quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Milano -Torino : quando o futebol se junta ao ciclismo !

 


Num blog de ciclismo e no dia da mais antiga clássica italiana, vamos falar essencialmente de futebol.

Para já o ciclismo.

Corre-se hoje a 102ª edição da Milano-Torino.  São 190km que ligam Magenta, nos arredores da cidade capital da moda: Milano, à cidade plantada nos Alpes italianos: Torino. A primeira edição realizou-se à 141 anos e foi ganha por Paolo Magretti. Da lista de vencedores consta: Giovanni Gerbi, mas também Constantino Girardengo, recordista de vitórias com 5 triunfos, Fiorenzo Magni , aquele ciclista que disputou um Giro com uma fractura da clavícula, o grande Roger Vlaeminck , Francesco Moser , Laurent Jalabert, Alberto Contador, Thibaut Pinot e Arnaud Demare. Sim, o sprinter francês venceu o ano passado numa edição muito “ estranha” que começou em Mesero e terminou em Stupinigi.  O último ciclista a vencer em Superga foi o canadiano Michael Woods.

Michael Woods venceu em 2019


Milano –Torino é hoje a principal prova de preparação para o último “ Monumento” da temporada: o Giro di Lombardia.

Milano-Torino 2021

A prova é essencialmente plana até aos 20km finais. As 2 subidas à Basílica de Superga ( são 4,9km à média de 9,1% com rampas a 14% ) irão fazer a diferença . A meta coincide com o final da 2ª passagem por Superga e deve ser nos últimos 4km que a corrida se decide.
A starlist é de luxo. No entanto, os 3 dias que separam a Milano-Torino do momento mais esperado: " Il Lombardia" , podem "obrigar" os favoritos a levantar o pé do "acelerador". Nomes de "segunda linha" podem ter aqui uma boa oportunidade para triunfar. Destacam-se: Aleksandr Vlasov , Thibaut Pinot, Guillaume Martin ou até o irrequieto Lorenzo Fortunato.

Caso contrário teremos a “elite das elites” a discutir a subida final à Basílica de Superga: Primoz Roglic , Tadej Pogacar, Adam Yates, Michael Woods, o bi campeão do mundo Julian Alaphillipe e , porque não, o português João Almeida, o único ciclista a conseguir acompanhar um super Roglic na subida a San Luca no sábado passado.

perfil Superga

Mas que estória é essa que hoje também temos de falar obrigatoriamente de futebol? Ok o AC Milan e a Juventus de Turim são dois dos principais e mais importantes clubes italianos, mas vamos falar do Torino, principalmente do Grande Torino.

 

Grande Torino, 1949

O Torino FC dominou o futebol italiano no pós Segunda Guerra Mundial. Era uma equipa praticamente invencível. Em 1949 eram tetra campeões italianos. Base da selecção italiana de futebol . Nesse mesmo ano a 27 de Fevereiro a selecção italiana, num jogo amigável disputado contra Portugal goleou a selecção lusa por 4-1 mas nesse mesmo dia ficou combinado entre Francisco Ferreira, capitão da selecção portuguesa e jogador do Benfica e Ferrucio Novo, presidente do Torino FC, um jogo amigável entre as duas equipas a disputar em Lisboa no Estádio da Luz. Seria uma honra para a equipa portuguesa receber a melhor equipa de futebol do mundo: Il Grande Torino. Assim foi, a 3 de Maio de 1949, perante uma enchente nunca vista , O Sport Lisboa e Benfica ganha por 4-3 ao grande Torino FC.

Mas na lembrança de todos, não foi o resultado que ficou na memória. Perante a tragédia que aconteceu horas depois, a vitória do Benfica para pouco ou nada serviu para festejar.

Ao chegar a Turim , o avião que transportava a equipa do Torino, devido ao forte nevoeiro e já na aproximação à pista, embate no muro da Basílica de Superga. Eram 17h00 de 4 Maio de 1949. Não há  sobreviventes . Il Grande Torino morreu fisicamente.

