quinta-feira, 19 de julho de 2018

Etapa 12 - Bourg-Saint-Maurice Les Arcs › Alpe d'Huez ! Até que enfim uma GRANDE ETAPA!


 


 
Começamos com um jogo!

Só tem de contextualizar as quatro frases no Tour de France 2018. É simples e fácil. É um exercício de memória:

1-    Lembram-se da máxima do futebol: “são 11 contra 11 e no final ganha a Alemanha”? Contextualizem no Tour de France dos últimos anos.


2-    Lembram-se da etapa 12 do Tour 2016? Comparem com a etapa 12 do Tour 2018.


3-    Lembram-se de Nairo Quintana atacar e Wout Poels beber tranquilamente uma coca-cola e 300m depois apanhar o colombiano? Pensem na Team Sky 2018.


4-    Lembram-se das táticas de Eusébio Unzué? Vejam a Movistar Team do Tour 2018.

Já la vamos às respostas! Agora a etapa de hoje.

A tripla jornada alpina terminou hoje com o final no Alpe d´Huez. Essa mítica estação de ski onde em 1979 o melhor ciclista português de todos os tempos, Joaquim Agostinho, venceu de forma categórica. Além do Alpe d´Huez, a etapa de hoje passou pelo magistral Col de la Madeleine e pelo colosso Col la Croix de Fer.

 Foi a última e a melhor das etapas disputadas nos Alpes. Para os padrões a que estamos habituados, foi uma grande etapa. As culpas? Um homem! Steven Kruijswijk (Lotto-Jumbo), mais conhecido pelo “homem-cabide” tal é a envergadura dos ombros.

Kruijswijk partiu para esta etapa na 6ª posição de GC e integrou a fuga formada na ascensão ao Col de la Madeleine. Era o ciclista mais próximo da liderança de Geraint Thomas (Team Sky) a 2m40s. Foi sensivelmente a meio do Col de la Croix de Fer que o holandês decide ir sozinho e desafiar a domínio da Team Sky. Chegou a liderar, de forma virtual, a camisola amarela com cerca de 3m. Quando se iniciou a subida final a Alpe d´Huez, Kruijswijk levava 4m para um pelotão comandado por Castroviejo e Kwiatkowski (Team Sky). À medida que os ataques aconteciam no grupo dos favoritos, Kruijswijk perdia tempo e o seu destino estava traçado. Seria o herói do dia, mas não ganharia no Alpe D´Huez , nem com a ajuda dos milhares de holandeses que preenchiam as 21 curvas de uma montanha que já foi apelidada de “ a subida dos holandeses” . Para consolação ganhou o prémio de mais combativo do dia e o apreço de todos aqueles que gostam de ciclismo romântico. Obrigado Steven Kruijswijk , mas por favor muda de apelido porque os comentadores da TV enlouquecem a pronunciar o teu nome !

Entre os favoritos Nibali (Bahrain – Merida) atacou, Quintana (Movistar Team) atacou, Landa (Movistar Team) atacou e Bardet (Ag2R) atacou, mas todos foram “absorvidos “por um jovem de 21 anos que se estreia no Tour de France. Egan Arley Bernal (Team Sky). O colombiano esteve soberbo e entregou o seu líder (escolham vocês quem é o líder da Team Sky) a 4km da meta numa posição perfeita para triunfar. Foi o que aconteceu. Podia ter sido Chris Froome, mas calhou de novo a Geraint Thomas. O galês entrou nos últimos metros da corrida bastante confiante e num sprint relativamente fácil ganhou a sua segunda etapa à frente de Tom Dumoulin (Team SunWeb) e de Roman Bardet. Thomas é o primeiro ciclista da história a vencer de amarelo vestido no mítico Alpe d´Huez. Com esta vitória aumenta a sua vantagem na liderança da geral individual e aparentemente só Chris Froome (Team Sky) ou Dumoulin podem fazer frente ao britânico que, tal como Sir Bradley Wiggins,  passa de pistard para o topo do ciclismo de estrada.
 

