Começamos
com um jogo!
Só
tem de contextualizar as quatro frases no Tour de France 2018. É simples e
fácil. É um exercício de memória:
1- Lembram-se
da máxima do futebol: “são 11 contra 11 e no final ganha a Alemanha”?
Contextualizem no Tour de France dos últimos anos.
2- Lembram-se
da etapa 12 do Tour 2016? Comparem com a etapa 12 do Tour 2018.
3- Lembram-se
de Nairo Quintana atacar e Wout Poels beber tranquilamente uma coca-cola e 300m
depois apanhar o colombiano? Pensem na Team Sky 2018.
4- Lembram-se
das táticas de Eusébio Unzué? Vejam a Movistar Team do Tour 2018.
Já
la vamos às respostas! Agora a etapa de hoje.
A
tripla jornada alpina terminou hoje com o final no Alpe d´Huez. Essa mítica
estação de ski onde em 1979 o melhor ciclista português de todos os tempos,
Joaquim Agostinho, venceu de forma categórica. Além do Alpe d´Huez, a etapa de
hoje passou pelo magistral Col de la Madeleine e pelo colosso Col la Croix de
Fer.
Foi a última e a melhor das etapas disputadas
nos Alpes. Para os padrões a que estamos habituados, foi uma grande etapa. As
culpas? Um homem! Steven Kruijswijk (Lotto-Jumbo), mais conhecido pelo
“homem-cabide” tal é a envergadura dos ombros.
Kruijswijk
partiu para esta etapa na 6ª posição de GC e integrou a fuga formada na
ascensão ao Col de la Madeleine. Era o ciclista mais próximo da liderança de
Geraint Thomas (Team Sky) a 2m40s. Foi sensivelmente a meio do Col de la Croix
de Fer que o holandês decide ir sozinho e desafiar a domínio da Team Sky.
Chegou a liderar, de forma virtual, a camisola amarela com cerca de 3m. Quando
se iniciou a subida final a Alpe d´Huez, Kruijswijk levava 4m para um pelotão comandado
por Castroviejo e Kwiatkowski (Team Sky). À medida que os ataques aconteciam no
grupo dos favoritos, Kruijswijk perdia tempo e o seu destino estava traçado.
Seria o herói do dia, mas não ganharia no Alpe D´Huez , nem com a ajuda dos milhares
de holandeses que preenchiam as 21 curvas de uma montanha que já foi apelidada
de “ a subida dos holandeses” . Para consolação ganhou o prémio de mais
combativo do dia e o apreço de todos aqueles que gostam de ciclismo romântico.
Obrigado Steven Kruijswijk , mas por favor muda de apelido porque os comentadores
da TV enlouquecem a pronunciar o teu nome !
Entre
os favoritos Nibali (Bahrain – Merida) atacou, Quintana (Movistar Team) atacou,
Landa (Movistar Team) atacou e Bardet (Ag2R) atacou, mas todos foram “absorvidos
“por um jovem de 21 anos que se estreia no Tour de France. Egan Arley Bernal (Team
Sky). O colombiano esteve soberbo e entregou o seu líder (escolham vocês quem é
o líder da Team Sky) a 4km da meta numa posição perfeita para triunfar. Foi o
que aconteceu. Podia ter sido Chris Froome, mas calhou de novo a Geraint Thomas.
O galês entrou nos últimos metros da corrida bastante confiante e num sprint
relativamente fácil ganhou a sua segunda etapa à frente de Tom Dumoulin (Team
SunWeb) e de Roman Bardet. Thomas é o primeiro ciclista da história a vencer de
amarelo vestido no mítico Alpe d´Huez. Com esta vitória aumenta a sua vantagem
na liderança da geral individual e aparentemente só Chris Froome (Team Sky) ou
Dumoulin podem fazer frente ao britânico que, tal como Sir Bradley Wiggins, passa de pistard para o topo do ciclismo de
estrada.
A
etapa de hoje fica também marcada pelo fenómeno paranormal do “abandono de
sprinters e outros”. Durante a subida ao Col de la Croix de Fer, Gaviria (Quick
Step-Floors), Greipel (Team Lotto Soudal), Groenewegen (Lotto-Jumbo), Gallopin (Ag2R)
e Zabel (Team Katusha) desistem aparentemente por…não sabemos ! Mas lá que é estranho…é!