Nesse ano a equipa acaba o campeonato italiano a jogar com os juniores e numa demonstração de desportivismo e de respeito todas as outras equipas italianas fazem o mesmo. O Torino FC foi penta campeão italiano.

Todos os anos os adeptos do TorinoFC prestam homenagem ao " Il GrandeTorino"

A Basílica de Superga, local onde hoje termina a Milano-Torino, será palco de glória para quem conseguir superar as dificuldades da subida, mas também foi o palco de uma das mais tristes estórias da história do futebol.

 

Boas pedaladas,

 

AT


terça-feira, 15 de junho de 2021

38ª Volta ao Alentejo / 1º Grande Prémio CMTV

 


Vai para a estrada entre os próximos dias 23 a 27 de junho a 38ª edição da Volta ao Alentejo em Bicicleta. A apresentação oficial do evento aconteceu hoje no Auditório Municipal de Reguengos de Monsaraz. A cidade alentejana será palco da partida da 1ª etapa da prova que é escalão UCI 2.2.

Este ano a “Alentejana” ganha um novo parceiro. A CMTV e assim um novo nome : 38ª Volta ao Alentejo/ 1ºGrande Prémio CMTV.

Já são conhecidos os pormenores do percurso e as 19 equipas que irão participar na “Alentejana”.

O percurso.

Entre os dias 23 a 27 de junho o pelotão irá pedalar cerca de  820 km distribuídos por 6 etapas que irão percorrer as 4 regiões do Alentejo. A “Alentejana” começa em Reguengos de Monsaraz e termina em Évora na bonita praça do Giraldo. Teremos um contrarrelógio individual (CRI) em Castelo de Vide na tarde de sábado dia 26/06. Este CRI de apenas 8km é percorrido pela terceira vez consecutiva na Volta ao Alentejo e se contarmos com as duas últimas edições da Volta a Portugal do Futuro, é a quinta vez que estes 8km são realizados em CRI.

1ª Etapa – 23 de junho – Reguengos de Monsaraz – Beja (193,7km)



A cidade do vinho, Reguengos de Monsaraz, recebe a partida da edição 38 da Volta ao Alentejo. Uma longa jornada de quase 200km maioritariamente planos onde a única dificuldade “montanhosa” é o prémio de montanha de 4º categoria à saída de Mértola. A chegada será na capital do Baixo Alentejo, Beja, na rua Conde da Boavista.  Uma etapa que deverá ser discutida ao sprint.   

2ª Etapa – 24 de junho – Almodôvar – Sines (195, 5km)



É a etapa mais longa da prova. Do interior alentejano até à Costa Vicentina. Pelo meio o pelotão tem 3 metas volantes (Castro Verde, Odemira e Santiago do Cacém) e um prémio de montanha de 4ª categoria entre Odemira e São Luís. A partida é em Almodôvar, vila apaixonada por ciclismo e o final da etapa na cidade de Sines na Rua da Reforma Agrária, uma reta da meta com 400m onde é fundamental o posicionamento dos ciclistas depois da última rotunda. Mais uma etapa propicia aos homens mais rápidos do pelotão.

 

3ª Etapa – 25 de junho – Alcácer do Sal – Mora (171,7km)



De Alcácer do Sal até Mora serão 171,7km com 3 metas volantes (Grândola, Alcáçovas e Montemor-o-Novo) e um prémio de montanha de 4ª Cat em Escoural. Passagem por Mora onde o pelotão depois de percorrer um circuito de cerca de 27km regressa para terminar na Rua Catarina Eufémia junto à Escola Secundária desta vila alentejana. Uma chegada em ligeira subida que mesmo assim não deve impossibilitar uma chegada ao sprint.