A etapa de hoje fica também marcada pelo fenómeno paranormal do “abandono de sprinters e outros”. Durante a subida ao Col de la Croix de Fer, Gaviria (Quick Step-Floors), Greipel (Team Lotto Soudal), Groenewegen (Lotto-Jumbo), Gallopin (Ag2R) e Zabel (Team Katusha) desistem aparentemente por…não sabemos ! Mas lá que é estranho…é!
 
Etapa 12 : Top 10
1. Geraint Thomas (GBr) Team Sky, in 5h18m37s
2. Tom Dumoulin (Ned) Team Sunweb, at 2 secs
3. Romain Bardet (Fra) AG2R La Mondiale, at 3 secs
4. Chris Froome (GBr) Team Sky, at same time
5. Mikel Landa (Esp) Movistar, at 7 secs
6. Primož Roglič (Slo) LottoNL-Jumbo, at 13 secs
7. Vincenzo Nibali (Ita) Bahrain-Merida, at same time
8. Jakob Fuglsang (Den) Astana Pro Team, at 42 secs
9. Nairo Quintana (Col) Movistar Team, at 47 secs
10. Steven Kruijswijk (Ned) LottoNL-Jumbo, at 53 secs
Geral Individual:
1. Geraint Thomas (GBr) Team Sky, in 49h24m43s
2. Chris Froome (GBr) Team Sky, at 1-39
3. Tom Dumoulin (Ned) Team Sunweb, at 1-30
4. Vincenzo Nibali (Ita) Bahrain-Merida, at 2-37
5. Primož Roglič (Slo) LottoNL-Jumbo, at 2-47
6. Romain Bardet (Fra) Ag2r La Mondiale, at 3-07
7. Mikel Landa (Esp) Movistar, at 3-13
8. Steven Kruijswijk (Ned) LottoNL-Jumbo, at 3-43
9. Nairo Quintana (Col) Movistar, at 4-13
10. Daniel Martin (Irl) UAE Team Emirates, at 5-11
Vamos lá então ás respostas!
1-    No Tour de France há as etapas monótonas e ganha a Team Sky e depois há as etapas como hoje onde todos atacam e ganha a Team Sky.
2-    Em 2016 Froome cai por causa de uma mota. A organização atribui-lhe o mesmo tempo do grupo onde ele estava inserido na altura do acidente. Ainda hoje olhamos para esse episódio e não conseguimos entender e perceber o que se passou com os tempos finais após essa etapa 12.  Em 2018 situação igual. Por motivos extra-corrida um ciclista cai. Foi Nibali , podia ser outro qualquer, menos um . Não podia ser Froome. Sabem porquê? Porque a Nibali foi-lhe atribuído, e bem, os 13s de atraso para os primeiros a cortar a meta. Se fosse a Froome seria outra coisa qualquer menos os regulamentos. Até temos medo de pensar o que aqueles tipos inventariam desta vez. Haja paciência.  ( Nibali abandona o Tour de France com uma vertebra partida).
3-    Desta vez não temos Wout Poels a beber coca-cola ao mesmo tempo que fecha os ataques dos principais rivais do seu líder Chris Froome. Não há Poels, mas há Bernal. Egan Bernal é colombiano, tem 21 anos, faz a sua estreia no Tour de France, aparece como gregário, mas meteu no bolso todos os “líderes” da Movistar Team.
 
4-  As famosas táticas de Eusébio Unzué e da sua Movistar. Nunca percebemos as suas intenções. A título de exemplo: como a etapa de ontem correu tão, mas tão bem à equipa espanhola…vai daí que Unzué repete na integra a mesma tática no dia de hoje! Há tipos com muita imaginação. Até para a estupidez
#TDF2018 #TDF18 #TDF
 

 

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