“Eu faço o que me
apetece, eu pago para participar “
Foi desta forma que alguém reagiu à publicação, via Facebook,
da organização do Gerês Granfondo alusiva ao facto de alguns dos participantes
deitarem fora as embalagens e outros resíduos do abastecimento alimentar.
Logo de início esta espécie da família dos Australopithecus
tem também outra frase digna de
prémio nobel da parvoíce:
“Nas grandes
voltas não jogam as embalagens?”
Pois bem, vamos por
parte :
Parte 1 (a positiva ) :
Começamos pelo
melhor. A moda de andar de bicicleta. São cada vez mais aqueles que andam de bicicleta.
Quer por necessidade, e escolhem a bicicleta para as suas deslocações diárias,
quer por prazer e vão pedalar com os filhos com um atrelado ou num simples
passeio no parque ambiental da localidade onde moram ou então por desporto. É de louvar.
Nesta última opção,
a desportiva, a escolha é muita: passeios BTT, maratonas, provas de 24h e agora
ultimamente os Granfondos. São vários e bons aqueles que se realizam todos os
anos percorrendo as mais belas estradas e regiões do país.
Os Granfondos são
talvez a melhor forma de nós, puros amadores, sentirmos as emoções e adrenalina
das grandes competições profissionais. São as classificações, são os prémios,
são as contagens de montanha, são os batedores da GNR, são os altifalantes, é o
publico a aplaudir, é toda uma envolvente que só se consegue com o empenho e dedicação
e alguma ousadia de quem organiza este tipo de evento. Afinal todos já nos “vimos”
no cume do Alpe D’ Huez a erguer os braços e a celebrar uma grande vitória que
só existe no nosso imaginário. E tão bem que isso sabe e tão saudável que é.
Mas, como em quase
tudo na vida, existe o reverso da medalha e o lado negativo desta massificação e
“moda “dos Grandfondos . Acreditamos e sabemos que esta situação é a exceção,
mas infelizmente ainda existe.
Algumas pessoas, o
caso deste Australopithecus, autor
das frases descritas em cima, levam isto tão mas tão a sério que caem no cúmulo
da estupidez e da indecência. São os chamados novos pseudo profissionais do ciclismo
que não passam de patetas montados numa bicicleta.
Pensa esta gente
que por ver os profissionais atirarem resíduos para o chão durante as “grandes competições”,
atitude reprovável, mas que aos poucos tem vindo a diminuir, também eles devem
fazer o mesmo. Na sua cabeça isso até é uma situação normal. No fundo é um requisito
para o seu profissionalismo de sargeta.
Mas a situação até
se torna caricata e estupida por esta questão: levam as barras ou o gel nos
bolsos do jersey que pesa 40g. Ingerem. A embalagem pesa agora metade e é nesse
momento que se desfazem dela da pior forma possível. Isto tem alguma lógica? Pois bem não tem lógica é apenas estupidez,
falta de civismo e um egoísmo atroz que envergonha qualquer pessoa.
Provavelmente e
isto tudo só se deve passar na sua cabeça, fazem-no para não perder rendimento:
para não baixar a média, para ter uma cadência elevada, para produzir mais
watts etc etc etc ….todas essas coisas dos profissionais do pelotão .
Mas esta estupidez
até pode ser resolvida. Claro que a melhor forma era pela parte educacional,
mas que nestes casos parece já ser um pouco tarde. Não havendo tempo para
ensinar nem compreensão mental da outra parte para encaixar a ideia primitiva
que “não devemos deitar lixo para o chão “a única solução é o castigo. Infelizmente.
Há duas formas:
1-
Castigar pela violação do regulamento da prova,
neste caso no Gerês Granfondo o regulamento é claro:
Art. 21 – Serão penalizados, em
último caso com a desclassificação, todos aqueles que:
d) Não respeitem o ambiente,
poluindo ou degradando o mesmo ao longo do percurso, seja pelo lançamento de
desperdícios ou outros.
2- Castigar pela via civil : é
crime poluir sítios naturais protegidos como é o caso do nosso único parque
nacional : Parque Nacional da Peneda-Gêres.