4ª Etapa – 26 de junho – Monforte – Castelo de Vide (85km)



O sábado, dia 26 de junho e tal como nas últimas duas edições da Volta ao Alentejo, terá duas etapas. A etapa de manhã será de apenas 85km. Começa em Monforte e termina em “Sintra do Alentejo “, a linda vila de Castelo de Vide. Duas metas volantes (Arronches e Portalegre) e três prémios de montanha: 2º Cat em Cabeço do Mouro ( 1,5km a 12,3% de média); 3ª Cat em Monte Paleiros ( 2,9km a 5,7% de média) e 3ª Cat na Srª da Penha ( 1,3km a 8,8% de média).  A chegada a Castelo Vide será no Parque João José da Luz e o último km será percorrido à média de inclinação de 5%.

A ideia de criar uma etapa curta e explosiva não parece corresponder com o trajeto desenhado. Mantendo as localidades de partida e de chegada e também a mesma quilometragem, a zona de Portalegre tem dificuldades que cheguem para partir o pelotão e dar emotividade à Volta ao Alentejo. De fora ficaram nesta etapa que se apresenta como a mais difícil no que diz respeito a inclinações do terreno: a serra de São Mamede, parte da subida a Marvão ou a curta, mas inclinada rampa de Porto de Espada.

Bem sabemos que a escolha de partidas e chegadas de uma volta é sempre um processo complicado. Mas acreditamos que o adepto já tem saudades de uma chegada da Volta ao Alentejo na rampa das antenas da Serra de São Mamede, no Cabeço do Mouro ou na histórica vila de Marvão. Afinal uma prova de ciclismo, o “desporto do povo “, deve agradar a quem?

 

5ª Etapa – 26 de junho – Castelo de Vide – Castelo de Vide (CRI – 8,4km)



O mesmo CRI das edições anteriores. Apenas 8km: uma subida (2,8km a 5,6%), uma descida a aproximação à meta outra vez a subir. Final também no Parque João José da Luz. Deverá ser a etapa mais decisiva na Alentejana. Uma volta de 800km que pode ser decidida em apenas 1% do percurso.

6ª Etapa – 27 de junho – Portalegre – Évora (162,9km)



A capital do Norte Alentejano é o local da partida da última etapa da Volta ao Alentejo e a chega é na capital do Alentejo Central. Estamos a falar de Portalegre e Évora, respetivamente. São 162,9km com três metas volantes (Crato, Estremoz e Redondo) e um prémio de montanha de 4ª Cat em Fronteira. A chegada em Évora é na Praça do Giraldo, ou seja , uma chegada num sprint difícil em empedrado e em subida na Rua da Républica.


O pelotão

O pelotão da “Alentejana” terá 19 equipas: as 9 equipas portuguesas continentais e mais 3 sub-23. A estas irão juntar-se as 4 equipas espanholas Pro Team e mais 3 equipas continentais estrangeiras.

A composição de cada equipa ainda não é conhecida (Em atualização)

Equipas Pro Team:

Burgos – BH ( Espanha)






Caja Rural – Seguros RGA ( Espanha)






Equipo Kern Pharma ( Espanha)






Euskatel Euskadi ( Espanha)


 




Equipas Continentais:

Antarte - Feirense ( Portugal )






Atum General / Tavira / Maria Nova Hotel ( Portugal )






Efapel ( Portugal )






Kelly -Simoldes - UD Oliveirense (Portugal )






Louletano -Loulé Concelho ( Portugal)






LA Alumínios / LA Sport (Portugal )






Radio Popular Boavista (Portugal )






Tavfer – Measindot- Mortágua (Portugal )






W52/ FC Porto ( Portugal )






Team Nippo Provence PTS Conti ( Suiça)





ProTouch (Africa do Sul )






SwiftCarbon Pro Cycling (Grã Bretanha) 







Equipas sub- 23 :

Fortunna-Maia ( Portugal )

Sicasal – Torres Vedras ( Portugal)

Almodovar – Delta Cafés – Credito Agricola ( Portugal )


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