Etapa 12 :
Top 10
1. Geraint Thomas (GBr) Team Sky, in 5h18m37s
2. Tom Dumoulin (Ned) Team Sunweb, at 2 secs
3. Romain Bardet (Fra) AG2R La Mondiale, at 3 secs
4. Chris Froome (GBr) Team Sky, at same time
5. Mikel Landa (Esp) Movistar, at 7 secs
6. Primož Roglič (Slo) LottoNL-Jumbo, at 13 secs
7. Vincenzo Nibali (Ita) Bahrain-Merida, at same time
8. Jakob Fuglsang (Den) Astana Pro Team, at 42 secs
9. Nairo Quintana (Col) Movistar Team, at 47 secs
10. Steven Kruijswijk (Ned) LottoNL-Jumbo, at 53 secs
2. Tom Dumoulin (Ned) Team Sunweb, at 2 secs
3. Romain Bardet (Fra) AG2R La Mondiale, at 3 secs
4. Chris Froome (GBr) Team Sky, at same time
5. Mikel Landa (Esp) Movistar, at 7 secs
6. Primož Roglič (Slo) LottoNL-Jumbo, at 13 secs
7. Vincenzo Nibali (Ita) Bahrain-Merida, at same time
8. Jakob Fuglsang (Den) Astana Pro Team, at 42 secs
9. Nairo Quintana (Col) Movistar Team, at 47 secs
10. Steven Kruijswijk (Ned) LottoNL-Jumbo, at 53 secs
Geral Individual:
1. Geraint Thomas (GBr) Team Sky, in 49h24m43s
2. Chris Froome (GBr) Team Sky, at 1-39
3. Tom Dumoulin (Ned) Team Sunweb, at 1-30
4. Vincenzo Nibali (Ita) Bahrain-Merida, at 2-37
5. Primož Roglič (Slo) LottoNL-Jumbo, at 2-47
6. Romain Bardet (Fra) Ag2r La Mondiale, at 3-07
7. Mikel Landa (Esp) Movistar, at 3-13
8. Steven Kruijswijk (Ned) LottoNL-Jumbo, at 3-43
9. Nairo Quintana (Col) Movistar, at 4-13
10. Daniel Martin (Irl) UAE Team Emirates, at 5-11
2. Chris Froome (GBr) Team Sky, at 1-39
3. Tom Dumoulin (Ned) Team Sunweb, at 1-30
4. Vincenzo Nibali (Ita) Bahrain-Merida, at 2-37
5. Primož Roglič (Slo) LottoNL-Jumbo, at 2-47
6. Romain Bardet (Fra) Ag2r La Mondiale, at 3-07
7. Mikel Landa (Esp) Movistar, at 3-13
8. Steven Kruijswijk (Ned) LottoNL-Jumbo, at 3-43
9. Nairo Quintana (Col) Movistar, at 4-13
10. Daniel Martin (Irl) UAE Team Emirates, at 5-11
Vamos lá então ás respostas!
1-
No Tour de France há as etapas monótonas e
ganha a Team Sky e depois há as etapas como hoje onde todos atacam e ganha a
Team Sky.
2-
Em 2016 Froome cai por causa de uma mota.
A organização atribui-lhe o mesmo tempo do grupo onde ele estava inserido na
altura do acidente. Ainda hoje olhamos para esse episódio e não conseguimos entender
e perceber o que se passou com os tempos finais após essa etapa 12. Em 2018 situação igual. Por motivos extra-corrida
um ciclista cai. Foi Nibali , podia ser outro qualquer, menos um . Não podia
ser Froome. Sabem porquê? Porque a Nibali foi-lhe atribuído, e bem, os 13s de atraso
para os primeiros a cortar a meta. Se fosse a Froome seria outra coisa qualquer
menos os regulamentos. Até temos medo de pensar o que aqueles tipos inventariam
desta vez. Haja paciência. ( Nibali
abandona o Tour de France com uma vertebra partida).
3-
Desta vez não temos Wout Poels a beber
coca-cola ao mesmo tempo que fecha os ataques dos principais rivais do seu líder
Chris Froome. Não há Poels, mas há Bernal. Egan Bernal é colombiano, tem 21 anos,
faz a sua estreia no Tour de France, aparece como gregário, mas meteu no bolso
todos os “líderes” da Movistar Team.
4- As famosas táticas de Eusébio Unzué e da sua Movistar. Nunca percebemos
as suas intenções. A título de exemplo: como a etapa de ontem correu tão, mas
tão bem à equipa espanhola…vai daí que Unzué repete na integra a mesma tática no
dia de hoje! Há tipos com muita imaginação. Até para a estupidez
#TDF2018 #TDF18 #TDF
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