Mata da Albergaria: Parque Nacional da Peneda-Gerês |
Só assim estas situações podem diminuir, pois mudar a
mentalidade destas pessoas será sempre uma tarefa hercúlea pois lá no quintalinho
do seu cérebro serão sempre o Alberto Contador ou o Marco Pantani.
A meio da acesa conversa e em resposta a algumas observações
não muito abonatórias à sua atitude , o nosso Australopithecus tem o seu ultimo comentário: “ Creche e
aparece” . Pois bem , aqui está a prova que o seu lugar é numa
cadeirinha de uma creche , a aprender as primeiras letras do abecedário e
algumas regras de bom comportamento ,
devagarinho , para ver se aprende .
Sim numa creche,
pois no mundo das bicicletas esta gente não deveria ter lugar .
Rua, cartão
vermelho direto!!!!
Boas pedaladas,
AT
Nota: uma palavra
de gratidão à organização do Gerês Grandfondo pela atitude de limpar aquilo que
o nosso Parque Nacional da Peneda-Gerês não merece ter. OBRIGADO.
Nem mais, esta gente devia ser penalizada em cada volta que fazem asneira.
ResponderEliminarNão concordando com esses actos, digo que se as organizações penalizarem que tem essas atitudes, veriam o número de inscrições diminuírem bastante, pelo que nunca farão tal coisa...
ResponderEliminarRealmente o mais interessante no meio disto tudo são as inscrições. Mais uma desculpa da treta...
EliminarEntão para que existe regulamento?
ResponderEliminarSerá que o jersey desses pseudo atletas nao tem uns bolsos onde cabem as embalagens vazias? Será pelo peso? Gostava de ver alguém dizer isso...
ResponderEliminarParece que o tempo que perdem a recolocar a embalagem no bolso os atrasa na luta do 1º lugar (como se tivessem hipotese de lá chegar). Eu apenas digo RESPEITEM O QUE È DE TODOS
ResponderEliminarO meu pai costuma fazer ultra-maratonas; não sei se é em todas assim, mas lembro-me de ir uma vez com ele a uma dos pirinéus e todas as barritas, e coisas do género eram identificadas antes da prova com um autocolante com o numero do dorsal. Se algum lixo fosse apanhado depois no chão, o dorsal identificava o atleta e ele era desclassificado.
ResponderEliminarNo passado mês de Junho, realizou-se a Subida á Velete, na Sierra Nevada, quando terminavas a prova, podias colocar os papeis das barras, dos geles e de todas as embalagens que usas-te dentro de um recipiente, onde o pessoal da organização escrevia o teu numero de dorsal, que servia depois para um sorteio de uma maquina de electro estimulação no valor de 700€, pode ser uma das maneiras de minimizar o lixo deixado pelos atletas pelo percurso. Premiando assim os que são amigos da natureza...
ResponderEliminarlycras no seu melhor...
ResponderEliminarComentário tão infeliz quanto deitar o lixo para o chão.
EliminarCumprimentos
Essa mentalidade é existe em todo o lado nao é só ai. Chama-se falta de respeito/civismo.
ResponderEliminarNos granfondos deve ser aproveitada a oportunidade para fomentar as regras de trânsito e por o respeito entre nós e os demais, para quem pedala no meio do trânsito, pois por causa de uns outros são atropelados pela má imagem provocada por certos... eu já foi abalroado, graças a deus estou aqui a contar
ResponderEliminarTotalmente de acordo. Não só nos parques naturais mas em todo o lado. Por principio seriam desclassificados.
ResponderEliminarCondeno quem pratique desporto seja em que modalidade e faça do chão caixote do lixo. Eu pratico ciclismo e guardo as embalagens nos bolsos até casa onde as coloco na reciclagem. Os ciclistas utilizam bidãos apropriados para a hidratação nem andam com sacos de um qualquer supermercado para transportar os alimentos e as bermas das nossas estradas estão repletas destes e outros dejectos que não é utilizável por quem anda praticando desporto. Realmente há muita falta de civismo mas os ciclistas estão em muitíssima grande minoria.
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