Strade Bianche |
Finalmente
o regresso do World Tour !!!
Corre-se
hoje a 14ª edição da Strade
Bianche . Aquela prova que alguns já apelidam de clássica e que
tem a particularidade de ter no percurso os famosos troços em terra batida!
O
traçado é maioritariamente rural e percorre a bonita região da Toscana.
Apesar
de disputada apenas desde
2007, as “estradas brancas” percorridas pelos melhores ciclista
da atualidade tem muita história para contar. Além de fazer parte do dia a dia
de uma zona que vive maioritariamente da agricultura e da vinha e que necessita
destes estradões para chegar aos seus locais de trabalho, foram nestas estradas
de terra batida que Gino
Bartali “salvou “centenas de judeus italianos de cair nas mãos
do regime de Roma e Berlim. A
fantástica “aventura” de Bartali já foi contada no Aguadeiro Trepador Blog.
Originalmente
disputada apenas por um conjunto de amantes das bicicletas , a Strade Bianche
teve como primeiro nome de batismo L’ Eroica. A prova cresceu e em 2007 virou
competição. A L Eroica, prova muito famosa que ainda se disputa e que tem a
particularidade de limitar a inscrição a bicicletas antigas, deu lugar ao nome
Monte Paschi Eroica. Teve como primeiro vencedor o russo Alexandr
Kolobnev.
A
prova ganhou fama e apesar de fazer parte do principal calendário da UCI apenas
desde 2017 depressa cativou os principais homens especialistas em provas de um
dia . Cancellara
ganhou a prova três vezes e é o recordista de vitorias, Gilbert também a venceu
em 2011, Moreno Moser
em 2013 , Zdenek Stybar
em 2015 e o polaco Michał
Kwiatkowski
duas vezes vencedor em 2014 e 2017. Em 2018 a corrida foi épica. Num terreno
completamente encharcado onde o pó branco foi transformado em lama e numa prova
atacada desde o seu início foi Tiesj
Benoot (sim a sua cara estava irreconhecível, mas foi mesmo
ele) que cruzou em primeiro a linha de meta na bonita Piazza il Campo. Um dos
grandes momentos da temporada.
Benoot venceu em 2018 |
O percurso
Percuso Strade Bianche 2020 |
O traçado
da edição de 2020 é idêntico ao percorrido nos anos anteriores. De Siena a
Siena numa volta de 184km passando pelos já tradicionais Montalcino , Monte Sante Marie,
troço de terra batida de 11,5km onde Fabian Cancellara está homenageado, o Le Tolfe a 12km da meta
com os seus 18% de inclinação máxima em estrada não asfaltada e por fim os já
famosos 700metros da Via
Santa Catarina que são a porta de entrada para a Piazza del Campo berço da
cidade de Siena , património mundial da UNESCO.
Últimos 20 km |
O pelotão (ver starlist)
Poucas
palavras para o pelotão que se irá apresentar na partida em Siena: um luxo!!!
Esta
Strade Bianche tem a “carne toda no assador” :
Mathieu
van der Poel, Wout Van Aert, Julian Alaphilippe, Michal Kwiatkowski, Jakob
Fuglsang Tiesj Benoot, Zdenek Stybar, Maximilian Schachmann, Michael Woods
Simon Clarke, Philippe Gilbert, Peter Sagan, Kasper Asgreen, Dylan Teuns
Davide Formolo, Alexey Lutsenko, Greg Van Avermaet, Bob Jungels, Gianni Moscon…
Simon Clarke, Philippe Gilbert, Peter Sagan, Kasper Asgreen, Dylan Teuns
Davide Formolo, Alexey Lutsenko, Greg Van Avermaet, Bob Jungels, Gianni Moscon…
Impossível
fazer previsões. Os 5 meses de paragem forçada podem trazer muitas surpresas e
as competições virtuais não serão certamente um bom indicador da forma atual do
pelotão.
A
presença portuguesa será assegurada pelo poveiro Rui Costa.
Wout van Aert - via Santa Catarina |
A Strade Bianche não faz
parte dos “monumentos do ciclismo” nem saberemos se um dia irá ser o 6º
monumento. Mas uma coisa temos a certeza. A rampa da Via de Santa Catarina não
é o Koppenberg , a Trouée de Arenberg , o Poggio, La Redoute ou o Muro di
Sormano , mas nos últimos anos tem sido palco dos finais mais bonitos a que
temos assistido . Quem não se lembra de Sagan entrar á morte em 2014 para depois
ser ele a morrer ao primeiro esticão de Kwia? Ou de Brambilla que andou isolado
uma prova inteira para depois ser “comido “por Cancellara e Stybar nos metros
finais? Ou do sofrimento de Wout van Aert que colapsou fisicamente? Começam a
ser 700m com muita história.
A
Strade Bianche está a fazer o seu caminho para a história. Devagar para não
escorregar. Pois as estradas brancas da Toscana são perigosas e qualquer erro
pode ser fatal. Até agora a Strade Bianche nunca falhou. Foi sempre
espetacular!!!
Boas pedaladas !
AT
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