer que a época de
ciclismo se inicia na Austrália e na Nova Zelândia. Primeiro com os campeonatos
nacionais, depois com algumas provas de 1 dia. E finalmente com o Tour Down Under,
ou como diz a estação SIC : “ a Volta á Austrália “ apesar da prova de 6 dias
se disputar apenas na região sul do pais!
O Tour Down Under é prova Word
Tour por isso disputada pela elite do ciclismo mundial.
O formato manteve-se igual aos anos
anteriores: umas etapas para sprinters , a subida a
Willunga Hill para decidir ….e no final ganha um australiano ou alguém de uma
equipa australiana . Foi tudo isso que aconteceu nesta 20ª edição.
André Greipel da Lotto Soudal foi
o primeiro ciclista a ganhar no World Tour. Fechou a prova também a ganhar. O alemão,
que já venceu a competição por 2 vezes em tempos em que não havia uma etapa chamada
Richie Porte disfarçada de Willunga Hill , mostrou que apesar de ser um
veterano na elite atual dos sprinter, consegue ainda produzir watts suficientes
para cruzar metas em primeiro. Greipel é daqueles ciclistas que gostamos.
No
Tour Down Under na luta do sprint , em março a puxar nos paralelos na ajuda aos
companheiros Benoot ou Wellens. Muitos “Gorilas” assim são precisos. E a Lotto
Soudal precisa de um Greipel ao mais alto nível. Os triunfos de Tim Wellens não
chegam para a formação belga.
Greipel ganhou primeira e a última etapa do TDU2018 |
Quem também ganhou e mostrou que
um dia ainda consegue tocar com o queixo na roda da frente foi Caleb Ewan. O
pequeno australiano que dominou por completo as chegadas em 2017, não conseguiu
fazê-lo nesta edição. A razão é muito simples. A concorrência foi elevada. As
suas pequenas pernas e o seu jeito meio esquisito de sprintar não chegam para
tudo. Caleb Ewan é bom. Certamente dará mais vitórias este ano à Mitchelton-Scott.
Caleb Ewan e o seu estilo inconfundível |
A etapa 3 foi ganha pelo italiano
Elia Viviani. Começou bem a época para o substituto de Kittel na Quick-Step
Floors. Viviani tem na equipa belga aquilo que não tinha na Team Sky. Ou melhor
. Ter até tinha, mas o comboio dos belgas é um TGV que deixa os seus sprinters
com “ bicicleta e meia “ depois do
risco da meta. Nas chegadas em sprint Elia Viviani vai dividir o protagonismo
com colombiano Fernando Gaviria. A época é longa e dará para uma boa gestão como
é habitual na formação liderada por Patrick Lefevere.
Já falamos da principal etapa, a
chegada a Willunga Hill e já dissemos tudo. Foi a quinta vitória consecutiva de
Richie Porte. Desde 2014 sempre a ganhar. Porte, depois do grave acidente no
Tour de France 2017 apenas voltou a competir no final da temporada numa prova
no Japão e desistiu. Está é talvez a vitória em Willung Hill mais saborosa para
o ciclista da BMC.
A 20ª edição do Tour Down Under
teve forte participação portuguesa. Ao todo foram 6 os ciclistas: Rui Costa,
Ruben Guerreiro, Tiago Machado, José Gonçalves, Nelson Oliveira e Nuno Bico. Destaques
óbvios para o excelente 9º lugar do ciclista de Pegões, Ruben Guerreiro e também
para o azar de Nuno Bico com as mazelas da queda na 5ª etapa da prova. Os
restantes tiveram prestações modestas. Rui Costa, na sua estreia na prova
australiana , esteve na ajuda ao italiano Diego Ulissi. Falhou na etapa mais importante.
A razão: o rádio transmissor que deixou de funcionar!!!!!!!!!!
Darly Impey, vencedor do TDU2018 |
É estranho não é? Mas ainda não falamos do
vencedor da prova. Daryl Impey , sul africano dos australianos da
Mitchelton-Scott. Venceu a prova, mas não ganhou nenhuma etapa. Afinal não é
assim tão estranho. Chris Froome fez o mesmo na sua 4ª vitória na Grande Boucle.
Boas pedaladas,
ATClassificação Geral Tour Down Under 2018 |
Vencedores das Etapas Tour Down Under 2018 |
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